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Conheça algumas das lendas mais populares

da Folha Online

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O boitatá do Fernando Henrique
Boitatá
Monstro que parece uma cobra, com olhos de fogo. À noite, sua visão é perfeita, mas de dia não enxerga quase nada. Dizem que ele foi o único sobrevivente de um dilúvio que cobriu a Terra. Para fugir da água, ele entrou num buraco e ficou lá no escuro, por isso, seus olhos cresceram. Ele anda pelo campo em busca de restos de animais e persegue os viajantes noturnos com seus olhos de fogo. No Nordeste é chamado de "cumadre fulôzinha". Para os índios ele é "mbaê-tata", ou coisa de fogo, e mora no fundo dos rios.

Lobisomem
Se uma mulher tiver sete filhas e o oitavo for um menino, ele será um lobisomem. Quando o rapaz completa 13 anos, a maldição começa. Na primeira noite de lua cheia depois de seu aniversário, ele sai à noite e vai até uma encruzilhada. Lá, ele se transforma em lobisomem pela primeira vez. Daí em diante, a cada lua cheia, ele corre pelas ruas e estradas desertas com uma matilha (grupo) de cachorros. Antes de o Sol nascer, ele volta para o lugar de onde veio e volta a ser homem. Para quebrar o encanto, é preciso chegar bem perto sem que ele perceba e bater bem forte em sua cabeça. Mas cuidado: se uma gota do sangue do Lobisomem encostar na pessoa, ela também vira lobisomem!

Negrinho do pastoreio
Essa lenda é muito popular no Sul do Brasil. Nos tempos da escravidão, havia um fazendeiro que era muito malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que menino negro pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final da tarde, quando o menino voltou, o fazendeiro disse que faltava um cavalo. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. Ele então mandou que o menino fosse atrás do cavalo. O garoto conseguiu achá-lo, mas ele fugiu de novo. Quando voltou à fazenda, o patrão ficou tão furioso que amarrou o garoto sobre um formigueiro. No dia seguinte, o fazendeiro voltou para ver o menino e descobriu espantado que ele estava lá, de pé, sem nenhuma marca de chicote. Ao lado dele estava a Virgem Maria, o cavalo perdido e muitos outros. No mesmo momento, o fazendeiro pediu perdão. Mas o negrinho não respondeu. Ele beijou a mão de Nossa Senhora, montou num cavalo e foi embora. Dizem que ele volta para assustar os fazendeiros que são malvados com seus empregados.

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Saci-pererê, da Andréia
Saci
É um garoto negro de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos. Ele pode, por exemplo, desaparecer e aparecer onde quiser. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas e fazer tranças nas crinas dos cavalos. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Para despistar esse menino travesso, jogue uma corda com nós no chão. Ele vai ficar distraído tentando desatá-los e vai deixar que a pessoa fuja. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário com água benta ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo.

Iara, Mãe D’água ou Uiara
Ela é uma bela sereia (quer dizer que ela é metade mulher, metade peixe) que sai de sua casa no fundo do mar e se senta à beira de um rio no fim da tarde. Ela faz isso para encantar homens e levá-los para o mar. Diz a lenda que, quando ela canta, hipnotiza todos os pescadores. Um deles, o índio Tapuia, estava pescando e viu a Iara. Ele conseguiu resistir e fugiu rapidamente para sua aldeia. Mas ficou completamente enfeitiçado pela beleza e pela voz dela e não conseguia esquecê-la. Um dia, ele fugiu da aldeia, pegou sua canoa e foi ao encontro de sua amada. Ela o esperava na margem do rio, cantando. E levou-o para o fundo do mar.

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Mula-sem-cabeça, desenhada por Isabel Vieira
Mula-sem-cabeça
A mula-sem-cabeça geralmente aparece quando alguém passa correndo diante de uma cruz à meia-noite. Diz a lenda que ela é uma linda mulher, que se apaixonou por um padre e por isso, foi amaldiçoada. Desde então, ela vai a uma encruzilhada em toda noite de quinta para sexta-feira e se transforma no animal. A mula-sem-cabeça solta fogo pelas narinas, embora, em muitas histórias, ela nem tenha cabeça!




Curupira ou Caipora
Os índios, na época do descobrimento do Brasil, chamavam esse ser mágico de caiçara, o protetor da caça e das matas. É um anão de cabelos vermelhos com pêlo e dentes verdes. Como protetor das árvores e dos animais, costuma punir os agressores da natureza e o caçador que mata por prazer. É muito poderoso e forte. Seus pés voltados para trás servem para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê perde totalmente o rumo e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes, chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de pai ou mãe-do-mato, currupira e caapora. Para os índios guarani, ele é o demômio da floresta. Às vezes, é visto montando um porco do mato.

Boto
Esse mamífero se transforma em um rapaz bonito, ótimo dançarino, que conquista as mulheres para levá-las ao rio. Ele sempre usa chapéu, para esconder o furo na cabeça, por onde respira (como nas baleias!). As moças que apareciam grávidas e não podiam contar de quem era o filho geralmente diziam que ficaram grávidas do boto.

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A gralha azul, desenhada por Rodrigo
Bicho-papão
Esse monstro aparece em muitos contos infantis. Ele assusta e come crianças. Só elas podem ver esse monstrengo de corpo peludo e olhos vermelhos. O bicho-papão tem outros parentes espalhados pelo Brasil. Em Pernambuco, há a cabra-cabriol, um monstro de dentes enormes, que solta fogo pelos olhos, pela boca e pelo nariz e gosta de assustar crianças. Mete medo nas crianças e não deixa que eles cometam travessuras. Em João Pessoa, na Paraíba, existe também o mingusoto, um fantasma senhor das águas dos rios e dos lagos, que amendronta as crianças.

Gralha azul
Essa é uma lenda vinda do Paraná (Sul do Brasil). Um dia, uma gralha foi acordada pelo som dos pinheiros sendo derrubados por lenhadores. Triste com a maldade dos homens, ela voou em direção ao azul do céu, onde ouviu uma voz dizendo que, por se preocupar com as florestas, a partir de então, ela teria a cor azul e seria responsável por ajudar a plantar pinheiros na Terra.


Fontes:
  • "Folclore" - Coleção De Olho No Mundo Recreio - Ed. Abril
  • Portal do Folclore Brasileiro


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