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Zagallo proíbe correria na altitude Por Alexandre Gimenez e Arnaldo Ribeiro 27/06/97 17h32 Agência Folha De Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) Um time que valorize a posse de bola, jogue de forma cadenciada, sem correria e lançamentos longos, e só ataque nos momentos adequados. É assim que o técnico Zagallo quer que a seleção brasileira atue na altitude de La Paz (3.660 metros acima do nível do mar), domingo, contra a Bolívia, na decisão da trigésima oitava Copa América. Isso significa uma mudança de estilo. O Brasil certamente não vai repetir o ritmo alucinante da goleada de 7 a 0 sobre o Peru. Zagallo não quer ninguém gastando oxigênio nem queimando energia à toa, dois ''artigos de luxo'' quando se joga na altura. O treinador teme uma queda de rendimento rápida, um dos principais efeitos da altitude, caso a equipe não consiga dosar as forças. ''Os bolivianos vão sair a 200 quilômetros por hora porque estão acostumados a jogar lá. Nós não podemos entrar nesse ritmo de correria. Temos que tocar bem a bola'', afirmou Zagallo. O técnico disse que espera ''um jogo de paciência''. ''Será uma pedreira. A Bolívia cresceu tecnicamente. O resultado será pequeno e apertado. Nada de goleadas.'' A principal preocupação da comissão técnica é com os mais novos, como Flávio Conceição e Denílson, e com os laterais Cafu e Roberto Carlos. Os quatro costumam correr de forma desenfreada. ''Já sabemos que, no início da partida, temos que ter bastante calma e seriedade nos passes para não cansarmos'', disse Denílson. Com tantas recomendações sobre a altitude, Zagallo só teme criar um ''fantasma'' na cabeça dos atletas. ''Acima de tudo, eles devem ter em mente que vão enfrentar a Bolívia, não a altitude. Não quero provocar uma pressão psicológica sobre o grupo'', disse. Zagallo já se considera satisfeito com o desempenho da seleção na Copa América. ''Vamos buscar esse título inédito, mas já considero a missão cumprida. Conseguimos um padrão tático e o time rendeu até acima das expectativas. Nosso grande objetivo é a Copa do Mundo.''
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