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Sabor da Páscoa vai além do chocolate
THAÍS YURI
da Folha Online
Neste ano, a Páscoa será no dia 31 de março, mas as comemorações já começarão na quinta-feira anterior (28), quando há o esperado feriado. Viajar com a família, brincar e descansar bastante, comer bacalhau no almoço e, é claro, ganhar -e comer- muitos ovos de chocolate. Tudo isso tem sabor de Páscoa.
Folha Imagem
Crianças comemoram a Páscoa
no Clube Atlético Paulistano, em 1966
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Como muitas crianças, Pietra Maier Oliveira, de 13 anos, vai ganhar ovos de chocolate. Mas além disso, ela e sua irmã Stephanie, de 11 anos, geralmente vão com a família para a casa de sua avó em Santa Catarina, no sul do país. A Páscoa para as irmãs é sinônimo de reunião em família.
Entretanto, para algumas pessoas, a data tem um significado ainda maior. Há famílias que reforçam o aspecto religioso da festa, enquanto outras buscam transformar a Páscoa em um acontecimento especial para as crianças.
Na família de Ana Luiza Ribeiro Vergane, de 11 anos, por exemplo, a comemoração se inicia pela manhã. Seus pais escondem ovos pela casa, e ela e os irmãos, Pedro (13) e Arthur (9), devem procurá-los. A diversão se completa com o tradicional almoço na casa da avó, em que é servido carneiro. Como são presbiterianos e, portanto, cristãos, prezam o significado religioso da festa, em que a Páscoa comemora o renascimento e a ascenção de Jesus Cristo. "Acho a data importante e bem legal", conta Ana Luiza.
Páscoa para cristãos e judeus
A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.
Para os judeus, a Páscoa se chama Pessach, ou Passover, e é uma das mais importantes festas do calendário judaico. Ela é celebrada por 8 dias e comemora a libertação do povo judeu do cativeiro, no Egito, e a passagem através do Mar Vermelho. É um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.
Histórias que marcam
As histórias de Páscoa certamente marcam a infância. Marina Mitie Budeu Mizumoto, de 21 anos, lembra-se até hoje das pegadas de coelho espalhadas pela casa ao acordar. Ela e seus irmãos mais novos, Carolina e Carlos Eduardo, saíam pela casa procurando os ovos que o coelho da Páscoa havia escondido. No dia anterior, eles sempre haviam colocado cenouras na porta de casa ou na garagem, para "chamar" o coelho.
Quando tinha mais ou menos 10 anos de idade, Marina descobriu que quem fazia as pegadas -com talco e água- era sua mãe, Cristina. À princípio, ela ficou chateada, pensou que estava sendo enganada. Mas depois compreendeu que sua mãe apenas queria transformar aquela data em um momento especial para os filhos. Tanto que, nos anos seguintes, Marina ajudou sua mãe na empreitada, fazendo as pegadas pelo chão e escondendo os ovos, para que seus irmãos continuassem com aquela saudável fantasia.
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