COMUNIDADE
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | SÓ SÃO PAULO | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 
08/10/2003
Pesquisa resgata identidade de favelas cariocas

"Quem conhece de verdade uma favela logo percebe que o discurso geral da sociedade, que a associa somente ao tráfico e à violência, é muito pobre. A favela produz mais do que isso, é muito mais rica do que se imagina". A opinião é de Diógenes Pinheiro, professor da Unirio e pesquisador do Observatório de Favelas do Rio de Janeiro (OF/RJ).

A partir desta afirmativa, ele traduz um dos principais objetivos do novo projeto de pesquisa do OF, "O Fenômeno de Favelização da Cidade do Rio de Janeiro": romper com o preconceito e a visão estereotipada que a sociedade tem da favela.

O Observatório de Favelas foi criado há cerca de dois anos para estudar espaços populares, formar profissionais capazes de lidar com o fenômeno, especialmente gente da própria comunidade, e criar redes de articulação para transformação social destes espaços. O novo projeto de estudo, por sua vez, surgiu a partir da constatação de que o material publicado sobre as favelas a partir dos anos 90 trata de algum aspecto específico, como violência, ou aborda de forma geral uma única comunidade.

Segundo Jaílson de Souza e Silva, professor da UFF e coordenador do OF e do projeto, o que falta é uma análise integrada sobre os espaços populares.

A pesquisa pretende suprir esta carência e unir o conhecimento acadêmico à intervenção social, ao transformar os dados colhidos em ações sociais concretas. Assim, se o mapeamento mostrar número reduzido de universitários em uma determinada comunidade, o grupo que lá atua poderá se empenhar na criação de um pré-vestibular comunitário. Os dados levantados na pesquisa também ajudarão na formação de políticas públicas para as favelas.

Um diferencial marcante no projeto é o fato de os pesquisadores escolhidos serem universitários moradores das próprias comunidades pesquisadas. Diógenes Pinheiro lembra que, de uma maneira geral, pesquisadores não fazem parte das comunidades que estudam. "Assim não há reflexão por parte de quem é objeto de estudo. Queremos que essas pessoas também se transformem em atores de transformação social e que haja esta reflexão por parte delas", explica.

As informações são da Revista do Terceiro Setor

 
 
 

NOTÍCIAS ANTERIORES
07/10/2003 Projeto leva grafite a clube em SP
06/10/2003 Hospital é referência em saúde e educação
03/10/2003 Jovem está cada vez mais presente em programa social