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útil e agradável
20/10/2004
Favela ganha coleta porta a porta

A coleta de lixo passou a ser feita de porta em porta em áreas de difícil acesso de São Paulo desde ontem. Nas Favelas do Jaguaré, zona oeste, e Heliópolis, na zona sul, o serviço teve início ontem. Além de eliminar grande parte dos resíduos que geralmente ficavam espalhados pelas ruas, a iniciativa gerou novos empregos
nas comunidades. Os coletores contratados são todos moradores da região.

Em Heliópolis, a equipe conta com 25 coletores e, no Jaguaré, 8. O salário médio é de R$ 890. Eles recolhem o lixo de casa em casa e depois colocam todo o material em “compactêineres”, uma mistura de compactador com contêineres, que são recolhidos por caminhões diariamente.

Novo emprego
Inácio Silvino de Freitas, de 37 anos, morador de Heliópolis, é um dos contratados. “Estava desempregado havia 4 anos. Acho certo empregar quem mora aqui. Nós conhecemos cada cantinho em que tem lixo”, diz.

Para Josenildo dos Santos Souza, de 32 anos, o novo emprego veio na hora certa. “Minha mulher está desempregada e grávida do nosso terceiro filho.
Havia dois anos só fazia bicos de pintor, precisava de um emprego fixo. No dia em que fomos preencher a ficha tinha mais de 600 pessoas.”

A novidade agradou aos moradores. “Antes, a gente colocava os sacos de lixo na frente de casa e logo eram rasgados por catadores de latinhas ou mesmo cachorros. A calçada ficava uma sujeira, meu trabalho era dobrado. Mas tenho pena daqueles que sobreviviam do lixo”, diz a comerciante Maria Cícera, 48 anos, que há 24 mora em Heliópolis.

“O caminhão até que passava todos os dias, o problema é que muito lixo continuava por aí, tinha gente que não sabia onde deixar. Hoje já deu para perceber a melhora”, conta a cozinheira Terezinha Conrado Vieira,
de 54 anos.

Por ser um serviço novo, ainda não há estimativa da quantidade de material a ser recolhido. A comunidade está sendo informada sobre o serviço por panfletos explicativos distribuídos pelos próprios coletores.

A previsão da Prefeitura é de que até meados de 2005, todos os 96 distritos contem com a coleta porta a porta. Em São Paulo, os investimentos na área de limpeza ultrapassam R$ 1 bilhão.


NATÁLIA ZONTA
do jornal O Estado de S. Paulo

 
 
 

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