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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Pai patrão

Thiago apareceu para o futebol no São Paulo como uma centelha luminosa. Não era apenas um atacante promissor. Surgia como radiosa realidade. Daqueles raros que virão a ser chamados de craques e que parecem nascer feitos. Lançado no final do BR/ 05 pintou como novo Zé Sérgio no quesito velocidade. Mostrava algo onde alguns anteviram um novo Careca. Subiu como meteoro e está descendo quase na mesma velocidade. Sem florescer totalmente começou a fenecer. Aconteceu à medida que as descomposturas de Muricy Ramalho ganhavam decibéis nos ouvidos do menino. Foi aí que ele começou a murchar. Muricy tem mudado a postura ultimamente. Pouco, mas tem. A Thiago não precisa mais invectivar com palavras cortantes que o menino sempre minimizou nas entrevistas mas que devem ter calado fundo em seu íntimo. O futuro craque parece ter passado do ponto antes de tê-lo atingido. Convenhamos: não é esse o papel de um técnico que se diz pai dos atletas. Não se orientam filhos aos gritos e em público. O papel do técnico é treinar a equipe e não querer ser dono do clube, como faz Leão, por exemplo. No jogo é fazer o que Muricy fez diante do Botafogo. Abriu a via para uma vitória que estava difícil com as modificações da etapa final alicerçado pelo gol de Leandro no último suspiro do 1o tempo. Aí ele cresceu como técnico. Os palavrões a Thiago e a quem quer que seja só diminuem Muricy ou qualquer treinador.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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