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Maior preocupação é não ter a menor
MUNIQUE - Não é pessimismo ou vontade de chatear e
se chatear -apenas realismo
histórico: a maior preocupação brasileira é não ter a menor preocupação com a seleção. Não só pelos antológicos
trancos necessários para os
canarinhos voarem, mas pelo
favoritismo que atrapalha,
sim, mas não determina.
A não ser que o time se perca nas brumas galácticas -o
que não parece ser o caso.
Vai sempre ter alguém dizendo que Ronaldinho Gaúcho não joga porque tem
abusado do preciosismo. Será? Não parece presunção,
apenas característica, talvez
um momento de baixa depois
de meses em altíssima qualidade, em que as filigranas
agora são firulas. Acontece.
Mas não parece ser a soberba
o que atrapalha um time feliz
e que irradia essa alegria.
Talvez seja a tensão (quase
obrigação) de fazer lindo o
que só precisa ser feito, não
rebuscado; a necessidade de
driblar dois e não apenas
um; o gosto por dar gosto, e
não só pelo gol. Enfim, coisas
que aprendemos com os dias
e com as dores. Que assim sejam leves como as bolhas fenomenais.
Gattuso, aquele que dá carrinho por trás quando joga
com o filho no quintal de casa, não joga (no mínimo) as
duas primeiras. Nesta (o melhor zagueiro do mundo) não
estréia. Del Piero não está
bem, Totti vem baleado, Marcello Lippi não definiu o time
e o esquema. O Moggigate
dilacera o "mondo calcistico"
com escândalo ainda maior
que o Totonero de 1980, que
quase acabou com a Itália...
Em 1982...
Só falta o elenco atual brigar com a imprensa e não falar mais nada. O resto é tudo
igual. E péssimo: a Itália pode nos enfrentar já nas oitavas-de-final.
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