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08/05/2010 - 18h56

Biografia resgata histórias de Mazzaropi, sucesso de bilheterias com o Jeca

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Hoje cultuado como um dos ícones do cinema e da comédia nacionais, Mazzaropi teve uma vida difícil e foi duramente criticado pela elite cultural no período em que esteve em atividade. Nada disso impediu que ele se tornasse um dos artistas brasileiros mais populares de seu tempo.

"Sai da Frente! A Vida e a Obra de Mazzaropi" (Desiderata, 2010) resgata as histórias e a face empreendedora do ator, produtor e diretor Amacio Mazzaropi, desde a infância pobre até o sucesso. Ele protagonizou 32 filmes entre as décadas de 1950 e 1980.

Divulgação
Biografia resgata as histórias do grande nome do cinema brasileiro
Biografia resgata as histórias do grande nome do cinema brasileiro

A obra é resultado de três anos de pesquisa da jornalista Marcela Matos e mostra como a trajetória de Mazzaropi se confunde com a própria história do rádio e da televisão.

Nascido em 1912, em São Paulo, o descendente de imigrantes italianos e portugueses Mazza (como os amigos o chamavam), demonstrava talento para a arte desde cedo. Em Taubaté (interior paulista), é considerado um ídolo com direito a um museu em sua homenagem. Começou sua carreira no picadeiro, se juntando a circos que se apresentavam no interior do Estado. Nos anos 1940 entrou para o rádio, com o programa Rancho Alegre, na Tupi, que se tornou um enorme sucesso de audiência.

O cinema acabou surgindo de forma natural em sua trajetória. Foi contratado pela companhia cinematográfica Vera Cruz, estrelou a comédia "Sai da Frente" e, a partir daí, percebeu que podia produzir seus próprios filmes. Dessa forma, em 1958, montou seu próprio negócio, a PAM Filmes, que, além de apresentar atores como Tarcisio Meira e Luiz Gustavo, levou às telas o personagem que se tornaria sua marca registrada: o famoso Jeca, figura inspirada nos livros de Monteiro Lobato.

O personagem --o ingênuo, porém esperto, homem do campo-deu tão certo que virou uma série de filmes: "Jeca e a Freira", "O Jeca Macumbeiro", "Jeca Contra o Capeta", "Jeca e seu Filho Preto" e "Jeca e a Égua Milagrosa".

Ao mesmo tempo em que divertiam as mais variadas plateias, os filmes também serviam para retratar a dura realidade social brasileira, repleta de miséria, desemprego e corrupção. Diante da apatia da crítica em relação a seu trabalho, apesar do sucesso comercial das produções, Mazzaropi chegou a ser profético.

13.jun.1981/Dirceu Leme/Folha Imagem
Pessoas acompanham o cortejo fúnebre do enterro do ator e cineasta brasileiro Amácio Mazzaropi, em Pindamonhangaba (SP)
Pessoas acompanham o cortejo fúnebre do enterro do ator e cineasta brasileiro Amácio Mazzaropi, em Pindamonhangaba (SP)

"Pois é, falam mal de mim", disse já no fim de sua carreira. "Só quero ver quando eu morrer. Daí vão fazer festivais com meus filmes e tem gente que é capaz de dizer até que eu fui um gênio."

Quase 30 anos depois de sua morte, em 1981, o artista é constantemente lembrado como o grande criador do cinema popular brasileiro.

O livro, ilustrado com uma grande quantidade de fotos cedidas pelo Instituto Mazzaropi, que também abriu as portas do Museu Mazzaropi e de todo o seu acervo para a pesquisa, traz ainda reproduções dos cartazes dos filmes, filmografia completa e as fichas técnicas de cada produção.

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"Sai da Frente! A Vida e a Obra de Mazzaropi"
Autora: Marcela Matos
Editora: Desiderata
Páginas: 320
Quanto: R$ 44,90
Onde comprar: 0800-140090 ou na Livraria da Folha

 
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