Diego
Medina
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O mais difícil adversário do campeão
unificado dos meio-pesados, Roy Jones Jr., que defende amanhã
os cinturões das três principais entidades do
boxe contra o desafiante Richard Hall, não está
dentro dos ringues.
O
mais trabalhoso para ele deve ser obter inspiração
e treinar para as lutas, algo natural para alguém que
é favorito na proporção de 100 por 1
nas bolsas de apostas.
Veloz
e pegador, Roy Jones Jr., que tem cartel de 41 vitórias
e 1
derrota (por desclassificação), é considerado
pela maioria dos es
pecialistas o melhor pugilista da atualidade e, sem adversários
em
sua própria categoria de peso, volta a pensar na possibilidade
de
ascender de peso, desta vez para desafiar o inglês Lennox
Lewis.
Ele
pode ser vencido, diz Roy Jones Jr., embora não
seja possível saber se pretende sustentar o desafio,
pois a superioridade em peso e altura em favor do britânico
Lewis seria imensa.
No
passado, Roy Jones Jr. chegou a praticamente ter fechado um
combate com Buster Douglas, o algoz
de Mike Tyson. Depois, pipocou. E viu Lou Savarese, seu substituto,
fulminar Douglas em um único assalto.
O
único adversário atraente para o norte-americano
entre os meio-pesados é o alemão Dariusz Michalczewski,
campeão pela OMB, que ainda assim subiria ao ringue
no papel de azarão.
O
maior obstáculo para a concretização
de tal combate é o pro blema de fuso, pois se a apresentação
fosse realizada nos EUA, o
horário não seria favorável à
audiência alemã e vice-versa.
Para
piorar, o empresário do alemão, Klaus-Peter
Kohl, disse considerar absurda a exigência de US$ 10
milhões da parte de Jo
nes para enfrentar seu lutador. Enquanto isso, Roy Jones,
31, reina soberano nos EUA.
*
A influência de Roy Jones Jr. é sentida até
pelo pugilista brasileiro Acelino Freitas, o Popó,
24, campeão dos superpenas pela Organização
Mundial de Boxe.
Um
dos envolvidos nas negociações para a estréia
do baiano na rede de TV a cabo HBO, no dia 10 de junho, em
Detroit (EUA), comentou que Lemuel Nelson foi selecionado
como o rival de Popó
para sua estréia na emissora por ser protegido de Roy
Jones Jr., que atua como comentarista na HBO.
Tal
comentário faz sentido, pois Lou DiBella, vice-presidente
de esportes da emissora, havia dito certa vez que na HBO,
Popó só enfrentaria rivais da elite do boxe
(o que não é o caso de Nelson).
O
norte-americano, que assim como Roy Jones também tem
como empresário Murad Muhammad, não tem o tipo
de cartel que outros pugilistas cogitados pela HBO para enfrentar
Popó, como os ex-campeões Kevin Kelley, Roberto
Garcia, Tom Johnson e Tracy Patterson, possuem.
Em
sua apresentação mais importante, Nelson superou
por pontos em janeiro passado, o então segundo do ranking
da OMB, o argentino Ariel Nistal, que não conta com
prestígio nem mesmo em seu país, onde é
chamado de paquete (na gíria
local, lutador
medíocre) por jornalistas.
O
cenário favorece o brasileiro, que assim tem uma chance
de
ouro para apresentar uma performance convincente como seu
cartão de apresentação ao grande público
dos EUA.
Notas
Amador
A equipe brasileira venceu o Desafio Brasil x França
de boxe amador na última terça-feira, por 3
a 2. A surpresa foi a derrota do meio-pesado Laudelino Barros,
por pontos, para o francês Heneré Tahiata. Convém
lembrar, porém, que o brasileiro, que já tem
vaga garantida em Sydney, vem de uma sequência desgastante
de torneios. Outros resultados: Valdemir Pereira (BRA) venceu
Jérome Roussel (FRA); Juliano Ramos (BRA) venceu Mehdi
Azri (FRA); Ishau Lahmar (FRA) venceu Emerson Marques (BRA)
e José Archak (BRA) bateu Xavier Noel.
Profissional
Reginaldo Hollyfield Andrade, destituído
do título das Américas da Associação
Internacional por não defendê-lo, promete recorrer.
Não haviam nos informado sobre o prazo,
diz Ruy Pon- tes, seu empresário.
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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