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Ministro da Defesa nega possibilidade de golpe de Estado no Equador
09/08/2000 17h47
da France Presse em Quito (Equador)
O ministro da Defesa do Equador, almirante Hugo Unda, negou hoje a possibilidade de um golpe de Estado para resolver a batalha política no Congresso nacional, e afirmou que o país ainda se ressente da crise de janeiro passado, quando o presidente Jamil Mahuad foi deposto.
"Poderia dizer, com completa certeza, que apesar da preocupação de todos os equatorianos e das instituições do país em relação à situação atual, nós estamos tratando de nos manter à margem do problema", disse Unda.
Unda analisou com os jornalistas a crise institucional no Congresso, que enfrenta um setor populista de esquerda que apoiou no dia primeiro de agosto a eleição da deputada Susana González como presidenta da corporação, e outro que lidera o PSC (Partido Social-cristão), de direita, contrário a esta designação.
Os social-cristãos fracassaram na indicação de seu candidato, o deputado Xavier Neira, que não conseguiu a maioria dos votos.
O ministro da Defesa assegurou que as Forças Armadas e o ministério da Defesa "não têm competência para se envolver nesse problema no momento". Mas afirmou que a briga parlamentar colocava em risco a estabilidade, o progresso e o futuro do país que - acrescentou -, "pouco a pouco está desmoronando".
Unda admitiu que a crise no Parlamento é outro problema para o país, passados sete meses da deposição do presidente Mahuad, devido à revolta de indígenas com apoio de um grupo de coronéis do exército, mas frisou que não existe "perigo" de repetição de situações semelhantes às de janeiro (Mahuad foi deposto em 21 de janeiro).
O ministro da Defesa assegurou que as autoridades do Estado pensam num sentido constitucionalista e estão convencidos de que o caminho institucional e jurídico "é o único que pode levar a consolidação da democracia".
Unda apelou para que nenhum setor social ou político "faça com que as Forças Armadas se envolvam de um lado ou de outro".
O presidente Gustavo Noboa anunciou na segunda-feira (7) que não reconhecerá como válida qualquer resolução adotada na corporação e que esperará pela decisão jurídica que compete ao Tribunal Constitucional.
Ante esse pronunciamento presidencial, a deputada González respondeu que o governo estava querendo provocar o caos para justificar, inclusive, "um golpe de Estado".
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