Redução de IPI faz Audi A4 2.0 encarar sedãs V6 mais baratos

Você deve estar estranhando carros tão diferentes colocados como rivais nesta página. Afinal, a Audi sempre teve o nariz mais em pé que o de Honda, Toyota e Chrysler.

Marcelo Justo/Folha Imagem

Audi A4 2.0T teve queda no preço, que caiu de R$ 160 mil para R$ 148,7 mil, com menor IPI

Mas um dedo do governo mudou tudo. A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros até 2.0 fez o preço do novo A4 cair de R$ 160 mil para R$ 148,7 mil, brigando diretamente com os concorrentes equipados com motores V6 (seis cilindros em "V") --que não tiveram redução fiscal.

Eles são maiores e mais potentes que o A4. Nem por isso são melhores. O Audi tem estilo, conforto e bom desempenho para um motor "tão" pequeno. São 183 cv (cavalos) extraídos de um propulsor 2.0 16V com injeção direta de gasolina (FSI) e turbo. Aí está o segredo. Sua potência pode ser baixa --101 cv a menos que a do Camry--, mas o torque de 32,7 kgfm quase alcança o dos V6. E faz o Audi acelerar bem desde 1.500 rpm.

Ele seria mais divertido com o câmbio S-Tronic de dupla embreagem, que a Audi oferece no A3 Sportback e diz não caber no cofre do A4. Mas esse Multitronic (continuamente variável) não compromete. Traz oito marchas simuladas no modo manual e trocas sequenciais por "borboletas" atrás do volante.

O senão fica por conta da indecisão na hora de arrancar. Há uma certa morosidade entre o acelerador eletrônico (sem cabo), a marcha e o motor. Resultado: sem querer, ele dá "pulos" para frente, exatamente quando a turbina começa a entrar em ação.

É desconfortável, ainda mais se você sai dele e entra no Accord ou no Camry. Depois que embala, porém, é só alegria. Aliás, alegria ao abastecer também. Segundo o teste Folha-Mauá, o A4 faz média na estrada de 16,4 km/l. Coisa de Fit 1.4, e de um câmbio Multitronic que deixa o sedã rodar a 120 km/h abaixo de 2.000 rpm.

Pseudoesportivo

Há uma versão de 214 cv, que muda apenas o tamanho da turbina e o mapeamento da injeção. Precisar, mesmo, não precisa, mas nunca é demais.

Afinal, chegar a 100 km/h em 8,5s já é motivo para classificá-lo como um pseudoesportivo. Não pela suspensão, que é bem macia e paga o preço nas curvas fechadas. O A4 rola a carroceria e maltrata os pneus 225/55 R16. Eles são altos, é verdade, mas podem ser trocados por outros de aro 17 na versão mais apimentada do 2.0T.

Se você achar que o Accord, o Camry ou o 300C são muito caretas, com R$ 148 mil, dá para comprar uma Mercedes-Benz C200 Kompressor ou uma BMW 320i, que mudará até julho. Elas andam menos e têm tração traseira, o que, para os puristas, faz toda a diferença.

Novos rivais

HONDA ACCORD
Motor: 3.5 V6 (278 cv) 0 a 100 km/h: 7,9s Consumo (estrada): 13,1 km/l Preço: R$ 144,5 mil

CHRYSLER 300C
Motor: 3.5 V6 (249 cv) 0 a 100 km/h: 9,6s Consumo (estrada): 12,5 km/l Preço: R$ 140 mil

TOYOTA CAMRY
Motor: 3.5 V6 (284 cv) 0 a 100 km/h: 7,6s Consumo (estrada): 11,8 km/l Preço: R$ 145 mil

O carro foi cedido para teste pela montadora

INSTITUTO MAUÁ DE TECNOLOGIA
www.maua.br
0/xx/11/4239-3092