formação
23/11/2007

Quais engenheiros?

Maximilien Calligaris

A Índia é hoje o novo paraíso do setor de tecnologia de informação. O país esbarra numa dificuldade inesperada: os empregos no setor devem duplicar até 2012, precisando de 1.7 milhões de engenheiros. Mas, aparentemente, o sistema de educação superior não consegue se adaptar à taxa de crescimento anual, que é de dois dígitos.

Nos setores de informática e de telefonia móvel, a Índia atrai as maiores multinacionais. Só IBM já emprega 53 mil pessoas no país e planeja investir US$ 6 bilhões nos próximos dois anos. A DELL provavelmente duplicará sua força de trabalho até 2010. Já a Google e a Vodafone, por exemplo, competem pelo mercado indiano de telefonia móvel, que é o que mais cresce no mundo, com mais de 200 milhões de usuários, sendo há cerca de 6 milhões de novos por mês.

A Índia produz aproximadamente 400 mil engenheiros de língua inglesa por ano, a um custo relativamente baixo. É quase três vezes o número dos engenheiros produzidos a cada ano nos EUA e duas vezes o dos engenheiros produzidos na Europa. Só a China forma, a cada ano, mais engenheiros do que a Índia (600 mil por ano).

O problema é que as universidades de qualidade não estão conseguindo fornecer o número de profissionais de engenharia exigido pelo mercado, e as novas faculdades privadas formam pessoas mal treinadas. Com a raridade da mão de obra realmente qualificada, os salários de primeiro emprego aumentam.

De fato, a Nasscom (Associação Nacional das Empresas de Software e Serviços) reconheceu que só um engenheiro indiano em cada quatro tem formação técnica, a habilidade lingüística e a capacidade de trabalhar em equipe que o tornariam verdadeiramente desejável no mercado de trabalho.

Muitas empresas não conseguem recrutar engenheiros nas melhores universidades e duvidam da qualidade dos outros recém-formados. Portanto, elas impõem estágios que são, de fato, períodos de prova que duram de dois a seis meses. Também as empresas tentam melhorar as faculades particulares investindo em sua infra-estrutura, como bibliotecas, laboratórios, informática.

   
 
   
 

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