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05/03/2007
Igualdade entre as escolas é positiva, diz coordenadora

Para Maria Kuriki, da Secretaria da Educação, Enem mostra que não há discriminação contra os colégios da periferia de SP

Ao avaliar nota das escolas estaduais de SP, professora sustenta que desempenho paulista no Enem esteve acima da média do país


"É um ponto bastante positivo. Mostra que todas as escolas recebem um mesmo encaminhamento da Secretaria de Educação, que não há discriminação contra escolas de áreas periféricas, que o tratamento é igual para todas."

Este foi o comentário da professora Maria Aparecida Kuriki, 52, coordenadora da Cenp, Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, ao ser perguntada sobre o que achava de o resultado do Enem mostrar uma indiferenciação de resultados entre as escolas de bairros centrais e as da periferia.

A professora citou a média geral nacional do Enem, que foi de 40,075 pontos, e comparou-a à média geral do Estado de São Paulo, que foi de 40,372 pontos (incluindo escolas estaduais, municipais e privadas), para dizer que o desempenho paulista "esteve acima do restante do país".

Quando perguntada como avalia a média das escolas estaduais na cidade de São Paulo (excluindo-se as escolas técnicas estaduais e o colégio de aplicação), que é de 38,42, a professora disse que cabe a cada escola, segundo a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, elaborar políticas para avançar no desempenho de seus alunos.
A professora diz acreditar que o fato de escolas da periferia e de áreas mais próximas do centro da cidade terem tido resultados semelhantes no Enem pode ser decorrente de "uma grande parte dos alunos que estudam em escolas de bairros centrais ser composta por moradores de bairros da periferia que estudam próximo ao local de trabalho".

A coordenadora da Cenp não estranha o fato de o Colégio Rodrigues Alves, em plena avenida Paulista, por exemplo, ter desempenho escolar mais baixo do que escolas da periferia remota da cidade. "A gente acaba caindo sempre no mesmo fator. A orientação, a capacitação, os meios, os recursos disponibilizados para ela são tais e quais os das outras escolas. A política é a mesma de todas as outras escolas. Eles têm acesso às mesmas tecnologias. Por que deveriam ser diferentes?"

Segundo Kuriki, não há pouca aula nas escolas públicas. "A rede pública estadual está oferecendo 30 horas-aula semanais, seis horas-aula em um total de cinco horas-relógio (no noturno são quatro horas-relógio). É uma carga horária elevada. A carga horária não é problema. Foi ampliada em 2005 de 25 horas semanais para 30."
Ela disse que a Secretaria de Educação não dispõe de dados consolidados sobre faltas de professores, mas garantiu que cada escola possui esses registros e controla a freqüência.

Sobre as críticas do professor Demerval Saviani à forma como foi implantada a progressão continuada, Kuriki disse: "Para nós, está claro que as vantagens da progressão continuada superam em muito a situação anterior. Tem uma produtividade muito considerada, no sentido de manter o aluno na escola e de conseguir o progresso dele".


Laura Capriglione
Folha de S.Paulo