Reuters
16/01/2003 - 22h42

Senado paraguaio aprova regulamento para julgar González Macchi

da Reuters, em Assunção (Paraguai)

O Senado do Paraguai aprovou hoje um regulamento para julgar o presidente Luis González Macchi por acusações de corrupção e mau desempenho das funções, em processo previsto para terminar no começo de fevereiro, disseram fontes legislativas.

Reuters - 15.dez.2000
Luis González Macchi, presidente do Paraguai
A Câmara Alta formou um tribunal e, com 16 votos a favor dos 31 senadores presentes, aceitou o procedimento para levar adiante o impeachment do presidente, iniciado no começo de dezembro na Câmara dos Deputados.

Os senadores resolveram convocar os três promotores, membros da Câmara dos Deputados, para apresentarem a acusação contra o presidente na próxima quinta-feira (23). Já os defensores de Macchi deverão comparecer diante dos legisladores em 29 de janeiro.

Entre as acusações contra o presidente, que tem rejeição de mais de 70% da população, segundo pesquisas, estão o uso de um carro roubado no Brasil e desvio ilegal de US$ 16 milhões para o exterior.

O presidente apontou como defensores seu irmão, o ex-juiz José Ignacio González Macchi, e o advogado Jaime Bestard, ex-secretário-geral da Presidência.

Sobre o fim do processo, o presidente do Congresso, Juan Carlos Galaverna, disse que "assim como as coisas estão, estaríamos nesta instância, pouco mais, pouco menos, em 10 de fevereiro".

Ele acrescentou que, segundo sua percepção, González Macchi tem os votos suficientes para impedir sua remoção.

Alguns legisladores criticaram o regulamento por considerar o prazo de defesa de Macchi excessivo. Ele terá seis dias para defender-se.

O senador de oposição Gonzalo Quintana pediu para seus colegas mudarem o regulamento para incluir provas confessionais, mas seu pedido não teve apoio.

Quintana recordou que o presidente declarou a jornalistas que não estava preparado para o cargo, para o qual foi eleito em 1999 por ser presidente do Congresso e terceiro na linha de sucessão do poder. O senador queria incluir esta declaração como prova.

A mesma câmara que julgará González Macchi conduziu o julgamento político contra o ex-presidente Raúl Cubas em março de 1999. Mas o processo não foi concluído porque Cubas renunciou.

González Macchi assumiu a presidência após a renúncia de Cubas e do assassinato do vice-presidente Luis María Argana, em meio à pior crise política desde a queda da ditadura de Alfredo Stroessner em 1989. Seu mandato termina em 15 de agosto.

O presidente garantiu há algumas semanas que não renunciará antes das eleições gerais, previstas para o dia 27 de abril, e disse que tem aliados suficientes para impedir a destituição.

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