economia
22/05/2008

Indústria criativa já é 16,4% do PIB

Levantamento da Firjan indica que setor movimenta R$ 381,3 bilhões por ano e emprega 35,2 milhões de pessoas



A indústria criativa movimenta em torno de R$ 381,3 bilhões por ano no País, o equivalente a 16,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e emprega 35,2 milhões de pessoas. Os dados constam de um levantamento inédito feito pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e leva em conta áreas que vão desde cinema, música, arquitetura e design até atividades indiretas relacionadas e de apoio em produção e serviços.

"No Brasil não havia sido feito, ainda, um levantamento assim, talvez porque não se prestou atenção que esse é um dos setores que vêm crescendo no País", disse a diretora de desenvolvimento econômico da federação, Luciana de Sá. Segundo ela, o comércio internacional de bens e serviços criativos cresceu a uma taxa anual de 8,7% de 2000 a 2005, bem acima da variação de 5% das exportações totais desses itens, com base em dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

Atividades criativas, no critério da Unctad, são as que usam no ciclo de produção e distribuição itens que "usam a criatividade e capital intelectual como insumos primários". A pesquisa da Firjan levou em conta 12 atividades principais: artes visuais, publicidade, expressões culturais, televisão, música, artes cênicas, filme e vídeo, mercado editorial, software, moda, arquitetura e design, além do grupo de serviços indiretos. Na próxima semana, a Firjan fará um seminário sobre o assunto.

Rio de Janeiro
Essas 12 áreas principais da cadeia criativa respondem por 2,6% do PIB brasileiro. O Rio de Janeiro é o Estado com o maior peso da chamada indústria criativa no PIB local: 4%, seguido de São Paulo, com 3,4%. Já as atividades relacionadas a essas áreas (material de artesanato, publicidade, instrumentos musicais, registro de marcas e patentes, dentre outras) equivalem a 5,4% da economia do País e as atividades de apoio (consultoria especializada, insumos, maquinários) a 8,4% - somando o peso total de 16,4%.

Levando-se em conta a cadeia total das indústria criativa (atividades diretas e indiretas), o maior peso no PIB é o de Santa Catarina (21,4%), seguido por Minas Gerais (21,3%), São Paulo (19,1%) e Rio (17,4%).

No total empregado diretamente nas atividades principais, o Rio lidera o ranking, com 2,4% de todos os trabalhadores formais, seguido de São Paulo (2,2%). O mesmo acontece na renda média do trabalho no setor, que é de R$ 2.182 no Rio, de R$ 2.124 em São Paulo e R$ 1.666 na média do País.

O editor de imagens, Moisés Zylberberg, 38 anos, trabalha nessa indústria. Desde o colégio, fez cursos de cinema e animação e, hoje, trabalha com edição e produção de imagens. Ele avalia que o mercado está aquecido no Rio. "Tem oportunidade na área de televisão, tenho amigos músicos que estão tocando quase toda noite", exemplifica.

Zylberberg trabalha na Multirios, empresa produtora de televisão da Secretaria Municipal de Educação, e na Globosat. "Sempre gostei dessa parte de audiovisual, desde criança. O Rio vem crescendo nesta área. Além disso, muitos profissionais que trabalham com esses segmentos moram aqui."

Nilson Brandão Junior
O Estado de S. Paulo



Emprego na construção dispara 185% no trimestre

Aquecimento do mercado imobiliário foi o responsável pela criação[br]de 113,9 mil novas vagas no País entre janeiro e março

Com o aquecimento do mercado imobiliário, o emprego na construção civil disparou 185,5% no País no primeiro trimestre de 2008 em relação a igual período no ano passado. Segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), de janeiro a março, foram abertas 113.852 vagas no setor. No mesmo intervalo de 2007, foram criados 39.873 postos de trabalho.

"O crescimento do momento é conseqüência de investimentos feitos há dois anos pelas construtoras", disse o diretor de Economia do Sinduscon, Eduardo Zaidan. Ele lembra que, nesse período, os empréstimos da poupança para imóveis aumentaram de maneira significa, empresas importantes captaram grande volume de recursos abrindo capital (IPOs) e a renda familiar cresceu.

Os novos postos de trabalho, até março de 2008, já representam mais que a metade do total de vagas criadas em todo o ano de 2007. O estoque de trabalhadores com carteira assinada atingiu novo recorde em março e está em 1,948 milhão, o que representa aumento de 16,8% em relação a março do ano anterior. "Até o primeiro semestre de 2009, mesmo que o cenário econômico passe por alterações, teremos crescimento de empregos porque projetos e obras para esse ano estão em andamento", diz Zaidan. Para 2008, ele prevê crescimento de 7% a 8% para a construção civil. "Para uma reviravolta do setor, no próximo ano, só se houver subida de juro real, restrição ao crédito e uma perspectiva inflacionária ruim."

Em março, na comparação com os últimos 12 meses, o emprego na construção civil cresceu 21% na região Centro-Oeste, 20% na região Norte, 17,5% no Sudeste, 15% no Sul e 13,5% no Nordeste. Na comparação trimestral de 2008 ante 2007, a região Centro-Oeste se destacou, com crescimento de 665,9% no número de contratações e criação de 11,7 mil postos. Mas o Norte do País , quando se utiliza este tipo de comparação, revela uma perda de 47 postos de trabalho. É bem menos do que no ano anterior, quando foi registrado corte de 671 empregos. O diretor do Sinduscon observa que o setor tem uma sazonalidade grande entre novembro e fevereiro, quando é comum uma retração no emprego. "O importante é que, na comparação dos últimos 12 meses, todas as regiões mostram crescimento", disse.

No Estado de São Paulo, foram criadas nos primeiros três meses do ano 37,3 mil vagas no setor de construção, o que representa uma alta de 126,6% na comparação com igual período em 2007. O estoque de trabalhadores com carteira assinada no Estado em março chegava a 553,4 mil. O volume é 22% superior ao mesmo mês do ano anterior. Na capital paulista, de janeiro a março, surgiram 17,5 mil empregos com registro em carteira. O total é 96% superior a igual período em 2007.


Vera Dantas
O Estado de S. Paulo

   
 
   
 

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