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formação de leitores
22/02/2005
Brasil articula a Câmara Setorial do Livro e Leitura

Tudo conspira a favor da democratização do acesso aos livros no Brasil. De todos os lados, governo, mercado e sociedade civil unem-se para elevar o índice de leitura brasileiro, hoje no mísero 1,8 livro por habitante/ano, ante os 2,7 da Colômbia e os 7 da França. No Ano Ibero-Americano da Leitura - chamado aqui de Vivaleitura, e que é realizado em 21 países da Europa e Américas -, até a MTV fala em tom imperativo ao telespectador: "Vá ler um livro!"

Hoje, o Ministério da Cultura promove hoje uma videoconferência que reúne especialistas e representantes do governo, setor livreiro e sociedade. Na pauta, a proposta de criação da Câmara Setorial do Livro e Leitura, que será discutida em dez capitais do País, das 9 às 12 horas. "Depois de estudos dentro do Programa Fome de Livro, percebemos que para resolver o problema do baixo índice de leitura no País precisamos de uma política pública ampla, que ataque várias questões relacionadas ao tema", explica o coordenador do Fome de Livro e do Plano Nacional do Livro e Leitura, Galeno Amorim.

A parir de hoje, o Estado publica uma série de reportagens sobre as diversas ações de incentivo à leitura.

Com o Plano Nacional do Livro e Leitura, o MinC pretende aumentar em 50% o índice de leitura no País. Por meio do Fome de Livro promete instalar mil bibliotecas em municípios onde não haja nenhuma - a rede oficial do País tem hoje 5 mil unidades. São 14 milhões de brasileiros vivendo em cidades onde não há uma biblioteca sequer.

O setor de produção receberá atenção especial. Apesar de movimentar R$ 3,2 bilhões por ano, as editoras de livros brasileiras estão em situação desconfortável: em oito anos, o mercado brasileiro de livros encolheu 48%. "O mercado de livros passa por momentos de crise quando o País está em crise. Não temos os números consolidados ainda, mais o ano passado foi um ano bom", antecipa o vice-presidente da Câmara Brasileira do Livro, Marino Lobello. "Existe uma realidade difícil na qual o livro não ocupa um papel fundamental na nossa cultura e economia."

Segundo Lobello, os editores estão otimistas com relação às medidas que vêm sendo tomadas pelo governo. A desoneração total da produção de livros no País, decretada no fim do ano passado, é uma das grandes conquistas. "Esta gestão tem feito grandes mudanças no panorama editorial brasileiro", opina. "E a principal delas é a Câmara Setorial do Livro e Leitura. Está sendo feito um movimento único no Brasil de organização do setor."

Em contrapartida à desoneração, as editoras se comprometeram a repassar 1% do seu faturamento para um Fundo Pró-Leitura. Os cerca de R$ 40 milhões arrecadados serão usados para o incentivo à leitura, com campanhas publicitárias e capacitação de professores, por exemplo. "Com isso, vamos quintuplicar o mercado em dez anos, com certeza. E formando mais leitores, a nossa tiragem média (hoje de 2 mil exemplares) aumentar e o preço, cair exponencialmente."

PATRÍCIA VILLALBA
do O Estado de S. Paulo

   
 
 
 

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