Veículos, que hoje não rodam das 10h às 20h, serão proibidos entre 5h e 21h; limitação vale para partes das zonas oeste e sul

Rodízio também será aplicado a caminhões nas marginais Tietê e Pinheiros e na avenida dos Bandeirantes

Após enfrentar seguidos recordes de congestionamento, a prefeitura anunciou ontem que aumentará a restrição à circulação de caminhões em São Paulo. Para isso, ampliará o horário de proibição para carga e descarga e vai tornar mais rígidas as regras para esses veículos no rodízio municipal.

Com as mudanças, o horário de restrição será das 5h às 21h -hoje, é das 10h às 20h. A limitação vale para uma área de 25 km2, em partes das zonas oeste e sul. As mudanças deverão valer em 45 dias. Além disso, a restrição irá abranger todos os tipos de caminhão. Hoje estão liberados aqueles com até 6,3 metros de comprimento.

Gilberto Kassab (DEM) estuda ainda ampliar a área de abrangência da restrição ao transporte de carga para 100 km2, pouco menor que o limite para o rodízio de veículos.

Outra alteração anunciada ontem abrange justamente o rodízio: a restrição valerá aos caminhões também nas marginais Tietê e Pinheiros e na avenida dos Bandeirantes.

Hoje, a proibição para esse tipo de veículo vale no centro expandido, mas exclui as marginais e a Bandeirantes. A prefeitura espera tirar 40 mil dos 210 mil caminhões que circulam por dia nessas vias.

A prefeitura ainda não sabe como ficarão as situações, por exemplo, de caminhões de mudança, de lixo e de entrega de gás. Nos próximos 45 dias esses detalhes serão definidos.

Rodízio de veículos
Kassab disse que analisa também a ampliação do horário do rodízio para carros, caso as medidas já anunciadas não surtam o efeito esperado. "Não é justo prejudicar apenas o comércio ou apenas os proprietários de veículos", afirmou.
"Decidimos não impor as restrições [para trajeto de caminhões] nas marginais e na avenida dos Bandeirantes porque não só São Paulo mas todo o Brasil necessita dessas vias, que ligam a região Sudeste ao porto de Santos. Mas o rodízio valerá também para caminhões nessas vias."

"Vamos ver como reage o comércio com essa decisão de hoje e depois a gente reavalia", disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de SP e Região, Francisco Pelucio, afirmou que a entidade apóia a ampliação da restrição aos caminhões.

"Todos temos de fazer um esforço. Mas só a proibição a caminhões não resolverá o problema do trânsito. Quem realmente causa os congestionamentos são os carros", disse. "O ideal é ampliar o rodízio."

Pelucio diz acreditar que a obrigatoriedade de carga e descarga à noite ou de madrugada não deverá encarecer o preço das entregas. "O que ganharemos em fluidez [nas entregas] deverá compensar o pagamento de adicional noturno."


Evandro Spinelli
Fábio Takahash
Folha de S.Paulo

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