Substituir posse por assinatura deve ser novo modelo sustentável, opina especialista em tendências da tecnologia

ANDRÉ LOBATO
DA FOLHA DE S.PAULO

Um modelo em que o consumidor não precisa ter a posse de um objeto para desfrutá-lo pode ser mais útil para práticas sustentáveis como a da reciclagem. É o que defendeu Abel Reis, da Agência Click, no papel de inspirador do quinto painel do Unomarketing - Comunicação e Consciente, que aconteceu ontem (3/6).

Com o tema "Novas Tecnologias, Velocidade e Poder", Reis deu sua visão sobre as mudanças que a tecnologia traz para a área de sustentabilidade.

Confira trechos da entrevista que ele concedeu à Folha de S.Paulo após sua apresentação.

FOLHA - Você falou em propriedade, posse, uso e acesso. Você pode explicar como isso se relaciona com a diminuição do impacto ambiental e social?
ABEL REIS - Quando você fala de um modelo de posse, normalmente você pensa em ter todo o bônus e o ônus de uma geladeira, por exemplo. O custo da manutenção e da responsabilidade direta sobre o produto, como o de o jogar no lixo, é um peso para o consumidor, pois ele tem que refletir para evitar que esse resíduo contamine o ambiente. Mas, quando se fala em acesso, tem-se uma espécie de assinatura dessa geladeira. A empresa que fabrica fica responsável por colocá-la em minha casa, dar assistência e retirá-la quando vencer um determinado prazo, que pode ser o ecológico, por exemplo.

FOLHA - Mas, independentemente de como seja a questão da propriedade, a legislação como está hoje já prevê responsabilidade das empresas e dos indivíduos.
REIS - Não falamos do direito de propriedade. O que coloco é que todo o modelo de comunicação e comercial de um produto está baseado no fato de que você vai ter a posse dele. E que, por isso, você não necessariamente é chamado para a oportunidade de se desfazer dele no momento adequado, com situações ecologicamente corretas.
Já no modelo de acesso, o fabricante pode dar a opção de levar seu produto de volta para a planta e trocar por um equipamento novo. Na medida em que o modelo conceitual não é dirigido por um paradigma de acesso, mas pura e simplesmente de posse, isso não acontece.
O que acho é que as empresas de alto impacto, como as indústrias de linha branca e automobilística, por exemplo, vão tentar trilhar caminhos de reinvenção, e um deles pode ser a questão do modelo de acesso em substituição ao modelo de posse. Que pode ser mais criativo e barato de acesso ao produto.
A TV por assinatura já funciona assim. A Sky instala a caixa para você e, quando você cancela, o técnico vai lá e a retira. Ou seja, encerrou-se essa relação. A discussão é por que não se pode ter um modelo de acesso como o da TV por assinatura para bens de consumo duráveis.

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