Comentários

Mais resultados: 1 2 3

Comentários de Ronaldo Pignataro
Em 06/11/2008 16h43
Por que temos que ajudar as montadoras?
As últimas novas são que O BCE (Banco Central Europeu) decidiu nesta quinta-feira reduzir a taxa básica de juros na zona do euro em 0,5 ponto percentual, para 3,25% ao ano, e o Banco da Inglaterra ( O BC Inglês ) também decidiu hoje reduzir sua taxa básica de juros do país de 4,5% ao ano para 3%.
E Mantega confirmou R$ 4 bilhões do BB, para ajudar os bancos de montadoras a elevar o crédito aos consumidores. No discurso, Mantega afirmou que o dinheiro é suficiente para garantir as vendas nos meses de novembro e dezembro --após esse período, o ministro disse esperar uma normalização do crédito nesse setor. Haja otimismo.

Enquanto isso, o BC já fez atuações no mercado de câmbio no valor de US$ 39,95 bilhões entre os dias 19 de setembro e 05 de outubro para segurar a disparada do dólar.
Está, portanto, aberta a temporada de ajuda aos pobres ricos.
Corre nessas conversas de botequim, uma lenda em que um certo parlamentar nos idos anos 70, um dia se deparou com uma Mercedez conversível na porta de casa, presente para sua esposa segundo a boca rota de alguns, "só para não mencionar a palavra "ferrovia" no plenário" . Coincidência ou não, nossas ferrovias foram desaparecendo a ponto da CSN única fabricante de trilhos nacionais ter abandonado o negócio.
Trilhos, hoje, só chineses.
A construção das estradas de rodagem, ao contrário, tomaram um ímpeto desenvolvimentista espetacular junto com a indústria automotiva, e hoje nos achamos com os pilares de nossa economia assentados sobre essa coisa... movediça!
Curioso, é que, diferentemente da China, da Índia e da Rússia, nossos parceiros na palavra "Bric" , não conseguimos desenvolver uma indústria genuinamente brasileira, ou se desenvolvemos, foi às custas do trabalho heróico do engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, mas que no final deu atolado na praia do Ceará.
Mas por que temos que ajudar as montadoras?
Segundo alguns piadistas americanos, os EUA devem querer nacionalizar ( sim, nacionalizar, porque lá não é politicamente correto falar em estatização) a industria automotiva para continuar fabricando seus jeeps militares, mas é claro que no Brasil isso não faz qualquer sentido.
Também não faz sentido entupir as saturadas vias de mais veículos, pois olhando o minhocão de longe, mais parece uma imensa composição ferroviária tal como andam engatados os carros. A única diferença é que se fosse um trem, se moveria.
Por que temos que ajudar as montadoras?
Sim, acho que posso responder. Deve ser tal qual a ajuda que o psicólogo, místico ou religioso prestam aos doentes terminais, no final de linha, segurando suas mãos para transmitir uma certa sensação de conforto...

Em Bolsa de Valores
764 opiniões
avalie fechar
Em 30/10/2008 16h53
O Brasil pode ter maioridade econômica de fato, mas psicologicamente está preso à época do império. Diante de tanto barulho não consegue discernir para que lado a banda toca.
Dizem os mestres que o primeiro passo para a reabilitação de um erro é reconhecer que errou, e não estar infantilmente à caça de justificativas, mesmo porque o passado já não interessa, e o tempo é precioso.
A recessão chegou para os EUA e pelo jeito bateu forte para inverter o caminhar de uma economia tão gigante, tão pesada.
Segue o pânico e desespero. O primeiro monstro a enfrentar, a deflação.
A primeira evidência de que o desespero tomou conta, é o corte pelo FED da praticamente inexistente taxa básica de juros, e a segunda derramar mais dólares no mercado global.
A escassez da moeda americana vem forçando os preços (em dólar) para baixo e a tendência do cambio dos parceiros comerciais é, ainda, reforçar menores preços para seus produtos exportados.
Diante disso, veio o ato desesperado de conter a valorização cambial via swap entre bancos centrais, últimos países contemplados: Brasil, México, Coréia do Sul e Singapura. Trata-se de uma operação de crédito em que se tomam dólares a pagar com as respectivas moedas locais.
Não se trata de um acordo, e também não visa conter efeito da turbulência sobre a economia desses países, como se tem noticiado, mas, sim agir sobre o cambio tentando minimizar os efeitos das variações cambiais nas relações com esses países. ( No Brasil, por exemplo, a moeda americana chegou a valorizar perto de 50%, significando que os produtos importados também ficaram mais caros em cerca de 50%).
É ingenuidade pensar que um país em crise estaria a administrar a crise de outros, mesmo que quisesse não lhe sobraria tempo
Enquanto isso, permanecemos sentados à beira do cais a olhar navios, ou melhor, caravelas, ou mesmo moinhos, embora torcendo para que tudo dê certo.

Em Bolsa de Valores
414 opiniões
avalie fechar
Em 29/10/2008 16h41
Sobre a matéria publicada na Folha , sobre as perspectivas de produção e consumo de petróleo nos próximos anos, traduzida de uma eventual minuta do relatório anual da IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) publicada nesta quarta-feira pelo jornal britânico "Financial Times".
A matéria não foi autorizada pela IEA e não pode ser considerada como antecipação de nenhum dado constante no World Energy Outlook 2008 (WEO) a ser lançado em 12 de novembro, como publicado no site oficial da organização:
"29 October 2008
The Financial Times carried a cover page article this morning and a second article on page 4 allegedly reporting on the findings of the forthcoming WEO 2008. This article was drafted without any consultation with the IEA."
Este relatório está sendo muito aguardado. Ele traz um panorama geral da produção, reservas e esgotamento dos poços existentes no mundo e perspectivas de demanda e oferta do óleo em anos vindouros. ou seja, uma idéia de quanto tempo nos resta se mantivermos a nossa atual farra. Se o panorama traçado for de cinza para negro, espera-se que o óleo volte a subir a níveis maiores que o atingido em julho, piorando o atual cenário econômico já em crise.

Em Petróleo
4 opiniões
avalie fechar
Em 23/10/2008 10h37
O olho do furacão é saudado pelo bom tempo que proporciona, mas o ar é sinistramente carregado. Com o passar do olho, o vento volta com igual fúria de antes e em sentido contrário. O que se viu fragilizado antes se verá arrancado depois com a mesma perícia que os mestres de carpintaria extraem um prego.
Após a passagem do furacão só resta aos flagelados, um árduo trabalho de reconstrução.
A atual turbulência no sistema financeiro vem ganhando proporções de furacão, talvez até mais intenso que o que ocorreu em 1930, e o que se especula, não é quando passará e sim, o quão distante do "olho" estamos.
Cresce o temor de que a recessão realmente se instale gerando no primeiro momento um processo deflacionário decorrente da falta de crédito e liquidez no mercado. Sem dinheiro e sem crédito, os preços só podem mesmo recuar, esmagando os lucros do sistema produtivo e inviabilizando empreendimentos, enquanto permanecer a força atuando neste sentido.
Segue um breve período de paz, com a passagem do "olho".
A necessidade de reconstrução num cenário de infra-estrutura desolada, proporcionará o surgimento da força em sentido contrário, a inflação. Essa pode ser perniciosa a ponto de tomar décadas antes que o mundo se organize de novo em algum tipo de progresso sustentável.
Os indicadores econômicos apontam para alguma coisa parecida com a depressão de 1930, mas com um cenário muito menos favorável energeticamente falando, uma população muito maior para um planeta bem mais depredado, além de um povo muito mais cansado.

Em Bolsa de Valores
214 opiniões
avalie fechar
Em 07/10/2008 10h41
O sistema financeiro mundial foi trespassado por uma afiada espada em que um corte pelo estrago pela crise de crédito nos EUA e o outro corte pela crise de energia alimentada pelas sucessivas altas do preço do petróleo. Tudo se tem feito para estancar a hemorragia de bilhões de dólares que derramam e somem pelo ralo, sem, contudo, cuidar da extração da espada, senão empurrá-la ainda mais fundo.
O que ocorre, segundo uma certa facção em que coloco como representante Mr. Matt Simmons, em que o mundo não pode gastar mais óleo do que gasta atualmente porque chegamos a um limite na capacidade de produção. Do outro lado, o sistema vigente, tal como é e que vem sendo aperfeiçoado desde a revolução industrial e que tem como principal motor o contínuo crescimento. Um sistema que simplesmente não funciona para a estagnação e muito menos para a recessão.
Podemos estar chegando a um impasse.
Quem está acompanhando o desdobramento desta crise deve ter percebido que o otimismo desenvolvimentista está limitado pelo custo do barril e o pessimismo limitado pela capacidade humana em sair de crises, embora a atual não encontre precedentes em nossa odisséia.
Ainda não é o fim.
Mas talvez seja o fim da era de maximização de lucros, da busca de cada vez melhores resultados, das aplicações sempre rentáveis, do crescimento a qualquer custo, do consumismo irracional.
A turbulência que toma conta das nações desenvolvidas pode indicar que o modelo de desenvolvimento adotado por elas, simplesmente fracassou ou não funciona mais. Bastou que todo o mundo quisesse copiar, para que o modelo se mostrasse insustentável, ou seja, a vaca foi para o brejo e toda a boiada a seguiu e a crise decorre da falta de espaço no atoleiro.

Em Bolsa de Valores
205 opiniões
avalie fechar
Em 30/09/2008 11h22
Quando dizem que o mercado acionário é como se fosse um cassino, não há realmente nenhum exagero. É permitida a entrada a qualquer instante, existem vários jogos como pode também não colocar dinheiro nenhum, somente fichas. Uma das modalidades preferidas pelos grandes especuladores, por exemplo, é o "day trade" . Como nos cassinos, o jogador entra e sai no mesmo dia com lucro ou prejuízo independente se a bolsa cai ou sobe. Eu explico. Muitos bancos permitem que se aplique valores muito maiores do que o saldo em conta corrente em ações, desde que se feche a posição no mesmo dia, ou seja, se o jogador comprar certas ações a descoberto pela manhã ele terá que vendê-las no final do dia ganhando ou perdendo na variação ocorrida durante a sessão. O bom observador já deve ter percebido que o IBOVESPA costuma dar grandes saltos no final da sessão, e é exatamente por conta disto.. As apostas são feitas em cima de rumores ou crenças que tal empresa vai se dar bem ou mal diante de fatos, boatos, enganos, ilusões ou o que seja. Para ganhar da maneira que descrevi acima é necessária a ascendência no valor das ações durante o dia, assim, por exemplo, o jogador adquire ações da Petrobrás, sabendo ou imaginando que vai haver um anuncio da descoberta de um novo campo em águas abissais a dois mil quilômetros da costa, as ações sobem e ele realiza o lucro no final do dia. Mas é também possível ganhar na descendência. O jogador, por exemplo, entra vendendo as ações da Petrobrás, sabendo que o relatório dos estoques de petróleo nos EUA deverá apontar para uma destruição da demanda pelo óleo, derrubando o preço das ações, recomprando-as mais baratas no final da sessão. Não existe exagero em afirmar que estes grandes jogadores se assemelham aos tubarões que se alimentam de pequenos e pobres inocentes peixinhos.

Em Bolsa de Valores
305 opiniões
avalie fechar
Em 23/09/2008 10h14
Um velho amigo meu, analista de expressões faciais, me disse que tanto o secretário do tesouro americano, Henry Paulson, quanto o presidente do FED, Ben Bernanke, demonstram em suas expressões faciais, que não têm a mínima idéia do que estão fazendo, exatamente o contrário do que disse uma eminente autoridade brasileira, como noticiou a Folha On Line , que o plano de 700 bilhões de dólares, em socorro à crise financeira americana, foi "bem pensado". Sobre tal fato, meu amigo nada conseguiu comentar por ter sido acometido por uma crise incontrolável de risos. Se não fosse trágico para muitos de nossos pequenos investidores que apostaram suas pequenas economias e hoje vivem tormentos em suas ansiedades, eu diria que, plagiando Rita Lee, embora não seja paixão de circo o fogo pelas suas lonas pode ser um caloroso espetáculo. Se fosse no Brasil, tudo se resolveria com uma medida provisória, mas a falta deste instrumento na legislação americana deixa a situação um pouquinho mais complicada.
As vezes a tomada de decisões não é difícil. Por exemplo, é fácil a um capitão de um barco tomar a decisão de abandonar a embarcação estando com a água pela cintura. Na verdade, qualquer criança poderia comandar numa situação como essa, usando toda a sua lógica infantil; é melhor abandonar o barco que ser abandonado por ele. Aliás, uma criança estaria mais bem preparada porque, com certeza, não veria sentido em tentar resgatar duas enormes estátuas de pedra representando dois deuses da Wall Street, Merrill Lynch e Goldman Sachs, além de manter boiando uma terceira com a cara do deus AIG.
É bom lembrar também que estamos próximos da eleição americana e o partido opositor, o Democrata (bom que se explique, que apesar do nome, nada tem a ver com o finado ACM) pode não estar disposto a herdar a difícil tarefa de manter flutuando estátuas de pedra gigantes, por mais engraçadinhas que pareçam.

Em Bolsa de Valores
191 opiniões
avalie fechar
Em 11/09/2008 14h14
Nenhuma surpresa em relação a essa nova elevação das taxas de juros, como também nenhuma criatividade na explicação dos motivos que motivaram este movimento. Como disse Edgard Allan Poe, os deuses teimam em ocultar a verdade em poços profundos, assim, o efeito da elevação das taxas de juros no controle da inflação é o mesmo daquela alavanca dos aviõezinhos em shopping centers em que os infantis julgam estar controlando o "vôo", hipnotizados pelo piscar de luzinhas. Na vida real, o avião embicou para baixo dando a sensação de gravidade zero aos seus passageiros-investidores, e poucos estrangeiros parecem seduzidos por mais esta oferta generosa de ganhos e interromper a escalada da moeda americana. A verdade, ao que parece (visto ela estar no fundo do poço), é que estão decididos a embarcar no trem internacional da recessão, onde somos conclamados a dividir nossos pequenos pertences para mitigar os bilionários prejuízos dos donos do capital mundial.
Uma coisa, porém, é digna de nota em favor dessa nossa esperança em estado terminal de esclerose. A decisão do Copom dessa vez, não foi unanime. Significa que alguém começa a desconfiar que o reparo feito com esparadrapos e band-aids no sistema financeiro mundial não está lá muito confiável. Tomara que este saudável despertar não se alongue a ponto de perder o último suspiro do ultimo sonho possível.

Em Bolsa de Valores
121 opiniões
avalie fechar
Em 05/08/2008 13h55
O presidente do Banco Central de Israel, Stanley Fischer, disse que a velha piada de que o Brasil é o país do futuro está ultrapassada. Segundo ele, o Brasil já é um país do presente. Fiquei preocupado com este dito porque sempre depositei fé neste país e por isso nunca pude entender a piada. Fiquei ainda mais inquieto quando vislumbrei a possibilidade da eminente autoridade estar remodelando a piada para o presente, podendo surgir outra, em tempo futuro, mas nem tão futuro, dizer que o Brasil é um país do passado.
A idéia do presente se fixou em minha mente depois que li Delfin Netto dizer que "o Brasil continua sendo o último peru com farofa disponível fora do Dia de Ação de Graças" e, junto com ela, a exigüidade deste momento de glória presente e o tétrico futuro que se vislumbra com a deterioração de nossas contas externas.
Com toda esta catástrofe que vive os investidores brasileiros na Bovespa ainda é lucro para os investidores estrangeiros. Na última semana de julho de 2008, o jornal, The Economist, mostrou que mesmo depois dos ajustes vividos pela Bovespa, ela ainda rendia, quando comparado com a última semana de 2007 (sete meses, portanto), em dólares + 4,6%, enquanto que todas as outras bolsas por esse globo despencavam. (EUA -12,7% , China -42,3%, Japão -8,5% Eurolândia -17,5%, Espanha -16,1% Rússia -7,3%, Índia -31,0%). Deduz-se disso, senhores, que a situação ainda pode piorar. Aliás, tudo se tem feito para que piore na execução da política monetária e cambial. Para Bresser (em seminário na FGV), "a taxa de câmbio do Brasil é suicida e levará para uma crise de pagamentos em dois ou três anos", ainda com seu velho otimismo, qualificou a política cambial de alucinada. Para Yoshiaki Nakano, "O Brasil continua enfrentando um velho problema: "a combinação de taxa de juros absolutamente elevada e a apreciação da taxa de câmbio", no mesmo seminário. No mesmo evento, o ministro Mantega disse considerar que a valorização do real frente ao dólar está quase no limite do que a economia pode suportar "Se for mais adiante, estamos perdidos". Engraçado que não compareceu ninguém para defender a tal política, a não ser, claro, o autor da própria e as cocotas que trocaram o destino de suas viagens , ao invés de Miami, Paris e os importadores de trilhos chineses..

Em Bolsa de Valores
226 opiniões
avalie fechar
Em 22/07/2008 14h19
Caro Wilson. Se uma pessoa dissesse compreender a formula para antecipar os movimentos das ações da Petrobrás ou estaria mentindo ou de posse de informações privilegiadas ou manipulando o mercado. Para que alguém compre é sempre necessário que alguém venda e ambos acreditam estar fazendo um bom negócio, não é mesmo? Alguns fatores de conhecimento público, no entanto, parecem interferir nas cotações das ações. Uma delas é o preço do petróleo. Preços mais altos do óleo tendem a valorizar as ações das petrolíferas, preços mais baixos tendem a influir de maneira inversa. Outra é a cotação do dólar em frente ao euro. Dólar forte tende a enfraquecer os preços, dólar fraco tende a valorizar. O motivo disto é que as commodities são cotadas em dólar e os investidores buscam proteção contra a corrosão dessa moeda nelas. Como a Petrobrás é produtora de uma commodity , suas ações tendem a valorizar no dólar fraco. Outro fator que interfere na cotação das ações é a política de juros. Juros altos tendem a inibir investimentos. Para maior produção é necessário investimentos, logo, se não há investimentos as ações caem porque haverá menor perspectiva de produção. Lembre-se que a Petrobrás requer investimentos muito elevados para produção em águas profundas. Existe ainda um sem número de outros fatores, como a presença maior ou menor do investidores estrangeiros, perspectivas de crescimento, inflação e cambio. O resultado de políticas equivocadas pode dar em resultados surpreendentes como ser "vantajoso" a venda de minério à China para comprá-lo de volta bem mais caro na forma de trilhos, gastar com uma ida a Nova Iorque somente para comprar enxoval de bebe e assim por diante. Uma coisa, no entanto, parece certa. Como não tem substituto para o petróleo e as economias emergentes continuam crescendo à taxas estonteantes, e não existe sinal ainda da diminuição do despejo de veículos nas ruas já entupidas. De médio para longo prazo o investimento na Petrobrás vai ser sempre um bom negócio.

Em Petróleo
45 opiniões
avalie fechar
Em 18/07/2008 14h36
Hoje foi a noticia de que a bolsa sobe levemente com os resultados do CITI (Citigroup). Os ditos resultados representaram um tombo de 2,5 bilhões de dólares no último trimestre. Mas o que se comemora, o que faz as bolsas subirem, dizem, é que se esperava resultado pior. Então o que é ruim mas que podia ser pior virou, como num passe de mágica, uma coisa boa. Fora a tentativa delinqüente de provocar mais uma bolha aqui dentro com a qualificação "overweight" (sobrepeso, no sentido literal) do Morgan Stanley.
Por isso digo que este mercado é insano. E nesta insanidade reside a ilusão de que o atual insustentável sistema possa algum dia tornar-se sustentável, que poderemos continuar pilhando os recursos naturais para a fabricação de mais e mais lixo como alguma coisa proveitosa. Prega-se o consumismo, o amor ao lixo, e neste frenesi comemora-se atirando dinheiro e crianças pela janela, e ainda se vislumbra coisa pior! O que poderia ser pior? Chegamos à um limite e isto é a única coisa realmente digna de comemoração, neste mundo limitado. Até a insanidade tem limite, senhores.

Em Bolsa de Valores
262 opiniões
avalie fechar
Em 27/06/2008 17h13
Falta pouco para o mundo compreender que um limite foi alcançado. A situação é peculiar, portanto, ninguém vai poder utilizar-se de experiência passada para resolver a atual crise. Também não existe nenhuma fórmula ou estudos anteriores, salvo os fundamentos da lei de mercado. Dois pontos necessitam ser compreendidos; primeiro, não há petróleo suficiente para todos. Isto deve ser provado em novembro quando a IEA (Agência Internacional de Energia, sigla em inglês) emitir seu relatório, resultado de estudos sobre as reservas mundiais e a capacidade produtiva mundial; segundo, o petróleo é insubstituível. Pelos fundamentos de mercado só há dois modos de fazer baixar o preço, ou pela destruição da demanda ou pelo aumento da oferta. Como a produção mundial permanece por volta de 86 milhões de barris diários já por três anos, pode-se deduzir que o mundo está encontrando dificuldades em produzir mais óleo. Isto pode ser visto com mais detalhes no blog Dream in Love. Assim só nos resta a destruição da demanda. Destruir a demanda implica produzir menos veículos via aumento de preços em conjunto com um aumento dos preços do combustível e da energia, implicando no desaceleramento da economia ou recessão. Fora de controle, a forma de destruir a demanda, e é esta que devemos a todo custo evitar, é a inflação (destrói a demanda via perda de poder aquisitivo). Mas a inflação só será evitada se houver uma articulação entre os bancos centrais de todo o mundo para diminuir as pressões inflacionárias mundiais. Não adianta tentar controlar a inflação internamente se ela é imposta pela comunidade internacional. Ou o mais difícil, uma consciência mundial de que devemos economizar, muitissimo difícil no atual modelo de sociedade baseado no consumismo.

Em Petróleo
56 opiniões
avalie fechar
Em 26/06/2008 14h04
O economista chefe do Deustche bank AG, o maior banco da Alemanha, Adam Sieminski, disse que o petróleo a US$ 200 quebraria "a espinha dorsal da economia mundial." Considerando que não falta analista a dizer que o preço do óleo pode até passar dessa marca, então estamos próximo de ver uma economia mundial paraplégica ou mesmo tetraplégica.
Internamente, o país luta para antecipar o dia do juízo quando a autoridade monetária se arrisca a cair do cavalo e fraturar o pescoço em suas investidas contra os moinhos, resultado de sua política quixotesca.
O Dow Jones recua a níveis de 21 meses atrás e atrás dos rebaixamentos promovidos pelo Goldman Sachs ao Citi e à GM, que por tabela dissolve a bolha criada aqui com o grau de investimento. Tudo volta ao que era, ou melhor, depois da bebedeira a turma acorda sóbrio, mas na maior ressaca, e subtraído de alguns pertences.
A deterioração de nosso comércio exterior acelera com a valorização cambial ainda mais profunda, a inflação mundial já beira o centro de nossa meta de inflação interna, o BC aumentou para 25% as chances de estouro, e pelo andar da carruagem, deverá anunciar, daqui a algumas semanas, chances de 100% em estourar 25% ou mais.
Todo este desespero deverá se transformar em pânico quando as cias aéreas não conseguirem mais enrolarem as suas contas com o combustível, obrigando os políticos a atravessarem o final de semana inteiro em Brasília. Por outro lado, se não puderem mais voltar ao trabalho, a coisa pode melhorar.
Temos que nos manter otimistas.

Em Bolsa de Valores
476 opiniões
avalie fechar
Em 17/06/2008 12h18
O dolar enfraquece um pouco no mercado internacional, sendo necessário US$ 1,55 para adquirir um euro. Enfraquece proporcionalmente ainda mais no Brasil quando atinge a marca de 1,61 real. Tal movimento, provavelmente é decorrente da divulgação dos altos indices de inflação americanos que motivaram os investidores estrangeiros a voltar a investir pesado em papeis para se protegerem da corrosão da moeda deles (hedge). Assim, as ações da Vale e Petrobras tendem a inflar puxando o IBOVESPA, criando outra bolha.
Parece, no entanto, que não deve inflar nos níveis já vistos a não ser que o preço do petróleo retome seu ímpeto ascendente.
A inundação do Iowa, fenômeno não visto há 500 anos em amplitude, pressionará as commodities relacionada a alimentos ainda mais, piorando o quadro.
Importante também observar que existe um movimento da comunidade internacional contra os subsídios que certos países praticam para manter o preço do combustível baixo. Dentre eles está o Mexico, Venezuela e China. A esperança dos países desenvolvidos é que retirando os subsídios a demanda esfria retirando um pouca da pressão sobre os preços do óleo.
Altos preços do óleo favorecem as ações das petrolíferas, mas atenção aos níveis dos preços, já estão bem altos.

Em Bolsa de Valores
26 opiniões
avalie fechar
Em 12/06/2008 15h44
Vladimir,
Muitas das matérias da Folha não passam de traduções do que é veiculado na imprensa internacional, sem análise. Se diz bastante lá fora, principalmente na CNN-Money, embora seja discutível, que as oscilações no preço do petróleo se devem, pelo menos em parte, as oscilações do dólar. Bem, a correlação é provada empiricamente porque os índices hoje são atualizados em tempo real. Assim, observou-se que quando o dólar enfraquece em relação ao euro o óleo sobe e o inverso também acontece. Como as commodities são cotadas em dólar, isto é lógico que aconteça. Por exemplo, se o petróleo é cotado a US 100 e o real é cotado a 3 dólares, eu vou precisar de 300 reais para comprar um barril. Porém se o dólar passa a valer 1,5 real eu vou precisar somente de 150 reais para comprar o mesmo barril. Então, neste caso hipotético, ele se tornou mais acessível para mim, e por causa disto eu vou querer comprar mais só porque ele está mais barato, uma barganha, e assim pressionar ainda mais a demanda. Seria uma viagem sob o aspecto de que o petróleo não é uma mercadoria comum, os povos compram somente o que necessitam. Mas existem os especuladores atuando no mercado futuro. Eles compram contratos para fornecimento a prazo, são como atravessadores atentos ás pequenas variações da mercadoria e do cambio. Logo podemos creditar alguma verdade na asserção mas difícil identificar os componentes do conjunto causa-efeito. A verdade é que, e isto vai ficando cada vez mais patente, falta óleo no mercado. A produção mundial está estacionada nos 86 milhões de barris diários já por três anos e a demanda mundial vem crescendo, principalmente nas economias emergentes e, dentre essas, principalmente na China onde o preço é subsidiado.

Em Petróleo
27 opiniões
avalie fechar
Em 12/06/2008 12h07
"O vice-governador de São Paulo e secretário de Desenvolvimento, Alberto Goldman (PSDB), afirmou nesta quinta-feira que o momento atual não é propício para a aprovação da CSS (Contribuição Social para a Saúde) pelo Congresso Nacional."
Esta é um tipo de afirmativa que deve ser ignorada. Sem adentrar muito a detalhes, mas o tal momento propício, por acaso, seria o atual se a autoridade falante estivesse no poder? Claro que aí aconteceria o tal momento propício, então tal declaração não passa de ruído de comunicação.
Claro que somos contra a impostos, só que, neste caso, o imposto que deveria ser extinto, prioritariamente, é o imposto sob forma de tarifas que pagamos para os bancos. Esse sim subtrai muito mais que a CPMF na conta dos mais simples. Se o CPMF ou equivalente, não chega às vias de fato em atenção aos objetivos que motivaram sua criação, isto é um outro problema. Mas poderemos estar seguros que as tarifas só engordam os lucros dos bancos, e no Brasil devem estar entre as mais altas do mundo.
E o fato de que muitos bancos em muitos países não praticarem tarifas de espécie alguma? Um caso a refletir.

Em CSS
44 opiniões
avalie fechar
Em 10/06/2008 09h44
A quem interessa altas taxas de juros?
Evidentemente para quem aplica recursos porque para quem toma não interessa absolutamente essa política.
Quem aplica é a comunidade internacional, então, me parece lógico que ouviremos elogios da imprensa internacional como um estímulo no sentido das taxas crescentes. Ainda, quando as taxas sobem o real é valorizado o que facilita a entrada de produtos importados (eles ficam mais baratos) Também, quando a nossa moeda é valorizada, as multinacionais turbinam seus lucros, na moeda do país de origem, com a variação cambial.
Claro que o aumento da taxa de juros é um mecanismo para controle da inflação. Baseia-se na inibição do investimento na produção e consumo, quando se estimula a poupança. Funciona, sem dúvida, e é uma ferramenta da chamada "política ortodoxa" de combate a inflação. Porém, há limitações. A primeira limitação, e que agrega um bom número de analistas é que o nosso nível de taxas praticadas de dois dígitos(a maior do mundo) está fora do "range" em que alguma variação teria eficácia.
Segundo, a inflação que hoje assistimos não tem raízes internas, então seria o cúmulo da pretensão querer parar a inflação mundial com essa politica-de-fundo-de-quintal, mesmo que ousada e brava, o fim seria o mesmo dos kamikazes. Terceiro, a alta dos juros não é uma ferramenta conveniente pelos motivos em que comecei essa exposição.
Os homens do poder sempre foram sensíveis às bajulações e por elas fazem todo o tipo de "tonterias", mesmo que bem intencionados, se esquecem dos fundamentos e economizam nas justificativas como forma de monopólio do saber e para o sustento da soberba, mas acabam entregando o ouro. O nosso ouro.

Em Juros sobem para 11,75%
9 opiniões
avalie fechar
Em 06/06/2008 16h45
A coisa funciona mais ou menos como um cabo de guerra. Quando Ben Bernancke, presidente do banco central americano, o FED, anunciou que pretendia manter a taxa de juros nos níveis atuais encerrando assim a série de cortes, ele também sinalizou que pretendia manter o dólar forte interna e externamente, ou seja, sinalizou pouca disposição em efetuar a desvalorização da moeda americana.
No entanto, o desequilíbrio com a alta do preço da energia e o enorme déficit dos EUA com o resto do mundo exerce pressão no sentido oposto, o da desvalorização das outras moedas em relação ao dólar. Para que isso seja melhor compreendido, basta lembrar que antes existia uma paridade que era a base do mercado internacional. Hoje esta paridade está atrapalhada pela valorização artificial das outras moedas do mundo em relação ao dólar. Logo para voltar ao equilíbrio anterior somente existiriam duas alternativas. O os EUA desvalorizam sua moeda tal como ocorreu em crises semelhantes como a vivida na década de 80, ou o resto do mundo desvalorizam as suas respectivas. Ora a desvalorização da moeda sempre representa perda na qualidade de vida, inflação daí a resistência de qualquer governo em proceder o ajuste. Quando um país como o Brasil que sinaliza que manterá sua moeda valorizada aumentando os juros, coloca resistência a inflação que está sendo forçada pelo império econômico, mas sem chances de êxito porque o real não tem, nem de longe, o poder de fogo do dólar.
No entanto, quando o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, anunciou que pode subir a taxa de juros na zona do euro, a coisa soou bombástica, jogou o preço do petróleo para o espaço colocando mais pressão para a desvalorização do dólar.internamente (inflação com perda da qualidade de vida dos norte-americanos).
O movimento do preço do petróleo e das bolsas no mundo não passou de uma antecipação de que a coisa apenas está começando e que os EUA vão ter que desacelerar muito ainda.

Em Dólar
74 opiniões
avalie fechar
Em 28/05/2008 17h23
Parece existir uma correlação entre o preço do petróleo e da cotação do dólar no mercado internacional e o preço das ações da Petrobrás. É bom lembrar que as ações da petrolífera são negociadas na bolsa de Nova Iorque.
Quando o dólar atinge cotações mais altas, os investidores tendem a se livrar dos papeis. No movimento inverso, eles tendem a se proteger no mercado acionário contra a inflação (hedge).
A bolsa funciona com rumores, e apostas são feitas em tendências. Essa alta dos papeis da Petrobrás que assistimos hoje se deve a declarações feitas por Richard Berner, da Morgan Stanley's de que o preço do óleo pode chegar facilmente em USD 150 até o final do ano e que altos preços mostram não ser capaz de esfriar a demanda em nações desenvolvidas
Isto faz sentido olhando para o caso do Brasil. Nos EUA , o preço médio da gasolina ainda não chegou a USD 4 o galão, mas nós, brasileiros, pagamos USD 6 o galão faz tempo.
Também, China, Índia e Taiwan mantêm subsídios e demanda forte o que deve manter pressão sobre os preços, principalmente, do diesel. Maiores detalhes estão no blog Dream in Love.

Em Bolsa de Valores
28 opiniões
avalie fechar
Em 20/05/2008 14h27
Os EUA não abdicaram do status de império, a despeito de toda essa crise.
Ao império devemos tributos. Portanto, não podemos nos iludir, toda esta euforia que hoje acontece na bolsa vem com a permissão dos senhorios, ou até mesmo incentivada por eles, como parece ter sido este último evento.
É preciso ter cuidado. Os vassalos não podem ter vida melhor que seus senhorios. O diesel nos EUA subiu 43% em um ano, estando hoje na faixa dos R$ 2,00 o litro, alcançando os formidáveis preços brasileiros. Isso com o dólar desvalorizado como acredita o mega investidor Soros, que por sinal, também joga suas fichas na escalada do óleo. Contudo, a coisa não deve parar por aí. Um certo homem do petróleo chamado T. Boone Pickens, disse que o preço do óleo pode chegar a 150 dólares o barril ainda este ano. Isto depois que a Goldman Sachs soltar que o óleo deve chegar a US$ 200 o barril em no máximo dois anos.
Bush parou de aumentar as reservas estratégicas e voltou a pedir misericórdia ao rei da Arábia, que até ventilou na hipótese em aumentar a produção em 300 mil barris diários, porém o ministro Chakib Khelil, da OPEP, disse que não haverá aumento de produção até, pelo menos, o dia 9 de setembro quando deverá acontecer a próxima reunião do cartel, de acordo com a Associated Press.
O preço do óleo continua a crescer, tendo já passado a marca dos 129 dólares o barril. Uma hora a coisa há de desabar, com os efeitos de inflação e arrocho mundial. Atentos.

Em Bolsa de Valores
105 opiniões
avalie fechar
Termos e condições

Mais resultados: 1 2 3

FolhaShop

Digite produto
ou marca