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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Futebol de resultados

O inesperado empate que o Fortaleza arrancou no Morumbi, na última quinta-feira, longe de ser um desastre, soou como um alento. Ainda há esperança. Para os desesperados da turma do rebaixamento e para aqueles que sonham galgar à primeira posição, já que o São Paulo não é imbatível. Quando Rogério perde um penal decisivo tudo pode acontecer. O espírito da Copa do Mundo impregnou-se no Brasileirão. Ruim para o futebol. Nada de alta qualidade, só combatividade e garra na busca de resultados salvam o atual certame. Não são fatores suficientes para justificar tamanha queda de qualidade já que o fenômeno é planetário. Concordo: os campeonatos europeus estão apenas começando e as equipes não atingiram vôo de cruzeiro. Os amistosos de seleções só encontram equipes desentrosadas e jogadores atuando sem ritmo. Até o Brasil e Argentina de hoje, rivalidade à parte, não pode ser levado a sério como o maior clássico do futebol mundial. Essa síndrome pós-Copa seria o momento propício para a Fifa repensar a necessidade de mudanças em regras e fundamentos que dinamizem o jogo. A hora já é até tardia. Mas para a Fifa o que vale é faturar. E isso ela sempre consegue. O dinheiro rola, as equipes perdem força, os empresários se locupletam, ganham bem só os jogadores de alto nível. E, ao fundo, um painel mostra um futebol só de resultados, e a entidade mundial matando a galinha que punha ovos de ouro.

  Flávio Araújo , jornalista, radialista, escreve aos domingos neste espaço. E-mail: flaypi@uol.com.br


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