trânsito
02/08/2007

São Paulo tem a primeira Praça do Ciclista do Brasil

Grupo de paulistanos luta para popularizar a bicicleta

Erika Vieira


Sexta-feira é um dia agitado na avenida Paulista, mas, nesta última, a agitação foi além do normal. Chapeuzinho de aniversário por cima do capacete de ciclista e bolo de festa coloriram a paisagem cinza e cheia de carros da avenida. Os apetrechos faziam parte da comemoração de cinco anos do Bicicletada.

O festejo aconteceu na Praça do Ciclista, fundada pelo pessoal do Bicicletada, em 2006. A praça é, na verdade, um minicanteiro na avenida`Paulista, na altura da rua Bela Cintra, que se transformou em ponto de encontro de ciclistas que lutam pela popularização da bicicleta como uma alternativa para melhorar o tráfego da cidade de São Paulo.

O local foi todo personalizado com grafites temáticos e colocaram no alto de um poste uma placa “oficializando” o pedaço como Praça do Ciclista. Coincidentemente, ali fica uma estátua do venezuelano Francisco Miranda, um revolucionário que, em 1806, içou pela primeira vez a bandeira venezuelana tricolor que conhecemos hoje, como símbolo da luta contra a colonização espanhola. Assim como Miranda, esses ciclistas também fincaram a “placa” da causa pela qual lutam. A proposta de oficializar o nome foi levada à Câmara dos Vereadores pela veradora Soninha, porém não foi aprovada.

”O pessoal resolveu adotar a praça porque a cidade não tem um símbolo para a bicicleta. São Paulo é tomada pelos carros, mas tem de ser ocupada é pelas pessoas”, diz André Pasqualini, ciclista participante do Bicicletada. A Bicicletada é uma manifestação de pessoas que não se consideram associação nem ONG. São apenas cidadãos que querem humanizar mais o trânsito e colaborar com a redução da emissão de gases poluentes. “O objetivo é mostrar que existe outro meio de transporte que é útil para a cidade.”

Toda última sexta-feira de cada mês, eles se reúnem na praça e partem montados em seus veículos não-motorizados entregando panfletos e fazendo brincadeiras bem-humoradas de conscientização. Levam um megafone para chamar a atenção dos motoristas que não respeitam a faixa de pedestres nem a lei que determina a redução da velocidade do automóvel e a manutenção de uma distância lateral de um metro e cinqüenta centímetros ao ultrapassar uma bicicleta. “São Paulo é uma cidade agressiva, as pessoas não pegam a bicicleta por medo. Não há a valorização da vida em São Paulo”, diz Thiago Benicchio, integrante do Bicicletada.

Para ajudar os dispostos a trocarem o carro pela "bike", Pasqualini está mapeando a capital. Assim, futuramente se poderá traçar pela internet a melhor rota a fazer em duas rodas. Ele espera apresentar essa idéia ao prefeito, para que sejam criadas ciclofaixas que contribuam na opção de trajetos mais seguros para o ciclista.

   
 
   
 

NOTÍCIAS ANterioreS:
01/08/2007
São Paulo ganha primeira biblioteca especializada em Cultura Popular
31/07/2007
CET busca alternativa para preservar trânsito em áreas residenciais
30/07/2007
Companhia do Latão se instala na Vila Madalena
30/07/2007
Escoteiros comemoram 100 anos com anúncio de ajudar a ONU a plantar um bilhão de árvores
26/07/2007
Veja experiências que recompensam o professor pelo bom desempenho do aluno
26/07/2007
Bolsa de estudos permite que artistas passem cinco meses em processo de criação
25/07/2007
Viaduto cultural, teatro, universidade livre e shopping. Qual desses SP irá ganhar?
24/07/2007
Ciclovia ligará estações do metrô
20/07/2007
Com vários aspectos positivos, telhado verde ganha força no país
17/07/2007
Depois de cinco anos, Diadema amplia medidas e comemora Lei de Fechamento de Bares
Mais matérias