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Falta construir mais
da metade dos piscinões
GRANDE SP NECESSITA DE 54 RESERVATÓRIOS PARA CONTER ENCHENTE. ABC É A REGIÃO MAIS CRÍTICA. PIRAJUÇARA PRECISA DE MAIS 10
O governo estadual não
construiu nem metade dos 54
piscinões (reservatórios de
água da chuva) necessários
para combater o problema
das enchentes na região metropolitana de São Paulo.
A pior situação é a da região
da bacia do rio Tamanduateí,
no ABC, onde falta erguer unidades para conter cerca de
3,5 bilhões de litros de água.
Já a bacia do córrego Pirajuçara, a oeste da capital, precisa
de mais dez piscinões.
A construção dos reservatórios foi iniciada em 1998, durante a gestão de Mário Covas
(1995-1998). A definição dos
locais e tamanhos dos piscinões está prevista no Plano de
Macrodrenagem da Bacia do
Alto Tiête. O projeto foi concluído em meados dos anos
90, pelo Estado e prefeitos da
área metropolitana.
De acordo com o plano, a
região necessita de 54 piscinões para conter 8,4 bilhões
de litros de água. Só para bacia do rio Tamanduateí, no
ABC, estão previstos 37 reservatórios, para o armazenamento de até 6,7 bilhões de
litros de água.
Já a oeste da capital paulista, na região dos municípios
de Osasco, Taboão da Serra e
Embu, está programada a
construção ao todo de 17 piscinões, com capacidade para
contenção de aproximadamente de 1,7 bilhão de litros.
No entanto, cerca de oito
anos depois do início do projeto, os reservatórios erguidos
até o momento têm capacidade para reter menos da metade do volume de água previsto, segundo o Plano de Macrodrenagem, para combater
as enchentes nos municípios
da Grande São Paulo.
Até o final do ano, a capacidade total será de cerca R$
3,9 bilhões de litros de água,
distribuídos entre 20 piscinões
já em operação e quatro a serem entregues ainda neste
mês. O volume representa
46,4% do total previsto.
Na bacia do Tamanduateí,
já foram implantados 15 reservatórios. Segundo a previsão do governo estadual, em
dezembro, a região ganhará
mais duas unidades. Com
elas, os piscinões do ABC terão
capacidade para cerca de 3,2
bilhões de litros de água.
Pirajuçara
Na região do córrego Pirajuçara, estão em operação cinco
piscinões. O governo do Estado promete entregar mais
dois também até o final deste
mês. Os sete reservatórios poderão conter cerca de 700 milhões de litros.
Segundo a administração, o
custo total com os reservatórios passa de R$ 240 milhões.
O órgão responsável pelos
piscinões no Estado é o Daee
(Departamento de Águas e
Energia Elétrica). O diretor de
Engenharia e Obras do Daee
Ubirajara Félix diz que a média de construção de três reservatórios para contenção
das cheias por ano, desde
1998, não é baixa. "Os piscinões são obras de grande
porte, que consomem muito
trabalho e recursos. A média é
muito boa", diz o diretor.
Serra
De acordo com Félix, ainda
não está definido quando começará a construção dos 30
reservatórios que ainda faltam
para completar o plano de
macrodrenagem. Ele afirma
que caberá à equipe da gestão do governador eleito José
Serra (PSDB) escolher onde,
com qual capacidade e quantos piscinões devem ser construídos nos próximos quatro
anos pelo Estado.
O sistema de drenagem da
capital paulista ainda conta
com 16 piscinões municipais.
Eles estão localizados principalmente na região do córrego Aricanduva, na zona leste
da cidade, área que já registrou enchentes históricas.
(Flávio Ferreira)
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