Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Quem viu sabe

Meu destino era Yonkoping, referencial para Gislaved, onde seria corrido o GP de F-1 da Suécia. Pretendia prolongar minha estada em Copenhague, um autêntico camafeu de beleza ímpar, mas um cable de última hora me obrigou a viajar de inopino a Estocolmo afim de cumprir compromissos burocráticos. Nem liguei para o taxista que me avisou da lonjura do bairro de Solna, local do estádio Rasunda. Não iria perder a chance de conhecê-lo. O Brasil ganhara ali seu primeiro Mundial, em 1958. O que narro vivi em 1975 e essas visões afloraram nesta semana ao ver na TV a pífia apresentação brasileira naquele gramado no 1 a 0 contra Gana. Gislaved era a única pista que se mostrava com visão total a nossa frente. E Rasunda o estádio daqueles shows de 5 a 2 diante de França e Suécia. Entendo que a modernidade e a tecnologia têm de evoluir sempre. Também não gosto de comparações que soam a crueldade. Mas que fazer quando ouço Robinho culpar as diminutas medidas do gramado pelo seu mau desempenho? Como explicar que ali mesmo Didi fez lançamentos de 40 jardas? Quem viu sabe: Pelé e a geração de 70 disputaram seu último Mundial há quase 40 anos, e nós, como Diógenes e sua lâmpada, ainda estamos buscando substitutos à altura. Gislaved e Rasunda de que falo estão no passado e automobilismo e futebol estão aqui, hoje, não nas pistas e gramados, e sim na televisão. Detalhe que faz toda diferença.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o e-mail: flaypi@uol.com.br


Texto Anterior: Apagão é assim mesmo
Próximo Texto: Piso valerá para temporário
Índice

Copyright Folha Online. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página
em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folha Online.