Jovens se unem no Rio para criar soluções a problemas sociais

CÁSSIO AOQUI
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS (RJ)

Feminista "desde os 13 anos", ao decidir tirar o véu, a egípcia Jasmin Mohamed Galal, 23, perdeu o apoio de todos que a cercavam. "Briguei com meus pais e perdi meus amigos muçulmanos."

Não tardou, contudo, para reagir ao preconceito. Tornou-se uma das mais engajadas jovens ativistas de direitos humanos do Egito, com atuação estendida ao Oriente Médio e ao Afeganistão.

Também na luta por igualdade de gênero, o cearense Italo Ribeiro Alves, 18, transformou a revolta em ativismo social logo aos 15 anos, depois de ver sua mãe ser vítima de violência doméstica.

Em novembro do ano passado, fundou a React & Change, organização que mira o protagonismo juvenil na luta contra a desigualdade entre homens e mulheres. "O tema abre portas para tratar de outros, como intolerância social e homofobia."

Diversidade sexual em um país que reprime a homossexualidade é da mesma forma a bandeira do jamaicano Jaevion Nelson, 24, diretor de políticas da JYAN (Jamaican Youth Advocacy Network) e líder social há oito anos. "Não trabalho abertamente, sob risco de sofrer punição."

Os três não estão apenas conectados por histórias de quem fez das dificuldades pessoais energia para se tornar empreendedor social. Agora, são também potenciais parceiros de trabalho.

Na semana passada, se encontraram pela primeira vez no Latin America and Caribbean Youth Summit, conferência com jovens líderes sociais --intitulados Global Changemakers-- de 25 países que aconteceu em Teresópolis e no Rio de Janeiro.

Juntos com cerca de outros 60 garotos e garotas de 18 a 24 anos, eles discutem soluções para os problemas comunitários, regionais e mundiais, em temas que vão da exploração do pré-sal ao rombo da Previdência Social. Mais ainda, apresentam seus projetos e criam oportunidades de interação visando ao aumento do impacto social.

A iniciativa, criada há três anos no Fórum Econômico Mundial, parceiro da Folha no Prêmio Empreendedor Social, conta com uma rede global de mais de 600 jovens. Eles recebem treinamentos e bolsas de até 3.000 libras (cerca de R$ 8.400) para impulsionar seus trabalhos sociais e participam de grandes eventos mundiais com líderes políticos e empresariais.

"O objetivo é tornar as pessoas cientes dos problemas e incentivar atitudes positivas e mensuráveis nas comunidades", afirma Graeme Hod-gson, diretor de língua inglesa no Brasil do British Council, realizador da iniciativa. O programa teve aporte de R$ 4,6 milhões do governo britânico entre 2009 e 2010.

"Há mais de 3 bilhões de pessoas com menos de 24 anos. Precisamos dar voz a elas e engajá-las em prol da sociedade", diz Francesca Martonffy, diretora mundial do Global Changemakers.

Beneficiária do programa, Jasmin Galal, hoje estudante de ciência política, concorda com essa premissa. "Estou certa de que esta geração vai mudar o mundo", assinala.

Ambição para isso não falta a esses jovens. O estudante de administração Edmilson Rodrigues Nascimento Júnior, 24, por exemplo, quer introduzir no país disciplinas sobre empreendedorismo social em parceria com universidades norte-americanas.

Paralelamente, desenvolve em uma incubadora sua empresa social de base tecnológica, a Ahimsa, site de
e-commerce em que parte do dinheiro é doado a ONGs.

"Meu pai nasceu numa favela e virou policial. Minha mãe é refugiada da seca e se tornou uma das primeiras juízas de Pernambuco. Cresci ouvindo a importância de nunca desistir", comenta.

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