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PESQUISA
Segundo o Datafolha, 79% da população é contra ataque a países que abrigam terroristas
Brasileiros se opõem à retaliação
DA REPORTAGEM LOCAL
Os brasileiros se opõem de forma inequívoca a que os Estados
Unidos ataquem países que abrigam os responsáveis pelos atentados terroristas que danificaram o
Pentágono e destruíram o World
Trade Center.
Pesquisa nacional do Datafolha
revela que 79% dos entrevistados
são contra essa forma de retaliação militar.
A pesquisa, feita na última terça-feira, interrogou 2.830 pessoas
em 127 municípios em todos os
Estados e no Distrito Federal.
Segundo o levantamento, só
15% aprovariam uma ação norte-americana em territórios utilizados como plataforma por organizações extremistas; 4% disseram
não ter opinião formada, e 1% se
declarou indiferente.
A existência, no Brasil, de uma
porcentagem tão elevada de pessoas que se opõem à resposta militar do governo Bush demonstra
que os EUA não conseguiram exportar para cá, em seus desdobramentos políticos, o clima emocional que as imagens dos atentados
provocaram em todo o planeta.
Em nenhum segmento dos entrevistados -sexo, idade, escolaridade ou renda familiar, região
de que é morador ou preferência
partidária- o Datafolha registrou maioria favorável a uma resposta armada norte-americana.
Religião
A postura crítica à retaliação,
hoje único cenário de uma possível "guerra", é também compartilhada por entrevistados de todas
as crenças religiosas.
Assim pensam 78% dos católicos, 81% dos pentecostais, 74%
dos que não têm religião e igualmente 85% daqueles que professam outra crença não prevista no
questionário da pesquisa.
É nesse último segmento, reunindo apenas 7% das pessoas ouvidas, que está diluída a minoria
de brasileiros muçulmanos.
Informação
Os brasileiros acompanharam
de perto os atentados. Só 8% disseram não ter tomado conhecimento do episódio.
A maioria (48%) se julga medianamente informada. Os que se
crêem bem informados totalizam
29%, enquanto os que afirmam
estarem pouco informados somam apenas 15%.
Julgam-se bem informados entre 28% e 30% das pessoas que
pertencem aos três grupos de
mais baixa faixa etária -de 16 a
44 anos.
Os que acreditam estar mais
bem informados crescem entre
brasileiros do Sudeste, moradores
de regiões metropolitanas, com
escolaridade superior (62%, contra 20% de quem tem o primeiro
grau) e maior renda familiar.
(JOÃO BATISTA NATALI)
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