30/09/2007
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10h08
Gasolina aditivada mostra benefícios após 30.000 km
ROSANGELA DE MOURA
Colaboração para a Folha de S.Paulo
Optar por pagar até R$ 0,10 a mais pelo litro da gasolina aditivada é uma decisão correta do motorista. É consenso entre fabricantes e reparadores que a diferença significa economia na manutenção do automóvel.
Um carro abastecido com gasolina comum precisa trocar as velas e o filtro de combustível, além de limpar partes do motor, a cada 30 mil quilômetros em média, calcula Antônio Gaspar de Oliveira, consultor técnico do Sindirepa (sindicato da indústria de reparação).
Esses serviços vão custar cerca de R$ 300. É o mesmo valor que gasta a mais, após rodar 30 mil quilômetros, o dono de um veículo que consome 10 km/l ao optar pela aditivada.
Gábor Deák, presidente da Delphi, esclarece que a gasolina aditivada é uma garantia de que o proprietário vai estender a vida útil do motor, e a diferença de preço, se comparada com a comum, torna-se irrelevante.
"A gasolina aditivada ajuda na limpeza dos bicos injetores e na preservação dos componentes do motor, mas não é preciso usar só ela, já que o álcool que existe na comum também tem efeito de limpeza", esclarece Besaliel Botelho, engenheiro eletrônico da Bosch.
O gerente comercial da Magneti Marelli, Eduardo Campos, deixa bem claro que os motores nacionais são preparados para funcionar com a gasolina comum: "A principal preocupação do proprietário deve ser fazer as revisões programadas, abastecer no mesmo posto e fugir de grandes ofertas".
Resistência
Eduardo Sala Polati, coordenador do núcleo de motores e combustíveis da FEI (Fundação Educacional Inaciana), conta que não há diferença em abastecer com gasolina aditivada ou acrescentar o aditivo à comum. "Muitos se sentem mais seguros ao ver o aditivo ser colocado no tanque."
Apesar do consenso sobre os benefícios dos aditivos, nos postos o cenário é outro. A Folha ficou duas horas num deles: dos 30 carros abastecidos com gasolina, 1 foi com a aditivada, e 4, com a "premium". Os demais usaram a comum.
Antônia Bueno, a única a pedir a aditivada, diz que costuma usar a comum em seu Fiat Siena, mas trocou porque o tanque estava praticamente vazio.
Eduardo Oliveira parou seu Jaguar S-Type ao lado de uma bomba "premium". "O combustível com maior octanagem é ideal para melhorar a performance. Durante a semana, uso uma Zafira, que é abastecida só com gasolina comum."