Leia artigo de Pitta publicado na Folha de S.Paulo


CELSO PITTA
prefeito de São Paulo

Dirijo-me às consciências livres dos homens e mulheres de São Paulo, capazes de um julgamento independente da histeria da mídia, nesse momento de grandes interesses político-eleitorais em jogo.

Minha vida foi esmiuçada pela imprensa e investigada como a de nenhum outro homem público. O povo que me elegeu soube que cedo fiquei órfão de pai e com muitos sacrifícios de minha mãe pude estudar e preparar-me para uma carreira que culminou com minha eleição à Prefeitura de São Paulo.

Tão logo a venci, democraticamente. Os sempre poderosos procuraram controlar minha pessoa, pensando tratar-me como servo. Esqueceram-se de que foi o povo que me elegeu e de que é a esse povo que tenho de servir. Percebendo que não me dobraria, insurgiram-se contra mim de todas as formas. Caluniam e detratam-me pelo sádico prazer de destruir-me e à minha família.

Meus algozes se aproveitam da sede de vingança da Rede Globo, cujos interesses comerciais feri em defesa do bem-estar da população. Ousei resistir às pressões dessa empresa, que foi um verdadeiro “Ministério da Informação” da ditadura militar. A exemplo do que aconteceu nas “Diretas Já”, manipula informações, usando a velha técnica nazista de Goebbels de repetir mil vezes uma mentira para que se transforme em verdade.

Não se conformam que devem conceder-me o direito de defesa das levianas acusações proferidas contra mim. Querem apenas minha execração pública e que o povo acredite nas infâmias que me assacam. Não podem mais me calar, pois a Justiça fez-se presente e concedeu-me o sagrado direito de defesa.

Mesmo assim, com a garantia dos holofotes, os oportunistas de plantão fabricaram mais um pedido de impeachment que não se sustenta nem resiste a uma análise imparcial dos fatos. É o terceiro em três anos e tão politiqueiro quanto os anteriores, arquivados por total inconsistência.

Estou convicto de que a verdade prevalecerá. Já acontece com o chamado “caso dos precatórios”, pelo qual fui atacado desde o primeiro mês e durante todo o primeiro ano de governo. Agora, aquilo que sempre afirmei sobre a regularidade do processo está sendo atestado pelas autoridades federais.

O mesmo aconteceu com o “caso dos frangos”, prato preferido da imprensa no meu segundo ano de gestão. Até os acusadores na Justiça concluíram que meu nome foi usado indevidamente.

No terceiro ano, foi a vez da “máfia dos fiscais”. Todos sabem que esse câncer está incrustado há décadas nas administrações públicas em todo o país. Fui o primeiro prefeito a combatê-lo em São Paulo, abrindo as portas da prefeitura para investigações e punindo mais de mil funcionários.

O único delito em toda essa história é o dos partidos do reino da tucanagem e das organizações a seu serviço. Açoitam Celso Pitta no pelourinho, em rede nacional, para acobertar as misérias do país, o vergonhoso salário mínimo, o desemprego que joga na rua milhões de pais de família e o pavor da violência generalizada, entre outros crimes cometidos contra os brasileiros.

É por isso que conclamo todas as pessoas de bem a responderem perante a privacidade do tribunal de suas consciências se daremos razão àqueles que acusam sem provas, que condenam sem defesa e que desrespeitam a vontade popular, manifesta no voto, destruindo a democracia e o Estado de Direito tão arduamente conquistados.

Provarei que sempre agi visando os interesses maiores de São Paulo, sem prepotência, mas sem me curvar a ninguém. Minha voz se fará sentir pelo povo contra aqueles que, com minha eliminação, querem também cassar seu clamor de liberdade e igualdade.

Celso Pitta, 53, economista, é prefeito de São Paulo. Foi secretário das Finanças do município de São Paulo (gestão Paulo Maluf).

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