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16/06/2008

Jovens de talento estão na mira

Nesta época, empresas abrem programas de trainee para atrair recém-formados; veja algumas oportunidades


Com a tão falada falta de talentos e mão-de-obra qualificada no mercado de trabalho, as empresas cada vez mais estão buscando treinar e reter jovens profissionais para ocuparem cargos de gerência e liderança no futuro. Por isso, os programas de trainee são fundamentais na estratégia das grandes organizações.

Agora, no meio do ano, diversos programas em todo o Brasil recebem inscrições e iniciam os processos seletivos para definir o novo time de trainees.

Segundo os especialistas, essa é uma oportunidade que os jovens têm até dois anos depois de concluírem sua graduação e não deve ser desperdiçada. “Ele aprende a se movimentar no mundo corporativo com o suporte de um programa estruturado, além de participar e conduzir projetos com objetivos pré-definidos e de ter um plano de desenvolvimento e crescimento profissional diferenciados”, avalia a sócia da Acalântis Assessoria e Consultoria de RH Françoise Winandy.

Além disso, o salário é bem maior do que a média do mercado. “Um trainee pode começar ganhando até R$ 4 mil por mês, mas a cobrança em cima dele será proporcional, pois estão investindo e apostando nesse jovem”, afirma a consultora de RH da Cia. De Talentos Mônica Mayol. O salário alto também serve para reter esses jovens talentos, que serão formados desde o início de suas carreiras dentro da cultura e dos valores da empresa que os seleciona.

Mas conseguir tudo isso não é tarefa fácil. Às vezes, existem até mais de mil candidatos para cada vaga oferecida. Como geralmente os candidatos são recém-formados e não possuem currículo extenso, a eliminação ocorre por meio de provas de conhecimentos gerais, de inglês e entrevistas.

“A pessoa também precisa apresentar qualidades que são bem-vindas em qualquer ambiente de trabalho como ética, capacidade de trabalho em equipe, potencial de liderança, comunicação, relacionamento interpessoal, iniciativa, perfil empreendedor e criatividade”, diz Françoise.

A identificação do trainee com a empresa também é essencial para evitar frustrações de ambas as partes. De acordo, com Mônica, da Cia de Talentos, é comum que o jovem tenha dúvidas sobre qual caminho seguir. “Antes de sair fazendo inscrição em qualquer lugar, é importante fazer um exercício de auto-análise e tentar projetar onde se quer chegar e se aquela empresa pode corresponder a esses objetivos.”

Mudança
Como o treinamento pode durar até três anos, também pode acontecer de o trainee ficar desanimado no meio do caminho. “Se ele perceber que não era bem isso o que queria, ao invés de jogar tudo para o alto, deve conversar com seus gestores e expor a situação”, aconselha o professor da área de Comunicação Integrada da ESPM e colaborador do Centro de Integração Aluno-Empresa (Cintegra), Paulo Cunha.

“Já tive aluno que foi aprovado em multinacional, em uma vaga concorridíssima, e que estava querendo abandonar o treinamento. Conversando com os coordenadores do programa, entretanto, percebeu que o problema não era a empresa, mas a função que desempenhava. Foi só mudar de área e tudo se resolveu”, conta Cunha.

Conhecer o programa oferecido pela empresa com antecedência também pode livrar o joevem de armadilhas, uma vez que algumas empresas usam a palavra “trainee” de forma indevida, apenas para chamar atenção e atrair bons candidatos.

Françoise faz um alerta para as empresas: em muitos casos, a intenção da companhia é boa e a vontade de implementar um programa de sucesso é genuína, mas fracassa por não ter bases sólidas. “Deve haver uma preparação e a cultura ser respeitada. Se isso não acontecer, haverá resistência interna e o programa não dará certo.”

O Estado de S.Paulo