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16/04/2010 - 11h16

Cientistas observaram 10 mil relações sexuais para desvendar o ciclo do sexo; leia trecho

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Divulgação
Obra tira dúvidas sobre sexo de forma leve e bem-humorada
Obra tira dúvidas sobre sexo de forma leve e bem-humorada

Você pode achar que olhar 10 mil coitos com casais plugados com todo tipo de fios pelo corpo é coisa de maluco, mas foi assim que o casal de cientistas William Masters e Virginia Johnson estudou o ciclo de resposta sexual no final da década de 1950 e no início da de 1960, explica o livro "Sexo Para Leigos".

Esse guia traz explicações desde explicações básicas sobre a anatomia dos órgãos sexuais, contracepção, disfunção erétil e adolescência até dicas para apimentar a vida sexual, sexo oral, virtual, como apimentar sua relação, sexo na maturidade, carícias após o orgasmo e muitos outros assuntos e curiosidades.

O livro é escrito em um tom direto, bem-humorado e simplificado, mas sem abrir mão da profundidade --traço comum aos livros da série "Para Leigos"-- pela sexóloga Ruth K. Westheimer, personalidade que já apareceu em diversos programas norte-americanos de entrevistas.

Outro assunto abordado na obra é a própria história da sexologia, como podemos ver no trecho abaixo de "Sexo Para Leigos".

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SEXO PARA LEIGOS

Os detalhes do ciclo de resposta sexual

A razão pela qual os terapeutas sexuais, como eu, existe é devido em grande parte ao casal William Masters e Dra. Virginia Johnson que estudaram o ciclo de resposta sexual no final da década de 1950 e no início da de 1960.

Como eles estudaram esse ciclo? Eles observaram mais de 10.000 atos sexuais em seus laboratórios. Como a maioria dos voyeurs mais sérios provavelmente estaria satisfeita com os primeiros 1.000 atos, podemos dizer que William e Virginia realmente eram realmente cientistas dedicados.

Mas eles eram cientistas, pois quando eu digo observar, não quer dizer ape¬nas olhar. As pessoas que participaram desse estudo possuíam fios conectados aos seus corpos para que William e Virgina pudessem dizer exatamente o que estava acontecendo, incluindo a quantidade de lubrificação da mulher e da ejaculação do homem.

Como resultado desse estudo, William e Virginia determinaram quatro fases distintas para a resposta sexual do ser humano. Mais tarde, a Dra. Helen Singer Kaplan, de quem fui aluna, criou seu próprio modelo, que incluía tanto seus próprios elementos quanto os das fases do William e da Virginia.

Examinar o ciclo de resposta sexual de um indivíduo é parte do diagnóstico que os terapeutas sexuais fazem com qualquer um que os procure com um problema sexual.Entender as diversas categorias do ciclo de resposta sexual também pode lhe ajudar a se tornar o melhor amante possível, portanto leia com atenção a definição das fases a seguir:

Desejo: Essa fase, às vezes chamada de libido, precede a estimulação física ou fisiológica. Essa parte do modelo é apenas da Dra. Kaplan. Ela observou que certas substâncias químicas no corpo (principalmente a testosterona - hormônio sexual masculino, que também está presente nas mulheres) aciona os sentimentos sexuais internos. A excitação sexual é construída com base nesses sentimentos.

A Dra. Kaplan examinou e rotulou essa fase por causa de seu trabalho com terapia sexual, na qual ela notou que o desejo por sexo de algumas pessoas era tão baixo que raramente ou nunca chegavam às outras fases do ciclo. Apenas através do estudo do que ocorre nesta primeira etapa ela poderia descobrir o que estava causando dificuldades para aquelas pessoas.

Excitação: Essa fase surge quando a genitália sofre vasocongestão, ou seja, um aumento na quantidade de sangue que preenche os tecidos.

No homem, essa excitação leva à ereção. Na mulher, leva à intumes-cência do clitóris e dos lábios vaginais, aumento da lubrificação da vagina, aumento do tamanho dos seios e ereção dos mamilos. Outros sinais físicos desta fase são o aumento do batimento cardíaco, da taxa de respiração e da pressão sanguínea. Os músculos do braço e da perna parecem tencionar-se; algumas pessoas sentem uma "descarga sexual" na parte superior do abdômen que pode chegar até o torso.

Essa fase geralmente é gerada pela estimulação física, visual ou sexual (ou uma combinação delas), que pode ser produzida por si mesmo ou por um parceiro. As preliminares (Capítulo 7) costumam dar início a essas respostas.

Platô: Nesta fase, certos aspectos da Fase de Excitação atingem um nível um pouco maior, com o surgimento de tensões.

De acordo com William e Virgina, os homens exibem dois sinais físicos neste período.

Primeiro, sai da cabeça do pênis um pouco de líquido que funciona como um lubrificante para o espermatozóide. (Esse líquido, secretado pelas glândulas de Cowper, também pode conter espermatozóides de ejaculações anteriores que ficaram na uretra, o que torna tão arriscada a técnica de retirar o pênis de dentro da mulher antes do orgasmo.) O Capítulo 5 oferece mais informações sobre as armadilhas dessa técnica do "coito interrompido" para o controle de natalidade.

Além disso, os testículos do homem incham e são puxados para mais perto do corpo.

A Dra. Kaplan coloca todas essas reações da Fase do Platô como uma extensão da Fase de Excitação, pois o indivíduo não sente qualquer diferença entre essas duas fases, fazendo com que essas diferenças sutis não tenham valor para ela no tratamento de uma disfunção sexual.

Orgasmo: Durante esta fase, tanto no homem quando na mulher, o corpo passa por uma série de contrações e espasmos musculares, incluindo o rosto, aumento da frequência respiratória e cardíaca e elevação da pressão sanguínea. Suas genitálias também sofrem contrações. (Leia o Capítulo 10 para mais informações sobre como é ter um orgasmo).

O homem tem mais contrações na ejaculação, que ocorrem em duas fases: o momento do "inevitável", caracterizado por sensações que marcam o ponto sem retorno (falarei mais sobre isso no Capítulo 20), seguido imediatamente pela ejaculação.

Resolução: Nesta última fase (usada apenas por William e Virginia), o corpo volta lentamente ao normal - as condições físicas anteriores à fase da Excitação começam a retornar. Essa fase é muito mais longa para mulheres do que para homens, tornando-a a base para as carícias após o orgasmo, que são abordadas no Capítulo 11.

Além disso, os homens têm o período refratário, que é o tempo necessário após o orgasmo para que eles possam responder a estímulos sexuais novamente e ter outra ereção e outro orgasmo. Em rapazes, este período pode ser de apenas alguns minutos; a duração do período refratário aumenta com a idade.

O homem atinge a Fase de Excitação muito mais rapidamente do que a mulher, cuja Fase de Resolução é muito maior. Sugiro prolongar as preliminares o máximo possível a fim de compensar essa diferença.

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"Sexo Para Leigos"
Autor: Ruth K. Westheimer
Editora: Alta Books Editora
Páginas: 400
Quanto: R$ 64,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha.

 
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