Ações sociais de empresas são analisadas pelo Ipea

SILVIA DE MOURA
ENVIADA ESPECIAL AO RIO DE JANEIRO

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou estudo que avalia a atuação das empresas privadas em áreas sociais. A análise foi apresentada durante o 6º Congresso Gife (Grupo de Instituições, Fundações e Empresas) de investimento social privado, no Rio de Janeiro.

"Uma novidade na atuação voluntária das empresas é o interesse crescente em conhecer os resultados de seus investimentos sociais. As empresas, especialmente as de grande porte, querem agora avaliar suas ações para apresentarem resultados mais consistentes", afirmou a pesquisadora do Ipea Anna Maria Peliano.

De acordo com dados do estudo Cultivando os Frutos Sociais - A Importância da Avaliação nas Ações das Empresas, entre 2002 e 2006 observou-se um crescimento no número de organizações que desenvolvem algum tipo de ação social, passando de 59%, em 2002, para 69% em 2006. No entanto, apenas 16% possuem avaliação documentada.

A mostra nos dois levantamentos foi de cerca de 9.000 estabelecimentos, que representam um universo de 800 mil empresas privadas com um ou mais empregados. "Nós tiramos do nosso universo de observação empresas que trabalham com saúde e educação porque as áreas já estão muito a ver com o social", afirmou Peliano.

Por setor de atividade econômica, 18% dos estabelecimentos comerciais, 17% dos de serviço e 7% dos industriais fazem avaliação das ações sociais. "Na nossa hipótese, as empresas de comércio e serviço geralmente estão mais próximas das comunidades. Então, devem fazer esse controle direto e entendem esse controle como uma espécie de avaliação."

O Ipea fez também um estudo de caso em empresas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. "Muitas vezes quem tinha declarado ter avaliação tinha uma prestação de contas documentada, mas não uma avaliação", afirmou Peliano.

A partir dessa verificação inicial, o Ipea buscou 18 grandes empresas públicas e privadas que têm uma avaliação reconhecida e divulgada. "Nós vimos que as empresas têm interesse em avaliar para fazer parcerias, para buscar apoios, para replicar experiência e até para legitimar sua atuação. As que avaliam já têm essa percepção da importância", observou Peliano.

Nas avaliações, as empresas esperam obter informações sobre o andamento e os resultados dos programas e projetos; obter subsídios para tomada de decisões sobre reformulações ou finalização de ações; identificar dificuldades e lacunas na implantação dos programas e projetos; extrair subsídios para replicar a tecnologia social da empresa; levantar informações para divulgar os resultados e dar transparência às ações; e internalizar na empresa um aprendizado sobre investimentos sociais.

"As empresas falam muito em avaliar para iluminar, para trazer luz -dentro da empresa para encontrar caminhos, corrigir rotas, e para fora, porque você divulga, você dá diferenciação e melhora a questão da imagem", disse Peliano.

A pesquisadora afirmou também que a participação das empresas no campo social assume cada vez mais um caráter público. "As empresas querem influenciar políticas de governo, querem que suas iniciativas sejam utilizadas como referência. E, portanto, precisam analisar e divulgar sua experiência de forma mais consistente e fundamentada."

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