SÓ SÃO PAULO
HOME | NOTÍCIAS | COLUNAS | COMUNIDADE | CIDADÃO JORNALISTA | QUEM SOMOS
 

URBANISMO
14/12/2004
Auditório do Ibirapuera pronto

"Uma burrice fantástica. Será a única praça do mundo dividida em duas." Assim, meio irritado, meio conformado, o arquiteto Oscar Niemeyer reclamava ontem de uma marquise que mais uma vez o impedirá de ver o Parque do Ibirapuera como sonhou, há 52 anos. E desta vez foi por pouco, porque o prédio mais caro e trabalhoso que faltava foi aprovado pelo criador: um enorme auditório que hoje, às 10 horas, será entregue à população.

"O resto está bom. Demorou, mas está bem construído. Só a praça é que está dividida." Como castigo, ele hoje não virá a São Paulo. "Disse que não ia enquanto não cortassem a marquise."

Apesar das queixas, o auditório impressiona. Triangular, combina com a cúpula do prédio vizinho - a Oca - e tem palco de 28 metros de altura e 50 de frente. Com 800 lugares, a platéia foi pensada de tal forma que as pessoas que estiverem na última fileira - a 15.ª - ficarão a 22 metros do palco, sem coluna atrapalhando. Nos fundos do palco, uma porta guilhotina que, levantada, possibilitará a quem estiver fora, na grama, ver os espetáculos.

O auditório já estava previsto no projeto original do parque, criado para comemorar o 4.º Centenário de São Paulo, em 1954. Mas não havia sido construído por falta de recursos. Neste ano, celebração do 450.º aniversário da cidade, o projeto foi resgatado e a TIM do Brasil investiu R$ 25 milhões na construção. O escritório de Niemeyer acompanhou o desenvolvimento das obras e, em agosto, ele veio vê-las de perto. Na época, já reclamou da marquise, que é tombada.

O secretário do Verde e Meio Ambiente, Adriano Diogo, dá razão a Niemeyer, mas conta que a Prefeitura se empenhou ao máximo para que o formato da marquise fosse revisto. A culpa, diz, foi do Conpresp e do Condephaat, que não se pronunciaram em tempo hábil. "É um absurdo isso, porque o autor está vivo e apresentou duas propostas maravilhosas. Mas acho uma pena ele não vir."

A polêmica da obra chegou até o Tribunal de Justiça. Como o parque é tombado, houve resistência de órgãos de defesa do patrimônio e promotores. Só em dezembro de 2003 um grupo de desembargadores liberou a construção. Com o teatro, será o fim também dos shows na Praça da Paz.



LUCIANA GARBIN
do O Estado de S. Paulo

 
 
 

notícias ANTERIOREs:
13 /12/2004
Pires da Costa quer manter Bienal de São Paulo gratuita
13 /12/2004 CEUs terão cursinhos gratuitos no ano que vem
13 /12/2004
Réveillon na Paulista depende do aval da Prefeitura
09/12/2004
Casa das Rosas reabre hoje com acervo literário
08/12/2004
Mosteiro de São Bento abre teatro após restauração
08/12/2004
Alunos de escolas estaduais se apresentam na praça da República
08/12/2004
Projeto foca pais para orientação sexual
08/12/2004 Prefeitura aprova mais uma feira na Paulista
07/12/2004 Edital do Escola de Fábrica será lançado
06/12/2004
Vereadores e jornalistas desafiam a fome no Pacaembu