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Comentários de Ronaldo Pignataro
Em 21/10/2009 12h52
O grande império do consumo continua a ruir.
Está para levar a segunda grande paulada. A tentativa de vender a qualquer custo seus produtos inúteis, tornando-os atrativos pela redução de preço, obtida através da desvalorização cambial, levará o preço das commodities de novo para a estratosfera enquanto o preço dos produtos industrializados serão corroídos pelo excesso de oferta.
Num mundo globalizado, preço baixo de produtos conjugado ao preço alto dos insumos, significa colapso. Agora é saber quando se fará sentir a bordoada.
Pode ser que ocorra antes do carnaval, ficando aí a sugestão para um nome de bloco ou enredo de escola de samba - colapso - ou Kolapso, para dar a arte uma natureza mais surrealista.
Cerveja quente à 50 centavos e a 4 reais as geladas, sem álcool. Ninguém beija ninguém e ninguém passa a mão em ninguém. Trios elétricos só acústicos movidos a carvão. Asa de Águia passará a se chamar Águia de uma Asa Só, e o Chiclete estará definitivamente apartado da banana.
Mas ainda não é o fim.
Porque o moto contínuo do colapso é o piorar do que já se encontra ruim.

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Em 07/08/2009 11h38
A Visa apurou outro lucro fenomenal.
"Esse aumento é reflexo de maior volume financeiro de transações, decorrente do aumento do consumo privado e do uso crescente de cartões como meio de pagamento", comentou a VisaNet.
A receita operacional líquida no trimestre subiu para R$ 862,9 milhões, contra R$ 669,4 milhões um ano atrás.
Claro, que contou com a ajuda de nossos deputados que garantem a inclusão nos preços da parcela cobrada pelos cartões (débito e crédito) a todos os produtos, inclusive os pagos em cash ou cheques.
A companhia, em junho, estreou no pregão da Bovespa com uma oferta pública inicial de ações recorde de R$ 8,4 bilhões.
Isso sim é que empresa sólida.
Na verdade, mais que uma empresa. O faturamento mundial da visa e Mastercard, juntas, deve suplantar o PIB de muitos países e, considerando que eles não prestam serviço algum, tem moeda própria e ainda cobram um percentual sobre os gastos do público, de certa forma podem ser ascendidos à condição de país, já que arrecadam compulsoriamente e tem moeda própria.
Claro que um país dentro de outro é preocupante.
"O governo estuda tomar ações contra a concentração do mercado de cartões de crédito, hoje nas mãos de apenas duas empresas, a VisaNet e a Redecard...", noticiou a Folha. Duas empresas?
Descobri que Visa e Mastercard são uma coisa só quando tive meus cheques de viagem (Visa) roubados (no Brasil, precisaria dizer?) e o atendente(em Londres) me ofereceu Mastercard. "Mesma empresa", disse ele..rs.

Em Bolsa de Valores
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Em 15/07/2009 17h32
Segundo Mantega, o novo pseudomodelo tem maior equilíbrio nas contas públicas e nas contas externas e alguma participação do Estado, além de maior regulamentação financeira e dos bancos públicos.
Isso não tem nada de novo. Este foi o modelo criado após a grande depressão. No entanto, desde o final da segunda grande guerra, o chamado primeiro mundo vem tratando de desregular o sistema financeiro em nome do liberalismo, e a ele vamos seguindo com uma certa defasagem, digamos, uns trinta anos de diferença.
A receita para o caos, vamos seguindo à risca;crédito mais fácil, prazos enormes, tributos reduzidos e crescente endividamento da população.
"É preciso que a gente facilite para que o povo consiga comprar carro. O carro continua sendo, depois da mulher ou, depois do homem, a paixão do ser humano. Quem já tem quer trocar todo ano. Quem não tem quer ter o primeiro", disse o presidente Lula, totalmente contaminado pelo mesmo mal que acomete o Mantega, na defesa de seu programa "Rodinhas Para Todos", durante o anúncio de novos investimentos pela GM do Brasil, hoje, em Brasília.
"Às vezes, o cidadão pensa em ter o primeiro carro antes de ter a primeira mulher. Ele começa a querer ter carro com 14 anos, 15 anos", continuou ele, atarantado, à platéia de executivos da montadora.
Valha-nos Deus! Que virá a seguir?
Um programa de construção de garagens populares?

Em Bolsa de Valores
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Em 15/07/2009 15h43
Agora que a política monetária volta aos trilhos se comportando coerentemente com o desenvolvimento da crise com a redução gradual da taxa básica de juros, chegou a vez da política fiscal entrar em delírio apenas para confirmar a tese de que nada é perfeito. Mantega surtou. Não consegue entender porque o Brasil permanece com expectativa de crescimento negativo apesar do programa "Rodinhas Para Todos" lançado pelo governo, no qual isenta do IPI as montadoras. "Por que a China continua com o crescimento positivo? E a Índia?", perguntou ele ontem ao participar da divulgação de um documento sobre a economia brasileira elaborado pela OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no dia 14 de julho, no qual consta de maneira sutil que o tal programa é uma tremenda furada apesar de defendido veementemente pelas necessitadas de estímulo.
"Os Estados Unidos vêm vivendo há muito tempo com déficit interno e externo. Isso não dá. Nós, aqui, acumulamos reservas e não perdemos na crise. Os países avançados deveriam caminhar para o novo modelo colocado pelos países emergentes", continuou ele na evolução do surto.
-Como poderão os Estados Unidos nos seguir se nós o seguimos- Pergunto eu. Como pode ser isso, a cobra em busca de seu próprio rabo?
Vai ser o Ó!

Em Bolsa de Valores
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Em 30/06/2009 16h08
Não sei dizer quais são os processos cerebrais e químicas resultantes que fazem com que as pessoas vejam "coisas", ou resumindo, o princípio científico das miragens. Mas qualquer que seja ele, parece ter tomado conta de muitos, e Brasília parece deter um dos focos do que pode virar uma pandemia grau máximo em pouco tempo.
O que acontece é, o que parece, o abandono dos velhos compêndios das teorias macroeconômicas e, em seus lugares, o estudo dos livretos "O Segredo" , "A lei da Atração" , "O Universo Conspira a Seu Favor" e outros do mesmo calibre, adotados, agora, com maestria, pelas autoridades que ditam os destinos da economia nesse país.
Não sou contra ao otimismo e nem à teoria da predisposição positiva na boa influência dos acontecimentos, mas o que se vê é uma distorção grotesca da realidade, a negação dela ou da cegueira diante de fatos que lhes batem na cara.
Quantas vezes, por exemplo, o "pior já passou"?
E a "estabilização da queda"?, alguém já ouviu falar em queda estável? Vi essa invenção na Folha On Line, mas tiraram a matéria do ar antes que eu pudesse copiá-la, ou exibir aqui o link. A realidade é que o ritmo de piora permanece inalterado ou o fundo do poço mais embaixo, nada de estabilidade.
"A minha posição é de que nós precisamos transformar isso em uma política permanente", disse Lula. Disse isso a respeito da política de redução de IPI para os veículos, mas falta pouco para esse governo assumir que a política é a arte de bem governar as elites e não os povos, que a provisão de recursos é infinita, e que o futuro um mundo em que todos teriam quatro rodinhas, mais redondas as dos chineses, e as nossas mais ovais.

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Em 28/05/2009 17h27
As duas preocupações do presidente Lula, noticiadas, uma, com relação ao cambio que volta a estar valorizado com prejuízos para o setor exportador e a outra, com relação à CPI da Petrobrás, são, na verdade uma, Petrobrás.
A Petrobrás é uma empresa de futuro. Não no sentido normalmente interpretado, mas com o declínio natural das reservas mundiais do óleo, deve sobrar ela, entre poucas outras exploradoras, acostumada ao óleo difícil, extraído quase a conta-gotas, em águas extraordinariamente profundas.
Todo o mundo já percebeu isso, menos aqueles que deveriam. A empresa freqüenta o NYT, o "Financial Times" e outros periódicos importantes por esse mundo cada vez menor.
O fato é que, como já disse Delfim Netto, o Brasil continua sendo o último peru com farofa disponível fora do dia de ação de graças. Pouco risco e retorno generoso para os aventureiros que aqui desembarcam com malas abarrotadas de verdinhas de olho grande na iguaria.
Preparemo-nos, então, para um novo ataque especulativo à Petrobrás.
Tirar o ímpeto desses senhores especuladores continua a principal questão. Como dispensar os dólares se a economia mundial se encontra totalmente dependente deles?
Que ébrio dispensaria a garrafa?
Falta estratégia ao Brasil, para dizer o mínimo. As medidas do Obama no sentido de melhorar a performance dos veículos, sinalizam para uma visão de escassez em tempo próximo.
Aqui continuamos impregnados pelo pensamento da provisão infinita, desses que vemos estampado nos livros de auto-ajuda.
E assim vamos queimando rapidamente nossas maiores riquezas, construindo templos de desperdício, tomados por essa cegueira maldita.

Em Bolsa de Valores
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Em 26/04/2009 21h40
Parabens ao xara!
Como mineiro sou Cruzeiro, time de onde Ronaldo saiu.
Embora eu me interesse bem pouco pelo futebol, a camisa 9 da seleção com meu nome estampado às costas eu gosto muito de usar.

Em Corinthians
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Em 13/04/2009 17h27
É salutar a disposição da imprensa em alertar, como recomendar que os investidores sejam bastante cautelosos neste momento, pois a elevação das Bolsas de Valores no mundo nas últimas semanas pode não ser o início de um novo ciclo de ganhos no segmento financeiro.
Nunca é demais um reforço que venha fortalecer a prudência.
Alguns "analistas" vislumbram uma recuperação em tempo próximo, mas resta sabermos a que recuperação se referem. Se for aquele estado reinante anteriormente à crise, marcado pelas escandalosas orgias em Wall Street com todos aqueles bônus indecentes e lucros exorbitantes, esqueçam. Impossível voltar ao que era. Recomendo a esses fantasiosos o vídeo "Capitalism Hits The Fan" do competente professor Richard Wolff.
Atentem que o sistema financeiro criado pelos Estados Unidos que nos apressamos em copiar é baseado no egoísmo. Isto quer dizer que, o pensamento "se eu me der bem, dane-se o resto" é a chave para o funcionamento redondo do sistema.
Não estou exagerando nem um pouquinho.
Assim, toda essa montanha de dinheiro indo do governo para as instituições é para, primeiro, sanear as contas particulares dos dirigentes, e dane-se a instituição. As companhias que, na verdade já morreram, são mantidas em estado zumbi o tempo necessário para que os ricos garantem seus castelos, aviões e iates, e depois aí oh! para vocês.
Este é o caso da defunta GM. Depois dessa, outras virão na seqüência.

Em Bolsa de Valores
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Em 06/04/2009 10h13
Eu deveria mesmo escrever um roteiro cinematográfico. Gostei da idéia. Tenho dúvidas, no entanto, quanto ao gênero do filme. Poderia ser um desenho animado, onde uma grande festa é realizada pelos bichos em comemoração ao fechamento de mais uma unidade do matadouro Independência em que quatro mil alminhas desses bichos deixam de ser arrancadas de seus corpos para o consumo das carcaças pelos humanos, mas creio que ficaria pesado demais ao ter que mostrar esses antros de extermínio em série.
A realidade é mais divertida. Vide a reunião do G20. Os chamados "estadistas" estavam tão orientados quanto uma porção de formigas que se deparam com uma montanha de água. Efusivos apertos de mão, declarações de amor e cifras astronômicas, mas ninguém com a mínima idéia do que estava fazendo ali. Resolveram o problema financeiro mundial em dois dias, mas o interessante é que quando voltarem aos seus postos de trabalho continuarão a alimentar os mesmos problemas como o vem fazendo nesses últimos trinta anos, criar dinheiro sem lastro no trabalho. Não leram Karl Marx.
Sim, estes vivem a verdadeira utopia, uma tragicomédia. Poderíamos incluir uma cena, em que, de repente, acorda o Meirelles e pergunta - De onde vou tirar tanto dinheiro? - E a turma cai na gargalhada.
Uma equação simples ainda não foi sequer abordada. Como vão fomentar o consumo se os consumidores vêm perdendo seus empregos?

Em Bolsa de Valores
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Em 26/03/2009 10h30
A crise é de consumo e foi deflagrada pela nação mais rica e consumista do mundo. Um povo que, se economizasse 10%, quase que daria para sustentar com o que deixou de gastar, o consumo de todo o nosso país.
A crise é, portanto, de consumo de bens de luxo, principalmente. Toda uma série de produtos inúteis, supérfluos, que com eles os ricos não querem mais gastar, por se acharem menos ricos atualmente.
Compreensível.
No entanto, as indústrias de quinquilharias e bens de lixo não conseguem compreender este fato singelo, muito menos os governos que incharam suas estruturas com toda a sorte de empregos idiotas, e agora se vêem subtraídos em arrecadações, tornando toda a estrutura insustentável.
Daí ter surgido o mantra; comprem, comprem, comprem.
O primeiro a ter lançado tal mantra, que na língua de origem é shopping, shopping, shopping, foi George W. Bush logo após os ataques às torres gêmeas em onze de setembro.
Naquela época, com o medo suscitado pela onda de terror, o encolhimento da economia americana foi dramático, obrigando o último presidente daquele país a freqüentar as redes de comunicação com o famoso mantra ao invés de mensagens de luto e solidariedade aos parentes das vítimas, parecendo ainda mais insano do que deveria ser, a julgar por aquele sorrisinho idiota pouco tempo após a tragédia.
Nosso Lula, também ensaiou o mantra comprem, comprem, comprem, em tempos recentes, mas a única resposta que obteve foi um outro, greve, greve, greve.
Coisa também compreensível para a nossa realidade.
"A situação é extremamente preocupante e difícil. É o primeiro revés em mais de 50 anos para o crescimento mundial", declarou Strauss-Kahn em uma reunião em Genebra da OIT (Organização Internacional do Trabalho) na segunda-feira passada, em uma referência à previsão do FMI de uma contração da economia mundial em 2009 de entre 0,5% e 1%, divulgado no evento.
"É preciso agir agora estimulando a demanda, porque as políticas monetárias atingiram seus limites", concluiu. Ou seja, mais uma personalidade a entoar o mantra, comprem, comprem, comprem.
Enquanto isso, o grito do planeta, doente, é poupem, poupem, poupem, provando que a falta de visão não é a única deficiência dessa galera.

Em Bolsa de Valores
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Em 17/03/2009 17h30
Imaginem que a humanidade, em um processo individual, tenha se conscientizado de repente da inutilidade de grande parte dos produtos que consome.
Imaginem, só por um momento, que pessoas, em número crescente, começassem a controlar o peso e baixar a taxa de colesterol, e por causa disso, abolissem as carnes de seus cardápios diários.
Imaginem o que aconteceria, se os ricos ao invés de trocar de carro todo ano, trocassem de três em três anos, a classe média de cinco em cinco, e assim por diante, preocupadas, talvez, pela escalada dos preços dos combustíveis, pela poluição ou mesmo pela falta de espaço para mais um carro na garagem.
Talvez os paulistanos, em dado momento, se sintam furiosos em ter cinco carros na garagem, um para cada dia da semana, por causa de um trânsito cada vez mais intenso, e sem mais espaço para pontes e viadutos. E ainda, pagar IPVA integral de um veículo que só pode trafegar em determinados horários e em determinados dias da semana.
O que aconteceria com a economia?
Com menores vendas as indústrias automotivas entrariam em crise, e por efeito dominó, essa crise seria transmitida para a indústria de autopeças, para o aço e para a energia. Com menor procura pela carne, que é uma commodity, seu preço despencaria junto com aço, que é outra commodity.
Neste processo, as pessoas se mudariam para locais mais perto do trabalho, ou do metrô, haveria uma desvalorização de imóveis nas regiões suburbanas. Haveria demissões pela indústria, queda de seus papeis nas bolsas de valores, e as famílias não mais podendo honrar seus compromissos, pela perda do emprego e vendaval em suas economias, levaria a crise ao sistema financeiro.
Não tem nada demais em imaginar que estas coisas poderiam acontecer, como aliás, de fato acontecem, só que se atribui a fatores outros e explicados por fórmulas matemáticas. Porém a crise é de consumo.
O mundo está consumindo menos, gastando menos energia, e isto é terrível. Terrível para quem?

Em Bolsa de Valores
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Em 04/03/2009 15h33
Não se pode dizer que o capitalismo seja perfeito, mas foi o mais adequado, principalmente no pós-guerra, por alavancar uma recuperação rápida de nações arrasadas economicamente, e promover um estrondoso desenvolvimento mundial num período pequeno, pouco mais de 50 anos.
Duas características deste sistema foram primordiais e responsáveis por todo esse sucesso. A primeira é que o sistema funciona como uma bolha em que os lucros realimentam o sistema, e a segunda a contínua expansão, ou da onipresença do "quero mais".
O sistema mantém seu equilíbrio pelas leis de mercado e sua sensibilidade em função da atividade especulativa. Assim, seria impensável a existência do capitalismo sem os especuladores, eles são como sensores que propiciam rápido ajuste do sistema quando ocorre algum fator de desequilíbrio no mercado, como por exemplo, uma quebra de safra.
Mas neste mundo, não se pode preconizar a eternização de nada, muito menos de um sistema. Assim, existirá um momento em que o sistema não será, simplesmente, o mais adequado, como pela entrada em cena de fatores, que o tornarão desaconselhável ou mesmo nocivo, tendo em mente o bem-estar da humanidade.
Dentro de um mundo limitado, nada pode crescer indefinidamente. Haverá um momento em que a coisa tenderá a ficar maior do que o que a contém. Logo, muito antes que isso ocorra, deverá acontecer uma desaceleração e depois uma estagnação ou mesmo uma recessão, se descoberto que já avançamos em demasia.
Se houvesse uma central mundial que coordenasse o crescimento global, muitos alarmes e luzes vermelhas já estariam emitindo seus sinais. Já estamos cientes, embora não conscientes, que consumimos 20% a mais do que a Terra pode repor, e o mais assustador é que esse número vem crescendo rapidamente. "Comemos" boa parte do planeta em apenas poucas décadas.

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Em 27/02/2009 17h08
Sempre que abro a página de meu banco pela internet aparece lá que tenho uma linha de crédito pré-aprovada de x reais à taxa módica de 1,89% ao mês.
Interessante que o valor x corresponde ao saldo de uma pequena poupança que tenho com o banco, e claro que, quando fui investigar, parece existir mecanismos que assegurem a poupança como garantia do empréstimo oferecido. No frigir dos ovos o banco faz a intermediação entre a pessoa e ela mesma lhe cobrando uma polpuda taxa para que ela tenha acesso às suas próprias economias. A oferta é perturbadora por levantar a seguinte questão: haveria alguém propenso a remunerar o agente financeiro (nem estamos discutindo o valor das taxas) para utilizar suas próprias economias? Sim, deve ser a resposta, a oferta não permaneceria no ar se não rendesse resultados.
Os agentes financeiros gostam de denominar ofertas deste tipo como "produtos". A origem é arquetípica. Produtos dão a idéia de mercadorias em que haja trabalho humano e, portanto, passíveis de que lhe sejam atribuídas um valor na visão acertada de Karl Marx. No entanto, o próprio pensador preconiza que uma mercadoria para ter um valor necessita ser de alguma utilidade. Então, literalmente, as instituições só estão realmente oferecendo crédito a quem não precisa dele e esses "produtos" inúteis, como uma forma cabal de aumentar os lucros a partir do nada, um embuste que vem aderindo aos contornos da confiança, fazendo com que todo o sistema faça água.
O patamar dos juros hoje permite que os bancos captem a 6% e emprestem à taxa Selic sem nenhum risco já que o tomador é o próprio governo, ou seja, com um só computador dá para operar um banco lucrativo fazendo somente uma operação.
Mas não poderiam ficar só nisto, cobram até excedente na utilização de caixas eletrônicos, tarifas malucas, e por aí vai.
E foi.
Uma enorme bandeira de certo banco na frente do trio elétrico da Timbalada, a música era outra, mas a que eu ouvia era um refrão muito divulgado nas rádios locais como parte do comercial deste banco:
E vinha o "i"
depois o "a"
E depois o "uuuu" ....... sugerindo rimas óbvias para a alegria de Joãozinho.

Em Bolsa de Valores
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Em 23/01/2009 16h21
Não sei quem poderia ter descoberto primeiro, se eu ou a revista "The Economist", o índice Big Mac pode fornecer uma medida bem precisa de como anda a saúde da política cambial de um país. A notícia divulgada pela Folha On Line, de que o Brasil, que tinha no ano passado um dos Big Mac, o famoso sanduíche da rede McDonald's, mais caros do mundo, agora tem um preço menor que o cobrado nas lojas americanas em 4,24%, mostra que o cambio brasileiro está ajustado, levando-se em consideração que variações de 5% para mais ou para menos estariam dentro de uma margem razoável de segurança.
Antes da valorização do dólar o reles sanduba, rico em colesterol e pobre em nutrientes, que como eu, outros hispânicos tinham como a única refeição do dia em Miami, estava custando aqui US$ 4,73, em julho passado, enquanto era devorado por US$ 3,54 na terra do Obama, um ágio de 33,61% !
Engraçado, que nem precisaria ir a Miami. Bastaria abrir a revista The Economist para a constatação de que o câmbio estava totalmente defasado. Isso perturbou por tempo considerável o nosso comércio exterior onde, a exemplo do sanduíche, nossos produtos custavam os olhos da cara para os gringos, mas a quem realmente sofre da falta de visão não são eles. Tanto a Rússia, como a China e a Índia estão com preços bem menores, tornando o Brasil um dos destinos de toda a sorte de quinquilharias exportadas por esses países, 90% lixo. O que fazer, intervir no mercado para subir mais um pouco a cotação da moeda? Estamos fazendo o inverso, queimando nossas reservas.
Verdade seja dita. Uma maior valorização do dólar iria estrangular ainda mais o país epicentro da crise. Isto tem preocupado um velho mago das finanças, ex-presidente do Fed, chamado por Obama para dirigir o importante Comitê para Recuperação da Economia, Paul Volcker. Como bem analisou Bernardo Kucinski,
"A desvalorização (do dólar) tem também a enorme vantagem de dar um calote disfarçado na gigantesca dívida americana de 4 trilhões de dólares. Será esse o mico que Volcker tentará passar para o resto do mundo? Alguns analistas americanos dizem que ele já está estudando com o FED uma política de estimulo à inflação. Maior inflação nos Estados Unidos do que no resto do mundo é o primeiro passo para desvalorizar o dólar."
Façam suas apostas.

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Em 16/01/2009 10h45
O Copom, para ser coerente com o desenvolvimento da crise econômica teria que reduzir os juros em alguma coisa próxima dos 3%, mas deverá reduzir em 0,0000025% ou menos para manter a coerência consigo mesmo. Na verdade, diante da situação a que levou não faz muita diferença É que, ao contrário do que muitos pensam, esse instrumento da política monetária não funciona como uma alavanca em que a atuação produz resultados visíveis e imediatos, e sim como um medicamento a que se ministra na ocorrência de alguns sintomas em que se espera um resultado lento e gradual.
Ocorreu, que ao invés de medicamento ministraram veneno, talvez por certa confusão nos rótulos ou na identificação correta dos sintomas.
O certo é que reduzir dosagem de veneno não faz lá muito sentido. O que se queria obter, uma maior sobrevida do paciente já em estagio terminal?
E ainda parece incrível que ainda exista analista a fixar algum número para o crescimento de nosso PIB nesse ano, se ainda não dispomos de uma sinalização sobre os rumos que a política concernente ao crédito e juros, julga-se não ter sido nem mesmo alinhavada relegando estes analistas na condição de simples palpiteiros jogados ao acaso.
Enquanto isso, dona de uma política bem mais coerente, a China deve cortar pelo meio seu habitual crescimento, mas ainda sustentando uma invejável taxa de 6,5% enquanto uns afundam e outros permanecem perdidos.
Ano chato vai ser esse 2009, tomara que acabe logo.

Em Bolsa de Valores
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Em 05/12/2008 11h19
A questão hoje é verificar se existe maneira de salvar os ingredientes se a maionese começar a desandar. A questão central é a gema, e se a maionese fosse a economia, o cerne do ovo seria a taxa básica de juros, a SELIC.
O SELIC - Sistema Especial de Liquidação e Custódia - é o depositário central dos títulos da dívida pública federal interna. Em última análise é a rentabilidade mínima do capital que tem garantia governamental. Empreste para o governo e ele devolve seu capital acrescido da taxa SELIC vigente, hoje em 13,75% ao ano.
Sabe-se que o óleo e a água não se misturam. Como isso acontece na maionese?
O segredo está na gema, que serve de ponte entre dois líquidos. Ela tem lecitinas, moléculas com afinidade tanto pela água como pelo óleo.
Sabe-se, também, que não se misturam, o especulador, aquele que pretende ganhar a partir do nada, com o trabalhador, aquele que espera ganhar pelo suor de sua camisa. Então quando se é oferecida uma taxa elevada é um convite à especulação, e o contrário um convite ao investimento.
No entanto, o governo não está somente querendo captar, para financiar seus gastos, recursos na moeda local. Claro, inserido como está no mercado global, quer promover o desenvolvimento com a importação de tecnologia e produtos que de alguma maneira beneficiem o público nacional. Isto, em adesão à nossa metáfora, pode ser comparado aos temperos que se adicionam à mistura, como o limão, mas que trazem junto quantidades de óleo e água em proporções diversas.
Falando como gourmet(não há quem não seja), recomendo que a maionese comece a ser batida pelo vinagre, limão ou óleo. Coloque então algumas ervas como salsa e cebolinha, bem picadas. Só depois entre com a gema e, pouco a pouco, com o azeite.
O dólar em baixa no mercado internacional fez com que os investidores procurassem alternativas de ganhos nos mercados emergentes, como forma também de se proteger contra a corrosão da moeda. Os recursos, que aqui chegavam, eram trocados pelo real cada vez mais forte e remunerados pela taxa Selic, cada vez mais alta. Existia a confiança que era como o batedor da mistura até que...desandou.
"Quero pedir para que a gente retorne à atividade econômica com uma certa normalidade. Por isso, atendemos imediatamente à indústria automobilística, porque ela representa 24,5% do PIB industrial." (Suposta fala do presidente Lula em reunião com Meirelles e Mantega - Correio Braziliense 04/12).
Ao que parece, os recursos, em última instância, repassados aos bancos das montadoras para o crédito, foram canalizados para o mercado cambial, afinal a valorização do dólar vem a passos muito mais largos que qualquer Selic + juros extorsivos, o que definitivamente prova que apagar incêndio com gasolina ou óleo não é adequado, assim como muito óleo na maionese, como veremos a seguir.
Se a maionese desandar, não tente salvar as coisas colocando mais óleo. Coloque água. O creme desanda porque há pouco espaço para as gotículas de óleo e elas, na falta de espaços vazios, acabam por se chocar. A água resolve o caso, ao abrir mais espaços.
Último conselho: quanto menos gema, melhor. Ela só é necessária em pequenas quantidades e o excesso prejudica o gosto do produto final.
Bom, espero que no final de tudo isso nossa equipe econômica tenha aprendido a, pelo menos, fazer maionese.

Em Bolsa de Valores
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Em 28/11/2008 14h23
"O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, exaltou nesta quinta-feira a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros, que conseguiram manter o sistema bancário local afastado do epicentro da crise financeira global. "A prudência compensa", disse Meirelles em discurso no jantar anual da Febraban (Federação Brasileira de Bancos)."

O que teria querido dizer a eminente autoridade com as assertivas acima?

Exaltou a forte regulação e o provisionamento.

Segundo o Aurélio, quem exalta torna alto, sublime, grandioso, alguma coisa. No caso, o que a autoridade diz ser grandiosa ou sublime é a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros. Podemos entender que a regulação é efetuada pelo BC, só que aí deparamos com o primeiro entrave em nossa análise; qual seria o objeto da exaltação?
Descartada a hipótese que o presidente estaria a exaltar si mesmo, nos resta somente a de que ele estaria a exaltar, na posição de presidente da instituição reguladora do sistema financeiro nacional, o bom trabalho das entidades reguladas em se auto-regular e no tocante à questão do provisionamento.

Mas o que seria provisionamento?

O nosso habitual socorro, o Aurélio, falha em nos transmitir o significado de tal vocábulo. Talvez tenha sido inventado em função de algum tempero excêntrico presente nas iguarias servidas no jantar.
O que nos salva, contudo, é que a raiz da palavra é conhecida, e tem a ver com provisão.

A idéia coloquial de provisão é de abastecimento, fornecimento, sortimento, provimento, mas no caso, conhecido o ambiente contábil em que se desenrolava a conversa, a idéia é de separação de um valor para uma determinada conta, como na "provisão para devedores duvidosos" em que se separa um valor que se acredita perdido mas que ainda os custa a admitir o fato.

A dificuldade, agora, em nossa análise é que a provisão, qual como é definida, sempre antecede o que se quer prover, ou antever um valor para. Assim, é desprovido de qualquer sentido o fato da provisão acompanhar o que se quer "provisionar", como o ilustríssimo senhor deixou a entender em sua fala:

"Meirelles ainda defendeu, durante seu discurso, que o Brasil poderia ter um sistema de provisionamento de crédito que acompanhasse a concessão deste crédito. Atualmente, os bancos fazem o provisionamento de acordo com o tipo de financiamento dado e com o nível de risco que considera ter ao fazer a operação."

Contabilmente, o financiamento é que teria que acompanhar o "provisionamento".

Contudo, analisando no contexto e atento à chave "A prudência compensa" o Sr. Presidente, de fato, elogia a atitude dos bancos em se expor menos a riscos, separando uma parcela (provisão) menor do dinheiro disponível para financiamentos e empréstimos apesar dos tentadores ganhos prometidos pelas taxas de juros (prudência).

Embora, se saiba que menos dinheiro para o financiamento do desenvolvimento significa mais dinheiro para a especulação e para outros fins menos nobres, a seguir passam para as apostas em quanto deverá crescer o país em 2009, apesar de todos esses entraves.
"Já o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse durante a sua fala que as conseqüências da crise são menores no Brasil, inclusive na comparação com os demais países emergentes. Por esse motivo, continua mantendo a sua aposta de que o PIB (Produto Interno Bruto) crescerá 4% em 2009.
A maioria dos analistas apostam que o PIB ficará em 3%, segundo o último boletim Focus, do Banco Central. "É uma meta ambiciosa, mas exeqüível", disse o ministro."
Qual seria a aposta do ministro, 3 ou 4% ?
Outra coisa a lamentar é a redação dos jornais. Ao final da leitura, a impressão que se tem é que ficou um espaço em branco na memória.
Mas é só impressão porque, em raros casos, existe alguma matéria que a inteligência aproveite.

Em Crise nos EUA
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Em 28/11/2008 13h45
"O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, exaltou nesta quinta-feira a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros, que conseguiram manter o sistema bancário local afastado do epicentro da crise financeira global. "A prudência compensa", disse Meirelles em discurso no jantar anual da Febraban (Federação Brasileira de Bancos)."
O que teria querido dizer a eminente autoridade com as assertivas acima?
Exaltou a forte regulação e o provisionamento.
Segundo o Aurélio, quem exalta torna alto, sublime, grandioso, alguma coisa. No caso, o que a autoridade diz ser grandiosa ou sublime é a forte regulação e o provisionamento dos bancos brasileiros. Podemos entender que a regulação é efetuada pelo BC, só que aí deparamos com o primeiro entrave em nossa análise; qual seria o objeto da exaltação?
Descartada a hipótese que o presidente estaria a exaltar si mesmo, nos resta somente a de que ele estaria a exaltar, na posição de presidente da instituição reguladora do sistema financeiro nacional, o bom trabalho das entidades reguladas em se auto-regular e no tocante à questão do provisionamento.
"Meirelles ainda defendeu, durante seu discurso, que o Brasil poderia ter um sistema de provisionamento de crédito que acompanhasse a concessão deste crédito. Atualmente, os bancos fazem o provisionamento de acordo com o tipo de financiamento dado e com o nível de risco que considera ter ao fazer a operação."
Mas o que seria provisionamento?
O nosso habitual socorro, o Aurélio, falha em nos transmitir o significado de tal vocábulo. Talvez tenha sido inventado em função de algum tempero excêntrico presente nas iguarias servidas no jantar.
O que nos salva, contudo, é que a raiz da palavra é conhecida, e tem a ver com provisão.
A idéia coloquial de provisão é de abastecimento, fornecimento, sortimento, provimento, mas no caso, conhecido o ambiente contábil em que se desenrolava a conversa, a idéia é de separação de um valor para uma determinada conta, como na "provisão para devedores duvidosos" em que se separa um valor que se acredita perdido mas que ainda os a custa a admitir o fato.
A dificuldade, agora, em nossa análise é que a provisão, qual como é definida, sempre antecede o que se quer prover, ou antever um valor para. Assim, é desprovido de qualquer sentido o fato da provisão acompanhar o que se quer "provisionar", como o ilustríssimo senhor deixou a entender em sua fala:
"Meirelles ainda defendeu, durante seu discurso, que o Brasil poderia ter um sistema de provisionamento de crédito que acompanhasse a concessão deste crédito. Atualmente, os bancos fazem o provisionamento de acordo com o tipo de financiamento dado e com o nível de risco que considera ter ao fazer a operação."
Contabilmente, o financiamento é que teria que acompanhar o "provisionamento".
Contudo, analisando no contexto e atento à chave "A prudência compensa" o Sr. Presidente, de fato, elogia a atitude dos bancos em se expor menos a riscos separando uma parcela (provisão) menor do dinheiro disponível para financiamentos e empréstimos apesar dos tentadores ganhos prometidos pelas taxas de juros (prudência).
Embora, se saiba que menos dinheiro para o financiamento do desenvolvimento significa mais dinheiro para a especulação e para outros fins menos nobres, a seguir passam para as apostas em quanto deverá crescer o país em 2009, apesar de todos esses entraves.

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Em 21/11/2008 16h59
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse nesta sexta-feira que o pior da crise já passou, e que a turbulência na economia mundial está em nova fase, marcada pela recessão de países desenvolvidos, como Estados Unidos, membros da União Européia e Japão. Ela disse que hoje está melhor porque não vemos mais grandes bancos quebrando (se bem que ela aí faz uma ressalva, dizendo que não estão mais quebrando porque já quebraram). E assim ela resolveu a crise de forma simples como quem coloca roupas sujas na máquina de lavar, fecha a tampa e pronto. Hummm.
Creio que as falas das autoridades são objeto de um estudo à parte, às vezes são realmente espantosas e até mesmo divertidas de tão inocentemente descabidas. Vai ver que a ministra se postou na praia esperando que a crise viesse pelo mar, e como não a viu chegando acompanhada de ares marinhos, passou, então a acreditar que já tenha passado, como o trem de Jaçanã.
Como a matéria a que se trata, nada tem a ver com o cancioneiro popular, voltemos à realidade fria.
O que vemos é o alastramento da crise pelos cantos do globo enquanto ela ainda amplia seus efeitos no epicentro. Nos EUA o monstro da deflação desferiu os primeiros golpes nos heróis do noroeste lançando-os fora de seus cavalos de aço e ainda ameaçando a fortaleza de Detroit. Os analistas, que mais parecem magos, tentam visualizar algum termo por além das brumas, no tempo, não chegando a nada menos que 14 meses em que ainda se deve predominar o atual "mist". Eles ainda antevêem os tentáculos da besta atingindo os que se diziam imunes.
Traduzindo, já colocam fichas na possibilidade do Brasil entrar em recessão em meados de 2009 com o desembarque por estas paragens de um filhote do monstro que hoje combatem lá, e que pode encontrar bom alimento por aqui, ou seja, a desvalorização que tomou conta dos papeis em bolsa poderá passar a corroer também os chamados ativos reais, representados pelos bens móveis e imóveis.
Se vamos, de fato, entrar nessa ninguém pode dizer, mas convenhamos, tudo se tem sido feito para que o pior aconteça na forma de uma grande festa de núpcias.

Em Bolsa de Valores
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Em 14/11/2008 09h38
O grande problema desses planos de resgate é, que conhecendo um pouco da natureza humana, uma operação deste tipo tende a se transformar em buraco negro.
Depois de ajudar os bancos, formou-se rapidamente uma fila que vem aumentando de tamanho de forma estonteante e de final incerto, podendo culminar estar todo o país disputando por um lugar nessa fila como na outrora sopa do Zarur.
Isto, apesar do país ter antecipado a ajuda aos bancos,de antes da crise, permitindo a cobrança de juros escandalosos e tarifas indecentes e ter durante muitos anos sustentado as empreiteiras que, organizadas em cartel, manipulavam os resultados das licitações mantendo os preços em patamares ultrajantes, e as multinacionais banido qualquer ameaça de existência de uma montadora genuinamente brasileira O ciclo da baderna se fechava na majoração dos velhos impostos e não bastando, na criação de novos.
Sabemos que depois de algum tempo e, muitos devem ter experiência própria deste fato, a ajuda vira obrigação. Da mesma forma que quase toda ajuda de custo virou salário, o governo se verá de alguma forma construindo uma estrutura de novos subsídios e a coisa pode mesmo não ter fim.
O próximo, por favor.
Aparecem as montadoras. Isto tem muito a ver com os nossos irmãos do norte e a triste situação em que se encontra a GM. A gigante está enfileirada para quebrar, e se isso realmente acontecer, as conseqüências serão catastróficas lá, e caóticas aqui. Diferentemente de outras companhias, como as aéreas por exemplo, o público não costuma adquirir produtos de fabricantes que estão passando por dificuldades e com futuro incerto na manutenção de suas garantias, inviabilizando uma possível recuperação da empresa. Ao contrário, levando-os por uma espiral rapidamente à extinção.
Com os lucros, em dólar, decrescentes em todo o mundo devido à valorização da moeda americana, queda nas vendas e crédito difícil já são ingredientes bastante para uma perfeita tempestade, quero dizer, a tempestade ainda não chegou.

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