ARIADNE ARAÚJO
colaboração para a Livraria da Folha
Foi-se o tempo das cartas floreadas e românticas dos nossos avôs. Na era do xaveco virtual, as cantadas chegam mesmo é por e-mails, mensagens SMS e instant messengers. Mas antes de ir à caça sem pudores no cyberspace, saiba que há algumas regras, muitas armadilhas e um tanto de filosofia nessa busca virtual da alma-gêmea. Para quem quer navegar e não ficar a ver navios, o jornalista Fabiano Rampazzo publicou "Xaveco Pontocom" (Matrix, 2008).
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Aprenda truques e dicas infalíveis para paquerar pela internet |
A ideia é ensinar o caminho das pedras, pois da sala de bate-papo a um bate-papo na sala há uma longa distância. A mãe das regras para os bem-intencionados é jogar limpo nos chats. Entre outras coisas, isso significa, por exemplo, nada de dizer que seu nome é Carol quando na verdade é Alfredo. Fazer isso não é xavecar, é zoar, diz o autor. Divididas por cidades, temas e idades, as salas de bate-papo têm ainda subdivisões - encontros, sexo, imagens, amizade, namoro, religião. É só encontrar a sua e entrar no jogo.
"Loira.peituda", "quero beijar hj!", "lindo quer magrinha", "sarado_MSN". Seja qual for o seu nickname, ele revela mais que você imagina. Nos exemplos tirados de chats durante pesquisas do autor, fica claro que eles mandam um recadinho. Segundo Rampazzo, busque um apelido original, que não seja clichê e chame atenção, ao mesmo tempo que traga uma informação legal sobre você e o que você busca. Neste caso do nick, e só neste, uma mentirinha ou exagero "não dão cadeia e nem vão te levar para o purgatório".
Instigar curiosidade, sim. Distribuir ousadias, não. Afinal, do outro lado da tela, seja lá onde isso for, há alguém que seleciona antes de responder. Um caso comum: com o singelo nickname de "Camilinha", a moça cai em campo e recebe uma chuva de mensagens de interessados, desde o "Anjinho_23" até o "Pau Duro_CAM". Para o autor, esta primeira abordagem é fundamental. Mas, se finalmente você conseguiu fisgar o peixe, como manter a atenção dele ou dela?
Bancar o detetive é a última coisa que se deve fazer. Perguntas demais assustam. Segundo o jornalista, boa dica é colocar uma pitada pessoal no papo feijão-com-arroz dos chats. Se possível, diga seu nome verdadeiro e, importante, faça elogios, mas nada exagerado. E, "peloamordedeus", nunca, mas nunca mesmo, se transforme em uma "mala sem alça", insistindo quando há uma recua ou resistência. Uma dose de humor, boa pitada de sinceridade e respeito, uma colherada de bom senso e está pronta a receita para o bom xavequeiro.
Mas, para ter de vez a carteirinha de xavequeiro você tem ainda um último teste: aprender o dialeto destes paqueradores virtuais intendidu?. Bom, iscreve axim, porque, "si vx naum intende u q a mina iscreve a ksa podi cai pru seu ldo", viu? Claro, se você não faz porque não gosta ou porque não quer, isso não vai queimar seu filme, mais si vx iscrevi desse jeitu vx eh da hora e um kra moh legal! Até porque esse dialeto, que começou com os adolescentes, virou moda e hoje está "enraizado" na internet.
Importante, diz o jornalista que se tornou expert no assunto, é que "seja lá o tamanho desse amor que você tenha pelo xaveco virtual" mantenha-o como algo saudável em sua vida. Afinal, a internet pode até ser "protagonista" nos seus contatos, mas isso não pode tomar o espaço e o tempo de um cineminha, baladas e cervejinhas com amigos. E mesmo se o assunto é paquera, restringir-se à internet é "além de burrice, perigoso". Por isso, um conselho final do autor: "xaveque, navegue, conecte-se, mas jamais desplugue-se da vida lá fora".
Leia trecho do livro sobre "etiqueta on-line":
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Amiguinho, amiguinha, educação é bom e a pessoinha que você está conhecendo na Net também gosta! Dessa forma que, sim, o xaveco on-line também pede sua cartilha de etiqueta, da boa educação, da boa abordagem e dos bons costumes. Abaixo seguem os Dez Mandamentos da Etiqueta On-line:
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"Xaveco Pontocom"
Autor: Fabiano Rampazzo
Editora: Matrix
Páginas: 144
Quanto: R$ 9,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha