Reuters
13/01/2003 - 18h12

Papa condena expulsão de católicos da Rússia

da Reuters, no Vaticano

O papa João Paulo 2º exigiu hoje que as autoridades russas parem de expulsar padres e bispos católicos do país.

O papa disse, em reunião com diplomatas no Vaticano, que ficou muito entristecido com o "apuro das comunidades católicas na Federação Russa, que durante meses estão vendo alguns de seus pastores sendo impedidos de retornar...".

Reuters - 30.jul.2002
João Paulo 2º, 82, no Vaticano
Um bispo e diversos padres foram impedidos de voltar para suas paróquias ou dioceses na Rússia e foram declarados "personas non gratas" enquanto estavam fora do país.

"A Santa Sé espera das autoridades do governo decisões concretas que coloquem um fim a esta crise,'' disse.

A Igreja Ortodoxa Russa rejeitou as acusações com veemência, dizendo que o Papa apresentou incidentes isolados.

As duas igrejas vivem conflitos desde o ano passado, quando o Vaticano iniciou uma campanha para fortalecer suas estruturas na Rússia, criando quatro dioceses católicas completas.

"O Vaticano está tentando mostrar um quadro de total perseguição dos católicos na Rússia a partir de casos isolados ou rejeições de vistos, algo que está no direito de qualquer Estado", disse Vsevolod Chaplin, porta-voz do Patriarca Alexiy 2º.

Chaplin disse à agência de notícias Interfax que ficou surpreso com a atitude do Papa de apontar a Rússia em seu discurso, quando a perseguição real dos católicos acontece em outros lugares.

Em abril passado, o bispo Jerzy Mazur, polonês que vivia no leste da Sibéria desde 1998, foi proibido de voltar da Polônia a Moscou.

A atitude foi seguida pela expulsão de diversos padres.

A Igreja Ortodoxa Russa quer impedir os planos do Vaticano de fortalecer a presença católica na Rússia. O Vaticano denunciou as expulsões como parte de uma campanha organizada contra a Igreja Católica Russa.

A liderança da poderosa Igreja Ortodoxa afirma que a Igreja Católica quer converter seus seguidores.

Chaplin disse que a idéia de uma ampla missão católica na Rússia fracassou e acusou o Vaticano de usar a difícil situação econômica de muitos russos para "comprar almas".

O líder da Igreja disse na semana passada que cabe ao Vaticano melhorar as relações.

"A perspectiva de melhores relações depende totalmente da vontade do Vaticano", disse Alexiy ao jornal russo "Kommersant".

O Vaticano afirma que há 1,3 milhão de católicos praticantes entre os 143 milhões de russos, mas alguns analistas dizem que o número é muito menor.

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