Reuters
27/01/2003 - 08h35

Inspetores entregam hoje relatório sobre Iraque para a ONU

da Reuters, em Nova York

Horas antes de os inspetores de armas da ONU (Organização das Nações Unidas) apresentarem um relatório ao Conselho de Segurança das Nações Unidas hoje, os Estados Unidos tornaram claro que iriam à guerra sozinhos se não pudessem reunir forças de apoio entre uma comunidade internacional profundamente dividida.

O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, falou sobre a possibilidade de uma ação militar no Iraque para uma audiência altamente cética no Fórum Econômico Mundial em Davos, nos Alpes suíços, ontem.

"Nós não estamos com pressa para julgar (o Iraque) amanhã, ou no dia seguinte, mas claramente o tempo está se esgotando", disse Powell.

Ele afirmou que os EUA iriam estudar cuidadosamente o relatório dos inspetores e consultar outros membros do bastante dividido Conselho de Segurança da ONU, que tem 15 países, antes de agir.


Reuters - 20.nov.2002
Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU
Acredita-se que os inspetores de armas Hans Blix e Mohamed ElBaradei não apresentem no relatório de hoje uma conclusão sobre se o país árabe está ou não reconstruindo seu arsenal com armas proibidas.

Os relatórios que Blix e El Baradei apresentarão hoje aos 15 membros do CS devem alimentar os argumentos dos EUA em favor de uma guerra, mas estimular também outros países, como França e Rússia, a dizer que as inspeções não devem ser interrompidas. A Alemanha, que presidirá o CS em fevereiro, quer outro relatório no dia 14 de fevereiro.

O inspetor-chefe (Blix) também deve dizer que Bagdá atrapalhou as entrevistas com cientistas iraquianos e bloqueou o uso de vôos de vigilância com aviões U-2 sobre todas as regiões do Iraque.

Os EUA alegam que as omissões no relatório de armas do Iraque, entregue em dezembro, e a falta de "cooperação total" com as equipes de inspeção configuram uma "violação material" da resolução 1441 do CS da ONU, aprovada em novembro. A resolução exige que o Iraque revele e suspenda seus programas de armas de destruição em massa ou enfrente "sérias consequências".

Após as críticas, na semana passada, de França, China e Rússia, membros do CS com poder de veto, os EUA afirmaram estudar dar mais tempo às inspeções. Segundo o jornal alemão "Die Welt", os EUA e o Reino Unido, seu principal aliado a favor de um ataque, pretendem dar mais um mês de prazo aos inspetores.

O premiê britânico, Tony Blair, disse ontem à rede BBC que os inspetores devem ter mais tempo. "Eu não acredito que levará meses para que eles descubram se o Iraque está cooperando ou não, mas devem ter todo o tempo que precisarem", disse o premiê.

As equipes de Blix retomaram as inspeções há 60 dias depois de passar quatro anos longe do Iraque e ele vem afirmando que Bagdá não computou todas as suas armas perigosas na declaração de 12 mil páginas que entregou em 7 de dezembro.

Blix disse a repórteres que quando surgiam questões sobre o antraz, o gás que atinge o sistema nervoso VX ou mísseis Scud, os iraquianos "simplesmente diziam que não restava mais nada disso, e não há mais provas que possamos examinar, não há mais documentos".

ElBaradei, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) baseada em Viena, responsável pelas armas nucleares, pode ser menos crítico. Sua porta-voz, Melissa Fleming, disse que ele não denunciaria nenhum programa de armas atômicas proibido.

Na chegada a Nova York ontem, ElBaradei, que havia pedido mais tempo para as inspeções, disse: "Eu acho que estamos fazendo bons progressos na área nuclear. Nós, como eu disse, precisamos exaurir a opção da inspeção".

Com agências internacionais

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