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EM CIMA DA BOLA

 Flávio Araújo

Só não vê quem não quer

Só mesmo a rivalidade e a condição de maior clássico do futebol mundial poderão equilibrar as forças quando a bola rolar hoje na Venezuela. A Argentina se mostrou nitidamente superior ao Brasil no todo do torneio. Chega à decisão gastando a bola e enfrenta um Brasil que fez uma travessia sem brilho. Nosso adversário é um time com defesa, meio, ataque e muita conexão entre esses setores. No Brasil não se consegue definir quem é quem e o que faz? Embora sejam todos bons jogadores, sem Robinho não teríamos chegado. Assim mesmo podemos vencer a Argentina e voltar com o título, como já o fizemos na versão anterior dessa Copa. A rivalidade pesa mais alto que a diferença de qualidade entre as duas seleções. Resta saber se para o futebol brasileiro é esse o único ponto a se considerar: vitória a qualquer preço. Estamos descuidando da formação de nossos valores. A derrota feia do sub-20 no Canadá é a prova. Não aceito que o futuro de nosso futebol seja esse que ali se humilhou. E, na Copa América, a lição que fica é que não se faz um técnico dentro de uma seleção brasileira. Vitoriosos ou derrotados, essa era Dunga já era. Ele escala mal, substitui mal, não tem a necessária fleuma para assimilar as naturais tensões e administrar certos problemas. Confunde firula com arte, futebol de resultados com futebol de qualidade. Resumo: ninguém aprende esse ofício dirigindo uma seleção brasileira.

  Flávio Araújo , jornalista e radialista escreve aos domingos neste espaço.
Correspondência para o E-mail: flaypi@uol.com.br


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