da Livraria da Folha
"Um dia assentei a beleza em meus joelhos e a achei amarga". A frase célebre do francês Arthur Rimbaud (1854-1891) pode ser aplicada à sua vida e carreira, mas não à poesia. A biografia "Rimbaud", a ser lançada pela Companhia das Letras nesta sexta-feira (26), procura desvendar os mistérios que permearam os passos do poeta.
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Ensaio biográfico desmitifica vida e carreira do poeta francês Rimbaud |
Neste volume, o crítico norte-americano Edmund White refaz a trajetória de Rimbaud, considerado um mestre do simbolismo e precursor do surrealismo. Da Paris do fim do século 19 ao mercado negro das armas no norte da África, White retoma os passos do poeta com este ensaio biográfico.
O crítico procura desmitificar a imagem pejorativa que Rimbaud incorporou ao longo dos anos. Considerado "bêbado" e "arrogante", o francês foi rejeitado nos meios literários parisienses. Entre os episódios conturbados que vivenciou, destaca-se o relacionamento com o "poeta maldito" Paul Verlaine (1844-1896), que divulgou os textos de Rimbaud nos círculos literários parisienses.
Por meio dessa paixão, Rimbaud consegue refletir a efervescência da geração desregrada da qual fez parte. Um de seus versos afirma que o poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato descontrole de todos os sentidos. Ele ajudou a moldar essa desordem literária.
O relacionamento entre Verlaine e Rimbaud terminou em briga. Bêbado, Verlaine disparou dois tiros contra o parceiro. Os poemas em prosa de "Une Saison en Enfer" (1873) refletem esse período.
Nos últimos anos de sua vida, o poeta traficou armas para comerciantes franceses no norte da África.