Campeã será Alemanha ou Espanha, apostam autores de livros sobre a Copa

Faltam apenas quatro partidas para a definição da Copa do Mundo 2010. Na véspera da semifinal, que começa nesta terça-feira (6), os escritores e jornalistas Lycio Veloso (de "O Mundo das Copas"), Paulo Guilherme (de "Os 11 Maiores Laterais do Futebol Brasileiro" e "Goleiros") e Mauro Beting ("As Melhores Seleções Estrangeiras de Todos os Tempos") usam seus conhecimentos e fazem balanços e apostas sobre atual fase do campeonato. Como é comum no futebol, as opiniões nem sempre caminham no mesmo sentido, mas se os autores estiverem certos, a taça do mundo deve ficar com a Alemanha ou a Espanha.

Entre comentários sobre o trabalho de Dunga e apontamentos sobre o que pode ter dado errado na seleção brasileira, os escritores reconhecem a alegria que envolveu o campeonato na África e comparam o evento atual com a Copa do Mundo realizada na Itália em 1990.

Veja as entrevistas com os escritores Lycio Vellozo Ribas, Paulo Guilherme e Mauro Beting, por e-mail, à Livraria da Folha.

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Lycio Vellozo Ribas aposta na Espanha para vencer a Copa

Livraria da Folha: O que achou da saída antecipada do Brasil na Copa do Mundo? Houve alguma surpresa?
Lycio Vellozo Ribas: Surpresa, não, pois a Holanda é um bom time e uma derrota nesse caso é algo que não poderia ser desprezado. Existia o risco. O problema é que foi de virada, com o Brasil jogando melhor no primeiro tempo e esquecendo esse bom futebol na etapa final. Alguns jogadores mostraram falta de preparo psicológico. Surpresa seria se o Brasil tivesse perdido para o Chile, nas oitavas-de-final.

Livraria da Folha: Em quem você aposta para ganhar o campeonato? Por quê?
Lycio Vellozo Ribas: Ainda cravo a Espanha, que tem um time mais equilibrado e pelo menos cinco jogadores com chance de decidir uma partida (Xabi Alonso, Xavi, Iniesta, Fernando Torres e David Villa). Mas admito que Holanda ou Alemanha têm chances.

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Livraria da Folha: O que diferenciou essa Copa das anteriores?
Lycio Vellozo Ribas: Por enquanto, a alegria do povo africano é o grande diferencial. A média de gols baixa remete à Itália-1990. E a forma de jogar, privilegiando a defesa, está semelhante ao Mundial da Alemanha-2006. A Copa, por enquanto, tem vários ótimos jogadores, mas ainda falta "o" jogador e "o" goleiro da Copa.

Livraria da Folha: O que você gostaria de dizer para o Dunga neste exato momento?
Lycio Vellozo Ribas: Diria: "Valeu, Dunga. Dentro de suas convicções, você fez o que tinha que fazer". Claro que, agora, ele será considerado o grande culpado pela maioria. A gente tem que parar de pensar em conspirações. Muitas vezes, por mais que se tenha um time excelente, pode-se perder um jogo para alguém que se mostrou superior em campo. E foi o caso. De modo geral, não contesto a maioria das coisas que o Dunga fez, assim como não o vejo como o grande culpado pela derrota.

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Paulo Guilherme: com equilíbrio e jogadores focados, Alemanha tem tudo para ganhar

Livraria da Folha: O que achou da saída antecipada do Brasil na Copa do Mundo? Houve alguma surpresa?
Paulo Guilherme: Esperava mais da seleção brasileira. Apesar de discordar da formação da equipe e da proposta de jogo do Dunga, via no Brasil um potencial para ser campeão do mundo. Fiquei surpreso porque a derrota para a Holanda evidenciou falhas na defesa, que vinha sendo o melhor setor da equipe. E instabilidade do goleiro Júlio Cesar também.

Livraria da Folha: Em quem você aposta para ganhar o campeonato? Por quê?
Paulo Guilherme: A Alemanha mostrou futebol de campeão do mundo. Tem tudo para ganhar esta Copa. Tem muito equilíbrio em todos os setores do time e jogadores muito focados no jogo, como Schwainsteigger, Podolski, Ozil, Muller e Klose.

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Autor relaciona os jogadores que fizeram história na lateral

Livraria da Folha: O que diferenciou essa Copa das anteriores?
Paulo Guilherme: Achei uma competição interessante, um clima mais divertido principalmente por ser a primeira Copa na África. Tecnicamente, no entanto, não vi grandes novidades.

Livraria da Folha: O que você gostaria de dizer para o Dunga neste exato momento?
Paulo Guilherme: Parabéns por não perder a dignidade na hora de derrota. Tinha medo de ele descontar todo o rancor e a cisma de perseguição quando o Brasil fosse eliminado. Acho que o Dunga fez um trabalho bom de preparação, mas falhou ao não abrir mão de suas convicções na hora de convocar. Acabou levando 23 jogadores nos quais uns 10 pouco acrescentaram ao time na hora em que o Brasil precisou mudar o jogo.

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Para o escritor Mauro Beting, Dunga trabalhou bem, mas fez algumas escolhas infelizes

Livraria da Folha: O que achou da saída antecipada do Brasil na Copa do Mundo? Houve alguma surpresa?
Mauro Beting: O Brasil é sempre favorito, mesmo não sendo aquele "Brasil brasileiro" em 2010. Mas a Holanda foi mais feliz, e mereceu vencer. Paciência. Anormal não é o Brasil ser eliminado. Anormal é uma seleção ganhar tanto como a brasileira. E mais anormal seria achar absurdo um time com Felipe Melo e Michel Bastos passando por cima de todos os rivais.

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Livraria da Folha: Em quem você aposta para ganhar o campeonato? Por quê?
Mauro Beting: Alemanha. Eliminou a maior favorita, a Argentina, tem jogado o melhor futebol, o mais bonito, e com grande preparo físico. Além de ser, depois do Brasil, em Copas, a seleção com maior aproveitamento

Livraria da Folha: O que diferenciou essa Copa das anteriores?
Mauro Beting: Pouco coisa. Infelizmente, apenas o nível técnico. Apenas pouco superior ao Mundial de 1990.

Livraria da Folha: O que você gostaria de dizer para o Dunga neste exato momento?
Mauro Beting: Boa sorte. O trabalho foi bom, mas algumas escolhas acabaram sendo infelizes. E você não merecia ser demitido pela internet.