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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Estádios ultrapassados

Com a desistência oficial da Colômbia, o Brasil fica sozinho na parada para sediar o Mundial de 2014. Está longe, mas na voragem do tempo chegará num piscar de olhos. Em 1950, o Maracanã foi terminado a toque de caixa. Iniciada a Copa, os operários ainda ali trabalhavam. Embora não houvesse sido indicado oficialmente, sabia-se desde o cancelamento da Copa de 1942 que a próxima aqui se desenvolveria. A Argentina, enciumada, era o concorrente que não veio ao Mundial em represália. Quando se constata a dificuldade na escolha de locais numa simples decisão de certame regional, uma luz começa a piscar. Temos muitos estádios pelo país afora construídos pelo governo militar na década de 70. Todos ultrapassados pelos conceitos modernos. Nada que algumas reformas bem executadas (sem os indefectíveis superfaturamentos) não possam resolver. Penso em São Paulo, megalópole do país que está reduzida a Morumbi e Pacaembu, cenários grandiosos para uma época, mas que não resistiriam incólumes a todas as necessidades do progresso. Santos viveu a glória de Pelé sem plantar o que teria condições na época. Temos para o gasto e para o fluxo, incluindo aí os interioranos. Mas é muito pouco para a grandeza de São Paulo. Com as modernas parcerias, a atitude dos semifinalistas poderia ser outra que não a eterna briga para sediar as partidas. Que pior seria se Palmeiras e Corinthians não houvessem fracassado.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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