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14/03/2008

Aluno com lição corrigida teve melhor nota

Estudante da 4ª série que teve trabalho analisado pelo professor obteve 40,9 pontos a mais que os outros em língua portuguesa

Questionários respondidos pelos educadores mostram que 85,7% corrigem as lições; 5,2% não o fazem e 7,8% nem dão lição

 

A análise do resultado do Saresp mostrou que uma atitude relativamente simples pode ter grande impacto no desempenho dos estudantes. Os alunos que tiveram a lição corrigida pelos professores alcançaram notas maiores que os demais.
Na 4ª série do ensino fundamental, aqueles que tiveram os trabalhos analisados pelos professores asseguraram 40,9 pontos a mais que os outros em língua portuguesa (190,7 contra 149,8).

Os questionários respondidos pelos educadores mostram que 85,7% dos professores corrigem as lições; 5,2% não o fazem e 7,8% nem dão lição.

Na opinião da secretária da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, o dado é importante porque mostra que ações realizadas pela escola podem fazer a diferença.
"Muitos insistem apenas nas condições socioeconômicas dos alunos para explicar as diferenças nas notas. Mas as escolas podem superar isso", afirmou Maria Helena.
Para ela, as diferenças socioeconômicas são apenas um dos fatores que influenciam no desempenho dos estudantes. No entanto a cidade de São Paulo é um exemplo do peso dos indicadores sociais na aprendizagem.

Guaianases, Cidade Tiradentes e São Mateus, bairros no extremo leste de São Paulo, regiões com alguns dos piores indicadores sociais da cidade, tiveram também o pior desempenho no Saresp 2007. Já os melhores resultados apareceram na zona oeste, área nobre da capital paulista.

Na diretoria de ensino Leste 3, uma das 13 da cidade e que abrange a região, as médias obtidas pelos alunos no exame do ano passado são inferiores à média estadual para a 8ª série do ensino fundamental e para o 3º ano do ensino médio em língua portuguesa. Em matemática, a média é menor também que a obtida pelas escolas estaduais do país no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) de 2005.

Um exemplo: a diretoria Leste 3 obteve média de 219,8 em matemática da 8ª série do fundamental. A média nacional de 2005 foi de 232,9.

Na zona oeste, que inclui bairros como Morumbi, Pinheiros, Butantã e Lapa, a situação é diferente. O Mapa dos Direitos Humanos aponta que os indicadores sociais da região são satisfatórios. Os números do Saresp corroboram.

A diretoria Centro-Oeste obteve os melhores desempenhos da cidade de São Paulo para as disciplinas de língua portuguesa e matemática na 8ª série do fundamental e no 3º ano do ensino médio, com resultados sempre superiores às médias estadual e nacional.

Interior
O desempenho do interior do Estado no exame é superior ao da Grande São Paulo. Em língua portuguesa, a diferença de pontos entre as médias dos alunos do interior e da Grande São Paulo varia de 6,8 (3ª série do ensino médio) a 12,8 (8ª do fundamental). Em matemática, a variação é de 7,4 (6ª série do fundamental) a 11,2 (8ª do fundamental).

A secretária de Educação disse que essa diferença, embora significativa quando se considera a nota média obtida na prova, não é muito importante porque há séries em que, na Grande São Paulo, há uma proporção maior de alunos em nível adequado de aprendizagem.

Fábio Takahashi
Evandro Spinelli
Folha de S.Paulo