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protesto
12/03/2004
Centrais sindicais vão às ruas contra política econômica de Lula

Centrais sindicais, sindicatos e entidades ligadas a movimentos populares deram um ultimato ao governo Lula e ameaçam paralisar fábricas, realizar manifestações e levar trabalhadores às ruas em protesto à política econômica petista e ao desemprego no país.

No ABC paulista, berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os metalúrgicos vão fazer manifestações e mobilizações nas fábricas da região para pedir correção da tabela de Imposto de Renda e redução da taxa de juros.

"Não estamos cogitando atacar o Palocci [ministro da Fazenda, Antonio Palocci], mas é necessário que a política econômica traga novos ingredientes, principalmente a retomada da queda de juros", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), José Lopez Feijóo.

O pedido para que o governo reduza os juros ocorrerá com as manifestações pela correção da tabela do Imposto de Renda da pessoa física. A categoria deve fazer um protesto em frente à sede da Receita Federal, em São Paulo, onde serão entregues centenas de cópias de contracheques de metalúrgicos ao governo. Painéis serão montados para mostrar "o tamanho da mordida do leão", diz.

Para ajudar no combate ao desemprego, Feijóo diz que uma saída seria investir R$ 3 bilhões para empregar 1 milhão de jovens e estudantes em serviços sociais. "Eles poderiam estudar e investir em formação durante 20 horas semanais e nas demais 20 horas trabalhar para a comunidade." A idéia já foi levada ao governo.

Nas ruas
A Força Sindical entregou ontem carta a Lula em que pede um novo modelo econômico para diminuir as desigualdades sociais. O documento diz que o desemprego atingiu um "nível de calamidade pública" e ressalta que esse é um "exemplo de descontrole na gestão das políticas públicas".

"Se o governo mantiver essa política econômica, que só traz recessão, desemprego e favorece os banqueiros, está fadado ao fracasso", disse o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, candidato à Prefeitura de São Paulo.

A central marcou para o dia 24 protestos e paralisações que devem ocorrer em todas as capitais, às 10h. "As principais metalúrgicas vão parar nesse dia. Os trabalhadores estão se sentido traídos. O desemprego aumentou, a renda está em queda e, quando o trabalhador consegue reajuste, ele vai embora com o IR", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno Bezerra. Na Grande São Paulo, diz, 50 mil devem parar.

A Coordenação dos Movimentos Sociais --que inclui CNBB, CUT, MST e UNE, além de movimentos populares-- já está também preparando um conjunto de mobilizações envolvendo desempregados. O calendário das manifestações será discutido no próximo dia 13, em São Paulo. Uma das idéias é montar um acampamento com desempregados no centro.


 

CLAUDIA ROLLI
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

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