II - Lançamentos
Magnus Mills: "não sou um grande leitor, sou um escritor"

 
 

da Folha Online
em São Paulo

Magnus Mills, 46, formado em economia pela Wolverhampton Polythecnic, passou 12 anos como motorista de ônibus na Inglaterra. Quando começou a escrever, fez "Bestas Encurraladas" (Geração Editorial, 192 páginas, R$ 22), atual sucesso de público e crítica. Esta é a obra que ele lança na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.

Seu nome verdadeiro é Andrew Mills. O apelido Magnus, ganhou de um amigo na época de escola. Ele disse que não teve nenhuma influência de outras pessoas em seu trabalho. "Não sou um grande leitor, sou um escritor", afirmou. "Não estou interessado em outros escritores e não leio outro livros." Soa prepotente.

Atualmente, Mills lembra que está buscando apenas informações sobre a Antártida e que, quando escolhe um livro, prefere de autores já mortos. "Outro escritor vivo é um competidor, como em um jogo de futebol."

"Não procuro a companhia de escritores. Acho que meu trabalho é original, único e não quero ser comparado com ninguém", afirmou o autor, que está tendo seu primeiro contato com o público brasileiro. "Bestas Encurraladas" tem um lançamento inicial de 3.000 cópias.

Sua relação com os jornalistas é parecida: "não importa o que eu fale, porque o jornalista vai editar a matéria e escrever o que quer", afirmou.

Como gosta de ser perfeccionista, Magnus disse que se dedica 100% ao livro quando está escrevendo. "Acordo cedo, vou nadar, tomo café, escrevo. De tarde ando ou caminho. Por volta das 22h, vou a um pub tomar cerveja".

O quê o senhor faz quando termina um livro? "Procuro um emprego", disse Magnus Mills, que está interessado em um trabalho de carteiro ou algo parecido. "Algo braçal". Mas e a economia? "Não me interessa e não tenho nenhuma aptidão."

Personagens reais

O escritor disse que seus personagens são reais, pessoas que ele conheceu e teve contato em sua vida, seja na Inglaterra ou em viagens feitas para outros países, como a Austrália, por exemplo. Mas nenhum relato da época em que foi motorista de ônibus foi utilizado.

"Busco incorporar como personagens pessoas com quem eu realmente convivi durante algum tempo e não quem só passou pela minha vida", afirma Magnus Mills, que adora o Rio de Janeiro. "Pedi demissão da empresa de ônibus um dia após ter voltado de uma viagem ao Rio. É a cidade mais bonita que eu conheço."

"Bestas Encurraladas" será transformado em filme. O diretor polonês Paul Pawlovkowsk é o responsável pelo projeto de adaptação. "Apenas o Ritchie foi encontrado pela produção do filme em uma pequena ilha da Inglaterra. Ele achou que iria ganhar dinheiro dando palestras, consultorias, mas...", disse Magnus Mills, dando muitas risadas.

O começo

Seu início como autor também é bem inusitado. Primeiro estava cansado de ser motorista de ônibus. Antes, quando trabalhava construindo cercas em fazendas, teve vontade de escrever um manual técnico sobre o assunto.

Um dia, fez dez páginas e mostrou para sua mãe. Ela disse que estava uma porcaria. Magnus não desanimou, reescreveu a história e começou a colocar diálogos, muitos diálogos, sua marca registrada. "E o livro se escreveu sozinho", afirmou.


 
 

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