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SÃO PAULO - Dados do Instituto
São Paulo Contra a Violência, baseados em informações
da Secretaria de Segurança Pública e do IBGE,
revelam que os índices de homicídios e roubos
e furtos de veículos estão em queda na capital
paulista. No ano passado, ocorreram 39,97 assassinatos (-
8,51%) para cada cem mil habitantes na cidade, contra 43,69
em 2002. Os roubos e furtos de veículos caíram
4,2% no período, diminuindo de 908 para 869 casos por
cem mil habitantes.
Mas a ocorrência de roubos e
furtos aumentou na cidade. Os furtos aumentaram 12,34% de
2002 para 2003, com 1.336 furtos para cem mil habitantes.
Os roubos - quando o ladrão pratica o crime armado
- cresceram 8,95%, com o registro de 1.240 casos por cem mil
habitantes.
Segundo o secretário-executivo
do instituto, Paulo de Mesquita Neto, as quedas dos índices
de homicídio e de roubo e furto de veículo foram
um sinal positivo, mas ainda não suficiente para afirmar
que houve uma reversão da tendência de crescimento
da violência registrada na década de 1990.
Mas a redução dos assassinatos
na capital paulista foi menor do que em outras das 38 cidades
que compõem a Região Metropolitana de São
Paulo. Na soma destes 38 municípios, o índice
de homicídios dolosos caiu 10,74% entre 2002 e 2003,
baixando de 42,73 para 38,14 casos por cem mil habitantes.
Para o Instituto São Paulo
contra a Violência, o aumento de furtos e roubos na
capital não pode ser avaliado apenas como uma maior
ocorrência deste tipo de crime. Para a entidade, pode
significar também o crescimento das notificações
pelas vítimas para a polícia ou, ainda, o crescimento
do registro pela polícia.
Não há estudos que expliquem
a redução do número de homicídios
e de roubos e furtos de veículos na cidade de São
Paulo e em outros municípios da região, mas
quatro fatores que podem ter contribuído para este
resultado. Entre eles, estão a atuação
da polícia voltada para o combate destes crimes, uma
maior participação da sociedade civil na discussão
de assuntos de segurança pública e a comunicação
de denúncias e ocorrências criminais para a polícia,
pelo Disque-Denúncia.
Outra medida importante, segundo
a entidade, é a participação maior dos
prefeitos, que no início de 2001 criaram o Fórum
Metropolitano de Segurança Pública.
ROBERTO SAMORA
do Globo Online
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