São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001


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PESQUISA
Segundo o Datafolha, 79% da população é contra ataque a países que abrigam terroristas

Brasileiros se opõem à retaliação

DA REPORTAGEM LOCAL

Os brasileiros se opõem de forma inequívoca a que os Estados Unidos ataquem países que abrigam os responsáveis pelos atentados terroristas que danificaram o Pentágono e destruíram o World Trade Center.
Pesquisa nacional do Datafolha revela que 79% dos entrevistados são contra essa forma de retaliação militar.
A pesquisa, feita na última terça-feira, interrogou 2.830 pessoas em 127 municípios em todos os Estados e no Distrito Federal.
Segundo o levantamento, só 15% aprovariam uma ação norte-americana em territórios utilizados como plataforma por organizações extremistas; 4% disseram não ter opinião formada, e 1% se declarou indiferente.
A existência, no Brasil, de uma porcentagem tão elevada de pessoas que se opõem à resposta militar do governo Bush demonstra que os EUA não conseguiram exportar para cá, em seus desdobramentos políticos, o clima emocional que as imagens dos atentados provocaram em todo o planeta.
Em nenhum segmento dos entrevistados -sexo, idade, escolaridade ou renda familiar, região de que é morador ou preferência partidária- o Datafolha registrou maioria favorável a uma resposta armada norte-americana.

Religião
A postura crítica à retaliação, hoje único cenário de uma possível "guerra", é também compartilhada por entrevistados de todas as crenças religiosas.
Assim pensam 78% dos católicos, 81% dos pentecostais, 74% dos que não têm religião e igualmente 85% daqueles que professam outra crença não prevista no questionário da pesquisa.
É nesse último segmento, reunindo apenas 7% das pessoas ouvidas, que está diluída a minoria de brasileiros muçulmanos.

Informação
Os brasileiros acompanharam de perto os atentados. Só 8% disseram não ter tomado conhecimento do episódio.
A maioria (48%) se julga medianamente informada. Os que se crêem bem informados totalizam 29%, enquanto os que afirmam estarem pouco informados somam apenas 15%.
Julgam-se bem informados entre 28% e 30% das pessoas que pertencem aos três grupos de mais baixa faixa etária -de 16 a 44 anos.
Os que acreditam estar mais bem informados crescem entre brasileiros do Sudeste, moradores de regiões metropolitanas, com escolaridade superior (62%, contra 20% de quem tem o primeiro grau) e maior renda familiar.
(JOÃO BATISTA NATALI)



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