Livraria da Folha

 
01/05/2010 - 20h38

Livro defende que principal ingrediente do sucesso é generosidade; leia trecho

da Livraria da Folha

Divulgação
Jovem ambicioso procura consultor para dar guinada em carreira
Jovem ambicioso procura consultor para dar reviravolta em carreira

Os consultores de carreira Bob Burg e John David resolveram escrever uma história de ficção para falar sobre sucesso na vida profissional. Em "O Conselheiro", os autores defendem que o primeiro ingrediente para fazer a carreira dar certo é generosidade.

O livro, lançamento da editora Sextante e em pré-venda na Livraria da Folha, narra a história de Joe, jovem ambicioso que quer melhorar desesperadamente seu desempenho na empresa, já que não está com muita sorte nos últimos tempos.

Depois de perder uma grande conta por falta de influência e prestígio, Joe resolver procurar Pindar, um misterioso consultor, para ajudá-lo a ganhar destaque.

Por uma semana, ele aprende as "Cinco Leis do Sucesso Extraordinário", um conjunto de princípios elaborado pelo mestre, todos baseados no conceito de "é dando que se recebe".

Segundo os autores, jovens profissionais e também veteranos que cultivarem uma postura gentil e generosa têm mais chances de alcançar sucesso, prosperidade e alegria.

Abaixo, leia o primeiro capítulo do livro:

*

Ambição

Se havia um profissional dinâmico e agressivo na Clason-Hill Trust Corporation, esse alguém era Joe. Ele trabalhava duro, era ágil e batalhava para chegar ao topo. Pelo menos, esse era seu plano. Joe era um jovem ambicioso que queria alcançar as estrelas. No entanto, às vezes parecia que quanto mais arduamente ele trabalhava, mais distantes ficavam suas metas. Ele se dedicava muito, mas obtinha poucos resultados. Como estava sempre ocupado, não tinha tempo para pensar no assunto. Especialmente em um dia como hoje --sexta-feira, a uma semana do fim do trimestre e com um prazo crítico a cumprir. Um prazo que ele não podia deixar de cumprir.

No finalzinho da tarde, Joe decidiu que estava na hora de cobrar um favor, então deu um telefonema. Mas a conversa não foi como ele esperava.
- Carl, não acredito que você está me dizendo uma coisa dessas... - Joe respirou para não transparecer o desespero em sua voz. - Neil Hansen? Quem diabos é Neil Hansen? Bom, não ligo para o que ele está oferecendo, podemos cumprir aquelas exigên... Espere aí, Carl, você me deve uma! Você sabe! Lembra quem salvou sua pele da última vez? Então, Carl, vamos lá... Carl?
Joe desligou o telefone sem fio e se obrigou a baixar calmamente o aparelho. Respirou fundo. Ele tentava a todo custo conseguir uma grande conta, uma conta que achava que merecia - e da qual precisava, se quisesse bater sua meta do terceiro trimestre. Já não havia batido as metas do primeiro nem do segundo trimestres. Duas bolas fora... Nem queria pensar numa terceira.
- Joe? Você está bem? - perguntou uma voz feminina. Joe levantou os olhos e viu a expressão preocupada no rosto de sua colega Melanie Matthews. Ela era uma pessoa bem- intencionada e muito bacana. E era exatamente por isso que Joe duvidava de que ela sobreviveria por muito tempo em um ambiente competitivo como o do sétimo andar, onde os dois trabalhavam.
- Estou - disse ele.
- Era Carl Kellerman ao telefone? Sobre a Grande Conta?
Joe suspirou.
- Era.
Ele não precisou explicar. Todo mundo naquele andar sabia quem era Carl Kellerman: um corretor corporativo que procurava a empresa certa para pegar o projeto de um cliente muito importante que Joe apelidou de a Grande Conta, ou GC, para resumir.
Segundo Carl, o chefe da Grande Conta achava que a empresa em que Joe trabalhava não tinha "influência e prestígio" suficientes para cuidar do negócio. Agora um sujeito
de quem Joe nunca ouvira falar oferecia um preço menor e ganhava o negócio. Carl alegou que não havia nada que ele pudesse fazer.
- Eu simplesmente não entendo - queixou-se Joe.
- Eu sinto muito - disse Melanie.
- Bem, um dia é da caça... - Joe abriu um sorriso confiante, mas não conseguia esquecer as palavras de Carl. Enquanto Melanie voltava para sua mesa, ele ficou sentado, perdido em pensamentos. Influência e prestígio...Minutos depois, ele se levantou de um salto e foi até a mesa de Melanie.
- Ei, Mel!
Ela olhou para ele.
- Você se lembra daquela conversa que teve com Gus outro dia, sobre um grande consultor que vai dar uma palestra em algum lugar no mês que vem? Um cara com um nome e um apelido estranhos.
Melanie sorriu e disse:
- Pindar, o Conselheiro.
Joe estalou os dedos.
- É esse mesmo! Qual é o sobrenome dele?
Melanie franziu o cenho.
- Acho que... - Ela deu de ombros. - Acho que nunca ouvi o sobrenome dele. Todo mundo o chama de Conselheiro, ou só de Pindar. Por quê? Você quer ir à palestra?
- Sim... Talvez.
Mas Joe não estava interessado em uma conferência que só aconteceria dali a um mês. Estava interessado em apenas uma coisa - algo que precisava acontecer até a sexta-feira seguinte, quando o terceiro trimestre se encerraria.
Depois de uma pausa, Joe continuou:
- Eu estava pensando... Esse sujeito é bom mesmo, não é? Cobra honorários caríssimos por uma consultoria, só trabalha para as maiores e melhores empresas. Tem muita influência.
Sei que podemos cuidar da GC, mas vou precisar de armas poderosas para recuperar o negócio. Preciso de ajuda. Você tem alguma ideia de como posso entrar em contato com o escritório desse Conselheiro?
Melanie olhou para Joe como se ele estivesse ficando maluco.
- Você quer ligar para ele?
Joe deu de ombros.
- Claro. Por que não?
Melanie sacudiu a cabeça.
- Não faço ideia de como entrar em contato com ele. Por que não pergunta ao Gus?

Ao voltar à própria mesa, Joe se perguntou como Gus conseguira durar tanto na Clason-Hill. Nunca o vira fazendo nenhum trabalho de verdade. E, no entanto, Gus tinha uma sala só dele, enquanto Joe, Melanie e uma dezena de outros dividiam o espaço aberto do sétimo andar. Alguns diziam que Gus conseguira a sala porque estava na empresa havia muito tempo. Outros diziam que ele a conquistara por mérito. Segundo os boatos do escritório, já fazia anos que Gus não conseguia uma conta sequer e a gerência o mantinha apenas por consideração. No outro extremo, havia também rumores de que ele tinha sido muito bem-sucedido na juventude e que agora era um rico excêntrico e independente que guardava seus milhões sob o colchão enquanto levava uma vida de aposentado. Joe não acreditava em nenhum desses boatos. Tinha certeza absoluta de que Gus havia conquistado algumas contas, mas era difícil imaginá-lo como um astro das vendas. Ele se vestia como um professor britânico e lembrava mais um médico aposentado do interior do que um homem de negócios em atividade. Com seu jeito tranquilo e relaxado, suas demoradas conversas ao telefone com clientes em potencial (sobre os mais diversos assuntos, menos negócios) e suas férias erráticas e prolongadas, Gus parecia uma relíquia de tempos há muito passados - não um profissional arrojado.
Joe parou junto à porta aberta da sala de Gus e bateu delicadamente.
- Entre, Joe - foi a resposta.
- Você quer ligar agora e tentar encontrar o homem pessoalmente?
- Gus folheou com cuidado seu grande porta-cartões, encontrou o que procurava, copiou o número do telefone em um pedacinho de papel e entregou-o a Joe. Ele observou enquanto Joe digitava os números em seu celular.
- Numa sexta à tarde? - Joe deu um sorriso forçado. -Sim, vou fazer exatamente isso.
Gus assentiu.
- Uma coisa eu tenho de reconhecer, Joe. Você tem ambição. Admiro isso. - Ele passou o dedo em seu cachimbo ao falar. - Você é uma das poucas pessoas realmente esforçadas neste andar.
- Obrigado, Gus - disse Joe, emocionado, voltando para sua mesa.
Às suas costas, Gus gritou:
- Não me agradeça ainda.
Depois de um único toque, Joe foi recebido pela voz animada de uma mulher que se identifi cou como Brenda. Ele se apresentou, disse que precisava ver o Conselheiro e depois se preparou para levar um fora.
Em vez disso, ficou chocado ao ouvi-la dizer:
- É claro que ele poderá encontrar o senhor. Pode ser amanhã pela manhã?
- A-amanhã? - gaguejou. - Sábado?
- Sim, se não houver problema para o senhor. Às oito é cedo demais?
Joe ficou perplexo.
- Não... Ah, não é preciso verificar com ele primeiro?
- Ah, não - foi a resposta calma de Brenda. - Amanhã pela manhã será ótimo.
Houve um curto silêncio. Joe se perguntou se ela o havia confundido com outra pessoa. Alguém que esse Pindar conhecesse.
- Senhora? - ele conseguiu fi nalmente dizer. - Bem, a senhora sabe que é meu primeiro encontro com ele, não sabe?
- Claro que sei - ela respondeu, animada. - O senhor ouviu falar do Segredo dos Negócios e quer aprender sobre isso.
- Bem, sim, é isso, mais ou menos - respondeu Joe. Segredo dos Negócios? O homem estava disposto a compartilhar seu segredo para o sucesso? Joe mal acreditava em sua sorte.
- Ele o receberá uma vez - continuou Brenda. - Depois disso, se o senhor concordar com suas condições, ele vai marcar outras reuniões para lhe ensinar o Segredo.
- Condições? - Joe desanimou. Tinha certeza de que essas "condições" envolveriam pesados honorários que ele não poderia pagar. E, mesmo que pudesse, talvez exigissem credenciais que ele certamente não tinha. Será que valia a pena continuar? Ou seria melhor encontrar uma forma educada de recuar agora?
- Certo... - continuou. - E, ah, quais são essas condições?
- Isso o senhor terá de ouvir diretamente do Velho - disse ela com uma risadinha.
Joe anotou o endereço que Brenda lhe deu, murmurou agradecimentos e desligou o telefone. Em menos de 24 horas ia se encontrar com - do que mesmo ela o chamara? - o
Velho.
E por que ela riu quando disse isso?

*

"O Conselheiro "
Autores: Bob Burg, John David Mann
Editora: Sextante
Páginas: 128
Quanto: R$ 19,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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