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Mês de Fevereiro 2003

 

Plano de emergência em caso de guerra

A ameaça de guerra no Iraque acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos ministros um plano de emergência para enfrentar as conseqüências no país de um conflito no Oriente Médio. A conclusão é que, de qualquer forma, a economia seria atingida, pois já existe a decisão de suspender todos os investimentos enquanto durar o conflito.

Além disso, o governo está preocupado com uma disparada nos preços do petróleo, pois o barril está acima de US$ 30 e as estimativas são que poderá chegar a US$ 80 em caso de guerra na região, a maior produtora de petróleo do mundo. Além disso, os estoques de gás de cozinha e diesel do Brasil são baixos e, no caso de um embargo mundial, seriam suficientes para garantir o abastecimento por 30 dias, no máximo.

Para o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, a intensidade dos danos à economia do país dependerá do tempo de duração do conflito. Pelo cenário traçado por sua equipe, se houver guerra, ela será curta. O ministro tem afirmado que uma guerra mais longa poderá obrigar o governo a adiar ainda mais os projetos de investimentos.

Neste cenário mais pessimista, o governo não descarta recorrer a medidas fortes, como aumentos nas taxas de juros, caso a cotação do dólar dispare. "É claro que estamos falando de uma guerra curta e sem grandes conseqüências na economia mundial, mas se o dólar for para R$ 5 ou R$ 6 será preciso tomar medidas drásticas, como um choque de juros", disse outro integrante do governo.

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- Possibilidade de guerra no Oriente Médio faz governo estudar planos de emergência

 
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Possibilidade de guerra no Oriente Médio faz governo estudar planos de emergência

A ameaça de guerra no Iraque acendeu a luz vermelha no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu aos ministros um plano de emergência para enfrentar as conseqüências no país de um conflito no Oriente Médio. O governo acredita que as áreas mais vulneráveis em caso de guerra serão o abastecimento de gás de cozinha e óleo diesel e, na hipótese de guerra biológica, o fornecimento de vacinas e tratamento. O maior temor é que o vírus da varíola, doença erradicada no mundo em 1980, seja usado como arma.

Nas reuniões que estão sendo realizadas no Planalto para traçar cenários, a conclusão é que, de qualquer forma, a economia seria atingida, pois já existe a decisão de suspender todos os investimentos enquanto durar o conflito, por mais curto que seja.

Quarta-feira, numa reunião entre o chefe da Casa Civil, José Dirceu, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, e representantes da área de Defesa do governo, a conclusão foi que o país precisa estar preparado para o pior. Uma das preocupações foi a necessidade de o país estar pronto para tirar os brasileiros de áreas de conflito, tarefa do Itamaraty e do Ministério da Defesa.

Todos os ministérios ligados ao abastecimento foram acionados por Lula para prepararem cenários para o caso de guerra. Na Agricultura, o temor continua sendo a falta de milho no mercado, porque o país terá de importar o produto no segundo semestre. Uma eventual disparada do dólar também encareceria a importação de trigo, produto de que o país é grande comprador.

Para o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, a intensidade dos danos à economia do país dependerá do tempo de duração do conflito. Pelo cenário traçado pelo Planejamento, se houver guerra, ela será curta. Segundo um integrante do governo, Mantega informou a Lula que, desde que a equipe econômica assumiu, o fator guerra esteve presente em todas as decisões, inclusive no aumento da taxa de juros e na intenção de ampliar o ajuste fiscal.

O ministro tem afirmado que uma guerra mais longa poderá obrigar o governo a adiar ainda mais os projetos de investimentos. Neste cenário mais pessimista, o governo não descarta recorrer a medidas fortes, como aumentos nas taxas de juros, caso a cotação do dólar dispare.

"É claro que estamos falando de uma guerra curta e sem grandes conseqüências na economia mundial, mas se o dólar for para R$ 5 ou R$ 6 será preciso tomar medidas drásticas, como um choque de juros", disse outro integrante do governo.

Na economia, a maior preocupação do governo é com uma disparada nos preços do petróleo, pois o barril está acima de US$ 30 e as estimativas são que poderá chegar a US$ 80 em caso de guerra na região, a maior produtora de petróleo do mundo.

Além disso, os estoques de gás de cozinha e diesel do Brasil são baixos e, no caso de um embargo mundial, seriam suficientes para garantir o abastecimento por 30 dias, no máximo. Segundo um técnico da Petrobras, os estoques de gás de cozinha normalmente são planejados para períodos muito curtos porque o custo da armazenagem é alto. A Petrobras importa 30% do que é consumido no país.

Nesse cenário, a estatal já estuda reajustar os preços de alguns combustíveis, como a gasolina, devido à alta dos preços internacionais do petróleo, que estão subindo com o temor de uma guerra no Iraque. O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse ontem que estão sendo feitos os cálculos dos percentuais. Como o valor do barril no exterior e o dólar subiram nos últimos dias, a empresa anunciou um reajuste de 2,8% no querosene de aviação e de 11,5% da nafta para a indústria petroquímica.

Em relação a um possível desabastecimento de combustíveis no país devido a um conflito no Oriente Médio, Dutra disse que o Brasil hoje está em uma situação bem mais confortável do que muitos países desenvolvidos, como EUA e Alemanha. Isto porque, enquanto o consumo aumentou 48% de 1990 até agora, a produção nacional cresceu 150% e chega hoje a 1,57 milhão de barris por dia, enquanto o consumo é de 1,74 milhão de barris diários. As importações líquidas de petróleo e derivados são de apenas 10% das necessidades, ou seja, cerca de 170 mil barris por dia. Além disso, segundo Dutra, o Brasil importa do Oriente Médio apenas 75 mil barris por dia.

"A Petrobras está atenta aos diversos cenários. A situação do Brasil é bem mais confortável do que a de outros países", afirmou.

O Ministério da Saúde também foi chamado para intensificar o plano de reação caso haja realmente uma guerra biológica. Por mais que seja considerada remota, não pode ser ignorada a possibilidade de um "cientista louco", como chegaram a descrever participantes da reunião de quarta-feira no Planalto, decidir-se por um ataque biológico. Oficialmente, apenas o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA e um laboratório na Rússia teriam o vírus da varíola. No entanto, teme-se que o Iraque o tenha obtido clandestinamente.

Desde os casos de ataques com antraz nos EUA, em 2001, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) preparou um plano de emergência para casos de guerra biológica. O planejamento incluiu a compra de vacinas de um dos sete laboratórios que produzem o medicamento. Também foram selecionados hospitais para serem centros de referência no tratamento da doença.

Caso haja suspeita de varíola no Brasil, a Funasa faria a identificação do paciente e de todos os que pudessem ter tido contato com ele. Essas pessoas seriam imunizadas.

"Esse é o procedimento padrão hoje no mundo. Com a tecnologia que existe hoje é muito difícil uma doença se espalhar como acontecia no passado", disse o diretor de epidemiologia da Funasa, Jarbas Barbosa.

Ele explicou que a Fundação Osvaldo Cruz foi instruída a estudar as novas vacinas para ser capaz de produzi-las a médio prazo. O último caso de varíola foi registrado na Somália, em 1976. No Brasil, a doença apareceu pela última vez, no Rio, em 1973.

(O Globo - 01/02/03)

 
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