MARINA PASTORE
Gerente editorial da Livraria da Folha
Em entrevista à Livraria da Folha, Marcelo Soares, professor associado da UFRJ, do Departamento de Genética, e pesquisador do Instituto Nacional de Câncer, falou sobre seu livro "Folha Explica: A Aids" e explicou a origem e a situação da doença no mundo, as formas tratamento e as evoluções científicas que ocorreram nos últimos tempos. Além disso, ele comentou sobre as medidas da África do Sul para conter a propagação do vírus e a proibição da entrada de portadores do HIV nos EUA.
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Obra também descreve os meios mais atualizados de prevenção |
Ouça abaixo vários trechos da entrevista.
"Folha Explica: A Aids"
Segundo explica o autor, o livro oferece uma abordagem para que uma pessoa relativamente leiga no assunto consiga acompanhar os aspectos principais da doença - desde sua origem e a transmissão até a epimideologia da doença no Brasil e no mundo. Além dos tratamentos, discute uma provável vacina e o aspecto cultural da Aids.
A origem da Aids
De acordo com Marcelo A. Soares, existem várias evidências científicas de que o vírus HIV foi transmitido para a espécie humana através de infecções presentes em outros primatas.
Situação da Aids no Brasil e no mundo hoje
Neste trecho, Soares diz que Aids não é mais uma sentença de morte, mas sim uma doença crônica. Segundo o autor, hoje, a expectativa de vida de uma pessoa portadora do vírus aumentou bastante e a Aids sofreu uma estabilização, não está em expansão franca, como era até a década passada.
Tratamento
Marcelo Soares afirma que hoje há um arsenal maior de remédios para tratar os portadores de HIV. Hoje é possível manter os pacientes vivos com uma qualidade de vida relativamente boa.
Evoluções Científicas
"O desenvolvimento de novas drogas é algo que está em pleno funcionamento", diz professor. Segundo Soares, estão surgindo drogas que são mais eficazes, duradouras e potentes. Uma outra linha científica muito forte é o desenvolvimento da vacina que, de acordo com o autor, ainda está um pouco devagar.
África do Sul
Soares acredita que o tratamento de todas as crianças infectadas vai ter um impacto muito grande na sobrevida destes pacientes e na contenção da mortalidade por decorrência da doença.
Portadores de HIV nos Estados Unidos
O professor discorda das medidas adotadas pelo país e acredita que seja necessário aumentar as campanhas de prevenção, o acesso à informação e ao tratamento. "É continuar a estigmatização desta doença - que é evitável --, acho que esta medida não é cabível e não vai diminuir a prevalência de infectados neste país", afirma.