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08/05/2010 - 13h52

Vinho vira mote de assassinatos e entra para o rol dos mistérios policiais, leia trecho

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A gastronomia já está se tornando um tema recorrente na literatura de ficção. Agora, é a vez do vinho ser decantado nas páginas de romances.

A jornalista norte-americana Ellen Crosby reúne duas de suas paixões em seus livros policiais. Ellen é uma enófila, amante dos bons vinhos e escolheu a pequena cidade de Virginia, em Washington, DC para morar e criar seus filhos. E é neste subúrbio que a autora ambienta sua série de publicações onde o tema central do suspense é sempre relacionado ao mundo vínico.

Divulgação
Neste romance policial, o sommelier é sempre o culpado
Neste romance policial, o sommelier é sempre o culpado

O primeiro livro da série a sair no Brasil é "Assassinos do Vinho Merlot". A protagonista recorrente é a expatriada Lucie Montgomery, que neste volume volta de sua estadia na França ao saber da notícia da morte de seu pai, Leland. Além de tentar solucionar as circunstâncias misteriosas que envolveram o assassinato, Lucie tem que lidar com lembranças confusas de sua infância e com o estranho comportamento de seus dois irmãos, com quem passará a dividir a tradicional vinícola de sua família.

O texto de Ellen é elogiado por sua pesquisa apurada sobre vinhos e a região, pelo ritmo ágil e pela capacidade da escritora de manter a atenção do leitor para a trama até a última página.

Para quem quiser degustar um pouco mais desta "assemblage" de romances policiais e vinhos, os franceses Jean-Pierre Alaux e Noël Balen são os autores da coleção "Sangue de Vinha". É leitura para esvaziar qualquer tamanho de taça.

Leia a seguir o trecho inicial de "Assassinos do Vinho Merlot".

*

Capítulo 1

Eu sempre fui fascinada por alquimia, embora recuse a magia negra. Minha família possui uma vinícola no sopé das Montanhas Blue Ridge, na Virginia, e estou certa de que ambas, magia e química, estão envolvidas em transformar uvas em vinho. Nada tão impossível quanto transformar chumbo em ouro; mesmo assim, tarefa nada fácil. Principalmente se você acreditar, como eu, na definição de Galileu de que o vinho é a
luz do sol contida pela água.

Quando criança eu lia histórias da pedra filosofal, de como uma pequena quantidade de metal sem valor poderia converter-se em uma enorme quantidade de ouro e de como, supostamente, junto com vinho ou bebidas alcoólicas, ela se tornaria o mítico "elixir da vida" - uma poção que curaria males, restauraria a juventude e garantiria a imortalidade.

Há dois anos mudei-me para Grasse, a aromática cidade no sul da França onde minha mãe crescera, para recuperar-me dos ferimentos de um quase fatal acidente de carro. Eu tinha 26 anos na época e nem a imortalidade nem a juventude eterna passavam por minha cabeça. Tudo o que eu queria era andar novamente. Trouxe então comigo meu próprio "elixir da vida", garrafas de vinho de minha casa, esperando que acelerassem minha cura.

Philippe, meu namorado e com quem dividia o apartamento, recusava-se a beber o vinho de minha casa. Esnobe e purista para vinhos, ele s. gostava daqueles listados no Guide Hachette, todos vinhos franceses. Sendo assim, eu bebia o vinho de minha família quando ele não estava por perto.

*

"Assassinos do Vinho Merlot"
Autor: Ellen Crosby
Editora: Novo Século
Páginas: 368
Quanto: R$ 29,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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