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Dicas de gramática

Você sabe tudo sobre regência verbal? Aprenda aqui!

DÍLSON CATARINO *
especial para o Fovest Online

Regência verbal é a relação de dependência, de subordinação, que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Regência é a matéria que mais dificuldades traz ao estudante pela variedade de significados e de relações que um mesmo verbo pode ter. É também um estudo polêmico, pois alguns gramáticos admitem determinada regência, outros, regência diferente. Por exemplo: há gramáticos que chamam o verbo "ir" de transitivo circunstancial; outros, de intransitivo.

Com esta coluna, não pretendemos "fechar" a discussão, ao contrário, o que queremos é alimentá-la, já que a língua não se estagnou no tempo, ao invés, evoluiu. A discussão com cortesia só nos leva a aprender mais, pois ninguém é dono do conhecimento total da gramática.

O verbo pode ligar-se a seus complementos de dois modos: com ou sem o auxílio de uma preposição. Quando não houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO DIRETO e seu complemento de OBJETO DIRETO. Quando houver a preposição, chamaremos o verbo de TRANSITIVO INDIRETO e seu complemento de OBJETO INDIRETO. Quando o verbo possuir os dois complementos, chamá-lo-emos de TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO. Além dessas denominações, há o verbo INTRANSITIVO, que não necessita de complementação.

Na verdade, os nomes não são absolutamente necessários. O que mais importa é o estudante saber usar o verbo adequadamente, com a preposição quando ele a exigir, sem a preposição quando ele a rejeitar.

A maneira em que exporemos a matéria aqui será por intermédio da própria regência do verbo, ou seja, apresentaremos uma pequena lista de verbos transitivos diretos, de transitivos indiretos, de intransitivos etc. Você perceberá que o mesmo verbo aparecerá em listas diferentes, com significados diferentes: são os denominados verbos homônimos, verbos que têm o mesmo nome, mas que são diferentes. E mais uma vez, não se esqueça de que não pretendemos encerrar a discussão em torno de qualquer verbo, ao contrário, o que queremos é alimentá-la.

Comecemos com uma pequena lista de verbos que não exigem preposição. São os VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS (VTD). Esses verbos são os únicos que admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a ação). Quando o objeto direto for representado por um pronome de terceira pessoa (ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes O, A, OS, AS. Veja os verbos.

Vejamos agora outra pequena lista de verbos que exigem a preposição A. São VERBOS TRANSITIVO INDIRETO (VTI). Esses verbos não admitem a oração na voz passiva (o sujeito sofre a ação), a não ser o verbo OBEDECER. Quando o objeto indireto for representado por um pronome de terceira pessoa (ele, ela, eles, elas), deveremos usar os pronomes LHE, LHES ou A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS. Eis os verbos.

A próxima lista é a dos verbos que tanto podem ser usados com a preposição A quanto sem ela, ou seja, tanto podem ser VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS quanto INDIRETOS. Veja quais são.

A última lista de hoje é a dos VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS e INDIRETOS que exigem a preposição A. São verbos que admitem a voz passiva, na parte transitiva direta, a não ser PAGAR e PERDOAR, que a admitem em qualquer circunstância, sejam transitivos diretos ou indiretos. Conheça os verbos.

Pronto. Essa é a parte da regência verbal de hoje. Na próxima coluna voltaremos a esse assunto, já que há milhares de verbos que merecem atenção especial.

Até mais ver.

* DÍLSON CATARINO é professor de língua portuguesa e poeta. Ele leciona em Londrina (PR)
 

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