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Sexo

"Eu corro a semana inteira para encontrar minha namorada. Sou uma espécie de contínuo em uma empresa. Eles falam "office-boy', mas é o que se chama de contínuo, ou pau-para-toda-obra. Chega no final de semana ela está cansada e não quer saber de nada. Ficamos vendo TV na casa dos pais dela."

E daí começa uma nova semana, na qual você corre, corre e não chega a lugar nenhum. É isso que você está achando enquanto escreve a carta. Pelo menos você deve pegar muito vento em suas andanças, não é? Durante os trajetos, há uma coisa muito importante que você pode lembrar que está acontecendo e é bom. Você tem uma imagem, um rosto de mulher na sua cabeça. Vai fazer um pagamento? É nela que você pensa. Pega um busão? É nela que você pensa. É por ela que você se move. Não é legal? Triste daquele que não tem nem em quem pensar! Ter um amor já é por si só uma coisa boa. Se você quer que todos os finais de semana sejam iguais, cabe a você proceder com alguma atitude diferente. Quem sabe ela não sente que está dentro de casa, no ninho dela, gostoso? Pensando no lado da moça, talvez ela também sinta que correu a semana inteira. E que agora apenas precisa do namorado ali. Gostoso, só vendo uma televisão. Proponha, invente, imagine algo um pouco melhor, dê soluções... Você não é pau-para-toda-obra?

  Carolina Ribeiro , 40 anos, é psicóloga.


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