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Mercado imobiliário 'empurra' pessoas para clandestinidade, diz professora

04/06/2000 10h03
da Folha de S.Paulo

Para a professora da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, Erminia Maricato, ex-secretária da Habitação na administração de Luiza Erundina (1989-92), a "invasão é mais regra do que exceção, ao contrário do senso comum".

Maricato afirmou que "o loteamento clandestino é uma péssima válvula de escape para o problema da falta de moradia". Segundo ela, esses loteamentos "são predatórios ao meio ambiente".

Ela disse que as imposições do mercado imobiliário, cujos lançamentos são destinados à parcela da população com rendimentos superiores a 12 salários mínimos (R$ 1.812), empurram para a clandestinidade pessoas da classe média que não têm acesso a financiamentos para adquirir imóveis com melhor infra-estrutura.

A professora Helena Menna Barreto Silva, também da FAU-USP, mostrou em um estudo de 1997 que nos últimos 15 anos a oferta de lotes ilegais suplantou a soma de todas as formas de unidades habitacionais oferecidas pelo mercado privado legal.

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